Navegando por Autor "Santos, Helena Vitória Nascimento dos"
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- ItemOs olhos de dentro sobre as infâncias e identidades negras em Leite do Peito, de Geni Guimarães(Universidade do Estado da Bahia, 2023-05-15) Santos, Helena Vitória Nascimento dos; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Santiago, Ana Rita; Souza, Marcos Aurélio dos SantosA presente dissertação, de viés bibliográfico, visa analisar no livro Leite do Peito: Contos (2001), de Geni Guimarães, como pela ótica da infância são construídas as identidades negras apresentadas nos contos memorialísticos e ficcionalizados do mencionado livro. O intuito do estudo é problematizar, como modo curativo para o trauma com o racismo, o processo de emudecimento da escrita de mulheres negras, historicamente silenciadas pela teoria e crítica literárias brasileiras e ressaltar a produção deste segmento com foco na escrita autoral de Geni Guimarães, na tessitura do livro Leite do Peito: Contos (2001). Para tanto, objetiva-se investigar a trajetória do apagamento do personagem negro no romance brasileiro até o solo fértil da tradição negro-feminina, em especial, a produção de Maria Firmina dos Reis, Carolina de Jesus e Geni Guimarães; identificar na voz autoral geniniana, o entrelaçamento-roda entre negritude, memórias, identidades e cosmovisão africana, presentes nas escritas em prosa e poesia e o processo de enegrecimento e militância literária presentes nos escritos de Geni; relacionar a construção das identidades a comunhão familiar a partir das categorias: maternidade, paternidade e fraternidade no contexto do livro Leite do Peito e, por fim, analisar, dentro do simbolismo da árvore sagrada, a construção identitária que constitui a menina negra em seu processo de amadurecer e resplandecer. Elabora-se neste estudo, a memória como elemento essencial de construção de signos e desconstrução de discursos opressores, ressaltando-se o teor ficcional das tessituras do livro: Leite do Peito: Contos (2001), ao trazer a ótica da infância negra como norteador das vivências, amores, dores, saberes, culturas, fé e narrativas de todo uma comunidade negra no pós-abolição a partir da força vocal oriunda da personagem-narradora, ao evocar demandas políticas, socioculturais e históricas de sociedades marginalizadas e invisibilizadas na historiografia brasileira, combatendo estereótipos e destacando as experiências do Outro, representado pela coletividade descendente de africanos em uma escrita feminina negro-brasileira, identitária e centralizada na figura da menina negra.