Navegando por Autor "Santos, Amanda Oliveira dos"
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- ItemEducação feminista e antirracista: narrativas de estudantes negras em Mirangaba-BA(2019) Santos, Amanda Oliveira dos; Silva, Ana Lúcia Gomes da; Cardoso, Cláudia Pons; Barros, Zelinda dos SantosNesta investigação, analisei narrativas autobiográficas de seis estudantes negras, do Ensino Fundamental II, do turno noturno, de uma escola pública, em Mirangaba, Bahia. Com idades entre 15 a 30 anos, essas mulheres re-velaram suas histórias, entre março e abril de 2019. O exercício de análise objetivou identificar e refletir sobre as discriminações interseccionais (CRENSHAW, 2002; 2004; 2019; AKOTIRENE, 2018) que acometem as estudantes negras e desenvolver na escola, a partir das experiências narradas (HOOKS, 2017), estratégias pedagógicas que combatam o racismo e o sexismo e promovam pertenças afrocentradas. O método de pesquisa adotado para chegar às narrativas foi o autobiográfico (BUENO, 2002), com o apoio de um questionário fechado e do dispositivo de pesquisa desenvolvido especificamente para esta investigação: a Projeção Coletiva (SANTOS; SILVA, 2017). As narrativas apontaram para os efeitos da subordinação estrutural (CRENSHAW, 2002; 2004) que submete mulheres negras a estereótipos (GONZALEZ, 1984) e experiências de “burros de carga” da sociedade (TRUTH, 1867 apud AKOTIRENE, 2018), desde a colonização, retirando-lhes o direito de exercer plenamente suas habilidades intelectuais, que ficam restritas ao tempo e ao espaço escolar. A discriminação mista ou composta promove efeitos devastadores sobre seus corpos, que padecem da solidão (PACHECO, 2013; SOUZA, 2008; COSTA, 2019) e rejeição dos seus sinais diacríticos (GOMES, 2006; KILOMBA, 2019). E a violência do racismo patriarcal (SILVA, 2013) deixa marcas profundas em seus corpos e em suas memórias. No entanto, para resistir à fome, ao racismo, à violência, elas criam uma rede de mães e irmãs e se cuidam entre si. Como resultado/produto da trajetória de pesquisa, além da dissertação, foram elaborados e realizados projetos didático-pedagógicos com foco na Lei nº 10.639/03, numa perspectiva feminista negra, considerando a responsabilidade da escola, como instituição comprometida com os direitos humanos, de lidar com as causas e as consequências dessas discriminações, bem como propor estratégias de resistência.