Navegando por Autor "Pinheiro, Lidiane Santos de Lima"
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- ItemEntre o real e o idealizado: discursivização da maternidade na publicidade do Grupo Boticário(Universidade do Estado da Bahia, 2024-12-17) Martins, Cristiane Souza; Carvalho, Carla Severiano de; Pinheiro, Lidiane Santos de Lima; Alvarez, Palmira Virginia Bahia HeineSob a perspectiva da Análise de Discurso Francesa, a linguagem publicitária pode ser entendida como um espaço discursivo onde se manifestam ideologias, formações discursivas e relações de poder. Nesse espaço, também, emergem discursos que se associam às publicidades engajadas na discussão de pautas sociais e políticas contemporâneas, que acabam coexistindo com os interesses mercadológicos. Um exemplo significativo são as publicidades institucionais de homenagem ao Dia das Mães, produzidas pelo Grupo Boticário, que, ao longo dos anos, vem explorando temas, como: julgamentos, sobrecarga, esgotamento materno e a necessidade de uma rede de apoio para as mães, que estimulam a reflexão dos consumidores/telespectadores e que estão apoiadas em correntes progressistas. Partindo destas premissas, a pesquisa está vinculada à linha 2 – Linguagens, Discurso e Sociedade – do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens (PPGEL), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus I, e está ancorada na seguinte problemática: Como a publicidade do Grupo Boticário discursiviza a maternidade, na pandemia de Covid-19 e no pós-pandemia? Para responder esta questão, serão analisadas duas publicidades institucionais de homenagem ao Dia das Mães, veiculadas no período da Pandemia de Covid-19 (em 2020), e no pós-pandemia (em 2023), pela mesma empresa, através dos meios de comunicação de massa e redes sociais (TV, Youtube e Instagram), a saber: Filhos (Pandemia - 2020) e Dia das Mães: quem ama também precisa de amor #SejaRedeDeApoio (Pós-pandemia - 2023). A abordagem será qualitativa e os procedimentos adotados serão embasados na seguinte revisão bibliográfica: Pêcheux (1993; 1997); Orlandi (1994; 1996; 2004; 2007; 2009); e Gregolin (2008), que embasam os estudos sobre a Análise de Discurso Francesa. Além de Paveau (2013; 2021)), que trará contribuições importantes sobre a Análise de discurso digital. Utilizamos, também, como teorias complementares, Maingueneau (2005; 2006; 2015); Semprini (2006); Charaudeau (2009); Baldissera (2008, 2009); Baldissera e Silva (2011); Gracioso (1995; 2006); Kotler (1972); Pinho (2012); Rabaça e Barbosa (1978) e Roiz (1994), que aprofundam os assuntos relacionados à publicidade na sociedade ocidental contemporânea. Recorremos, ainda, aos estudos sobre questões de gênero, com base em Beauvoir (1980; 2013); Saffioti (1997b; 2004); Butler (2018), Hooks (2018); Tiburi (2018) e Wolf (2018). Complementando essas questões, recorremos também às obras de Badinter (2011) e Schröder (2018), que abordam, especificamente, a relação entre a mulher e a maternidade. Incorporamos, também, as contribuições de Crenshaw (2002) e Akotirene (2019) sobre a interseccionalidade de gênero. Entretanto, ao estudarmos materialidades audiovisuais, torna-se importante integrar teorias que investigam suas particularidades. Por isso, buscamos as contribuições de Courtine (2011; 2013), com a teoria da intericonicidade; e de Milanez (2006; 2015; 2019), que, como conhecedor das obras de Courtine, explora as questões ligadas às audiovisualidades, fundamentando-se também nas teorias de Foucault. Estudar a discursivização da maternidade na publicidade é importante para aprofundar a compreensão dessa experiência tão complexa, uma vez que transcende o fator biológico e engloba aspectos sociais, culturais, psicológicos e econômicos. Além disso, permite explorar as dinâmicas de poder, as expectativas impostas pela sociedade e os desafios enfrentados pelas mulheres nesse papel.
