Navegando por Autor "Portela, Ana Carla Lima"
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- ItemTabuleiro identitário: O quase do racismo à brasileira e sua encruzilhada quilombola no IFBA do território de identidade da Chapada Diamantina(2017-09-28) Portela, Ana Carla Lima; Messeder, Marcos Luciano Lopes; Souza, Marcilene Garcia de; Mattos, Wilson Roberto deA Chapada Diamantina, conhecida pela exuberante paisagem natural, reserva em suas grotas uma riqueza que não se restringe ao diamante que a nomeia, seu principal tesouro é negro, são as comunidades negras rurais e quilombolas que habitam o território. O presente trabalho promove um diálogo entre etnografia, pesquisa-ação, com elementos da pesquisa (auto) biográfica, a fim de abarcar inquietações teóricas e objetivas oriundas de uma experiência extensionista, comprometida com o fortalecimento das políticas de ações afirmativas no IFBA, em uma atuação junto às comunidades quilombolas de Seabra. Emana do projeto Semente Crioula, voltado para o acesso e a permanência de estudantes quilombolas no IFBA, que muda a face das turmas regulares com ingresso de novos quilombolas, mas também por impulsionar o reconhecimento de outros, antes com o trânsito institucional marcado pela negação da identidade quilombola. A pesquisa tem como objeto de análise as modulações identitárias, florescidas a partir da intensificação das políticas de ações afirmativas, em especial as cotas, as quais fazem emergir, com a exigência da autodefinição, nuances da arquitetura racista que alicerça a sociedade brasileira e nela sedimentou o mito da democracia racial. No tabuleiro indentitário, o real cromatismo manipulado pelo racismo, a fim de escamotear os privilégios na hierarquia racializada, forja um quase identitário, historicamente como mecanismo de apagamento da presença negra, mas que hoje é palco de disputas onde forças contrárias ao racismo coexistem com as que anseiam a manutenção das relações que ele suporta. Após reafirmar a legitimidade das políticas de ações afirmativas, denunciando o filtro educacional na progressão dos quilombolas, a partir dos desafios oriundos da experiência do Semente Crioula, este estudo pousa, sob a copa da Boabá no quase identitário e sua encruzilhada quilombola. Foca na interface entre a identidade racial e quilombola em construção em meio ao novo momento das relações raciais no Brasil, impulsionado pelas políticas de ações afirmativas, onde o quase, que historicamente quis ser branco, é hoje interpelado por uma atmosfera de afirmação e reconhecimento do negro enquanto sujeito desta nação. O aprimoramento dos mecanismos de acesso e permanência vigentes é o que o nosso estudo intenciona, entretanto o resultado já alcançado é o mergulho físico e teórico no caudaloso rio da complexa racialidade brasileira, em busca do sim às ações afirmativas e do não ao racismo.