Navegando por Autor "Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco"
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- ItemHá flores no cárcere: estudo do conhecimento sobre mulheres encarceradas e educação (2010-2020)(Universidade do Estado da Bahia, 2024-05-27) Rosa , Urania de Souza Santa; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Onofre, Elenice Maria Cammarosano; Julião, Elionaldo Fernandes; Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco; Messeder, Marcos LucianoEste estudo teve como objetivo realizar o estado do conhecimento dos trabalhos acadêmicos produzidos no âmbito da pós-graduação brasileira, na área de concentração “Educação”, acerca do tema mulheres encarceradas e educação, no período de 2010 a 2020. Para tanto, foi feito um levantamento no banco de dados Plataforma Catálogos de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que busca responder ao seguinte problema: Qual a produção acadêmica e as suas tendências, no âmbito da pós-graduação brasileira – área de educação – no período de 2010 a 2020 acerca do tema mulheres encarceradas ou em situação de privação de liberdade e educação? Os resultados do levantamento evidenciaram 66 trabalhos acadêmicos, 16 teses e 50 dissertações, produzidos na década pesquisada. Consideramos a temática educação escolar e prisão feminina como uma subárea em ascensão no campo da educação. Os estudos mostraram que a população de mulheres encarceradas no Brasil é numerosa e significativa, sendo a maioria pobre, negra (preta e parda), jovem, mãe, solteira, advinda de áreas periféricas, com baixa escolarização e trajetórias escolares marcadas por abandonos na infância e adolescência, ocupando trabalhos precarizados antes do aprisionamento, presa sob a alegação de envolvimento com o tráfico de drogas e pouco visitada. As tendências e recortes dos trabalhos analisados evidenciam uma prevalência de estudos de caso e como principais referenciais teóricos tem-se Julião (2007, 2009, 2011, 2012, 2016, 2018a); Onofre (2007, 2012, 2013, 2014, 2016) e Ireland (2011, 2013), para o debate sobre a educação em espaços prisionais; Freire (1977, 1995, 1996), para a compreensão da educação “libertadora e emancipatória”; Foucault (2014), para aprofundamento da categoria prisão moderna. Corroboraram que o direito à educação é para todos, inclusive para pessoas que estejam sob pena privativa de liberdade em instituições prisionais. Dado o pouco acesso à escola na prisão, a produção acadêmica neste período, indica para o não cumprimento do direito à educação dessas mulheres que se encontram sob custódia do Estado. Pontua um cenário de disputa entre as instituições prisão e escola; contradições quanto à propagada ressocialização no sistema prisional; precarização da escola e seu funcionamento, do currículo, do ensino de EJA nas prisões e das “celas de aula” adaptadas. Ressaltam dificuldades em exercer uma educação enquanto prática de liberdade num universo de rigidez e normas estabelecidas como se apresenta a prisão. O maior desafio ainda consiste na garantia e oferta da educação escolar básica na prisão e o entendimento de que não se trata de benefício, mas sim de um direito humano fundamental e subjetivo, conforme têm sinalizado estudiosos brasileiros do campo da educação em prisões.
- ItemPedagogia de (Re)existências: “chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e Malês”(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-10) Nuñez, Joana Maria Leôncio; Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco; Pacheco, Ana Claudia Lemos; Miranda, Claudia; Santos, Eliene Costa; Cardoso, Cláudia Pons; Oliveira, Íris Verena Santos de; Costa, Livia Alessandra Fialho daEsta pesquisa visa compreender as pedagogias de (re)existência construídas por professoras negras ativistas que atuam na Educação Básica. Busco conhecer e compreender como professoras negras de movimentos de mulheres negras, movimentos antirracistas, movimentos educadores, entre outros, atravessadas por violências estruturais, criam formas de enfrentamentos político-pedagógicos, no combate às desigualdades produzidas pelo racismo patriarcal, colonial e epistêmico que permeia a Educação. Para isso, utilizo as abordagens teóricas fundamentadas nas epistemologias do feminismo negro decolonial e na perspectiva interseccional que forneceram chaves interpretativas para investigar as experiências das mulheres negras professoras, as formas coletivas de luta político- pedagógica, o protagonismo e (re)existência aos fenômenos vividos na escola e na sociedade, marcadas pela colonialidade do ser/conhecer/existir/poder. A abordagem metodológica adotada é a pesquisa narrativa que surge da necessidade humana de contar de si a partir do potencial insurgente, de (re)existência e transformação das narrativas de vida em práticas pedagógicas. Os dispositivos utilizados para a pesquisa foram “Narrativas Pedagógicas de (re)existências” (RIOS, 2022) produzidas por mulheres professoras negras ativistas. Trata-se de textos escritos construídos em rodas de conversas sobre suas histórias de vida e dos atravessamentos políticos-pedagógicos. Os resultados apontam que as pedagogias de (re)existências das professoras ativistas negras aparecem fortemente marcadas pelo ativismo em suas narrativas e textos repletos de histórias de vida, modos pedagógicos construídos na luta antirracista, antissexista, anticolonial e de valorização histórico-cultural e profissional de suas comunidades. As narrativas apresentadas e discutidas coletivamente reforçaram a importância do trabalho docente associado em grupos e redes de colaboração articulado à decolonialidade na proposição, afirmação e reconhecimento de direitos, resistência política, diálogos, ações coletivas de valorização da história cultural das mulheres negras e luta por emancipação social.