- ItemEntre o sagrado e o profano, discursiviza-se o Jesus gay: uma análise discursivo-materialista do processo judicial contra o Porta dos Fundos no caso do especial de Natal "A primeira tentação de Cristo" (2019)(Universidade do Estado da Bahia, 2024-12-19) Machado, Wesley Bahia; Sobral, Gilberto Nazareno Telles; Alvarez, Palmira Virginia Bahia Heine; Pinheiro, Lidiane Santos de LimaOs Especiais de Natal ocupam um lugar de destaque na tradição televisiva brasileira, consolidando-se como um dos momentos mais aguardados da programação de fim de ano. Desse modo, tanto as emissoras de tv, como as plataformas de streaming preenchem suas grades e catálogos com filmes, séries ou programas voltados para a celebração do espírito natalino. Assim, no Natal de 2019, o grupo de humor Porta dos Fundos exibe seu Especial A Primeira Tentação de Cristo (2019). Produzido e disponibilizado pela Netflix, dirigido por Rodrigo Van der Put e com roteiro de Fábio Porchat e Gustavo Martins, a produção tem em seu elenco nomes conhecidos do humor nacional como o próprio Fábio Porchat, Gregório Duvivier, Evelyn Castro, Antônio Tabet, Evelyn Castro e Rafael Portugal. Apesar de recuperar uma memória sobre os Especiais de Natal, essa produção propõe um deslizamento do comumente esperado por esse tipo de programação ao discursivizar Jesus como um homem gay. Essa narrativa repercutiu em setores conservadores produzindo uma série de reações negativas que vão desde tentativas de boicote e um processo judicial até um atentado terrorista a sede do Porta dos Fundos. Em virtude disso, acredita-se que esse Especial foi um instaurador de discursividades que tencionou as relações entre o discurso católico e a homossexualidade. Sendo assim, entre essas discursividades, selecionou-se o processo judicial movido pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura que pediu a suspensão do referido Especial. Essa materialidade foi analisada com o objetivo de se compreender o processo discursivo que possibilitou a leitura da homossexualidade de Jesus, em A Primeira Tentação de Cristo, como uma imoralidade passível de censura. Dessa forma, o advogado Leonardo Caminho Camargo e a advogada Alexsandra do Lago Guimarães, que moveram, em nome da associação, o processo, foram analisados não enquanto indivíduos empíricos, mas a partir de suas posições discursivas de sujeito-advogado, clivado pelo sujeito católico, que possibilitam a ancoragem desse texto em uma dimensão material. Nessa esteira, o corpus analisado é composto de 7 sequências discursivas selecionadas com base no critério de instaurarem gestos de leitura sobre a relação entre o objeto simbólico Jesus e a homossexualidade. A pesquisa é fundamentada na Análise de Discurso materialista, desenvolvida por Michel Pêcheux (1997; 2014; 2015), além de estudos na área da Sociologia da Religião, de autores como Weber (2000, 2015) e Bourdieu (2007) e as reflexões sobre o dispositivo de sexualidade com Foucault (2024). Utilizou-se o método analítico próprio da teoria da Análise de Discurso materialista, que inclui o exame das condições de produção do discurso, formações discursivas e ideológicas, a atuação da memória discursiva no processo do interdiscurso e o próprio funcionamento discursivo. Por fim, as análises fizeram emergir que, além da ideologia católica, há, estruturando o processo discursivo da ação judicial, a ideologia homofóbica, que toma a homossexualidade como elemento desestabilizador da ordem de modo que os sentidos construídos de censura sobre Jesus gay se inserem no bojo da reprodução de ideologias conservadoras da heterossexualidade.
- ItemSomos feministas ! subjetividades e discursos de sexualidade em perfis de mulheres ativistas no Instagram (2020-2021)(Universidade do Estado da Bahia, 2024-12-18) Almeida, Beatriz Souza; Pinheiro, Lidiane Santos de Lima; Sobral, Gilberto Nazareno Teles; Machado, Rosemeri Passos BaltazarEsta dissertação aborda o tema do feminismo no Instagram a partir dos Estudos Discursivos Foucaultianos. Os discursos materializados nos perfis selecionados como corpus de pesquisa são analisados sob o prisma das relações de saber-poder que atravessam a sexualidade, o corpo e a vida das mulheres. A discussão teórica e as análises apresentadas aqui derivam das asserções e contribuições de Michel Foucault à Análise do Discurso, sobretudo no que diz respeito ao discurso enquanto prática, ao enunciado enquanto função e as formas de ser governado por uma série de dispositivos que funcionam no interior das instituições. No contexto de uma sociedade cada vez mais conectada, o Instagram se torna um espaço crucial para a expressão de vozes que, muitas vezes, encontram pouca ressonância nos meios de comunicação tradicionais, assim, o Instagram é tomado conceitualmente enquanto um espaço heterotópico que refrata os discursos oriundos do espaço tópico presencial, assim, o objetivo geral dessa dissertação é identificar de quais modos se constituem as subjetividades das mulheres ativistas no Instagram a partir da relação entre o feminismo e o dispositivo de sexualidade. As principais obras de Michel Foucault que compõem o escopo teórico dessa dissertação são A Arqueologia do Saber (2008a), O corpo utópico: As Heterotopias (2013a), O que é a Crítica? seguido de A Cultura de Si (2015), Em Defesa da Sociedade (1999b), Segurança, Território, População (2008b) e O Governo de Si e dos Outros (2010). O corpus é composto das publicações dos perfis de dez mulheres no Instagram no período de 2020 e 2021. As publicações são organizadas em regularidades e organizadas em séries enunciativas e então analisadas dentro de um quadro discursivo. A metodologia utilizada centra-se no método arqueogenealógico foucaultiano que permite rastrear a emergência dos discursos na história e estabelecer associações entre as práticas já estabelecidas através da análise das relações de saber-poder. Os resultados apontam para a clivagem do exercício do poder sobre o corpo das mulheres mesmo que no espaço heterotópico do Instagram, contudo, formas de resistir aos modos de governo também lhes são possíveis, assim conclui-se, que as mulheres empreendem um agir criticamente na atualidade, mesmo que de maneira inconsciente, como meio de resistência. Ademais os resultados clivam para o diagnóstico de um exercício da cidadania pela parresía mobilizada a partir do feminismo.