Navegando por Autor "Ornellas, Maria de Lourdes Soares"
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- ItemAfetos encarcerados: representações sociais de profissionais socioeducativos sobre sujeito-jovem em litígio com a lei(2020-10-26) Dantas, Luana Pinho dos Santos; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Ferreira, Sandra Lucía; Almeida, Carla Verônica Albuquerque; Rios, Augusto CesarA presente pesquisa buscou investigar quais as representações sociais são construídas pelos profissionais da socioeducação para os jovens em privação de liberdade. O estudo privilegiou o método da pesquisa qualitativa em articulação ao aporte teóricometodológico da teoria das representações sociais. O olhar proposto para a juventude neste estudo privilegiou o olhar decolonial e a noção de que existem juventudes, para designar que o contexto social experenciado pelos jovens é multifacetado, e se relaciona com a trama de sentidos que o jovem vivencia atravessado pelas representações de seu corpo, classe social, raça e gênero. Destacamos, por seguinte, o encarceramento da juventude negra como consequência direta da lógica colonial perpetrada pelas representações socialmente construídas para o fenômeno da juventude a qual fura a lei. Este estudo selecionou quatro profissionais da socioeducação com atuação em meio aberto e fechado e considerando o critério do desejo, oriundos da Case Salvador localizada no bairro de Tancredo Neves e unidade CREAS, para fins de apreender as representações sociais, e como estas são construídas por eles, sobre o jovem em litigio com a lei, o saber que detém e o desejo de saber que para esses jovens toma sentido. O dispositivo de coletas de dados se deu através da entrevista semiestruturada. Com relação aos dados, foram construídas categorias descritivas e analíticas as quais foram analisadas pela análise de discurso de vertente francesa. Os resultados encontrados apontam para o silenciamento da juventude encarcerada e reitera a lógica neoliberal/pós-colonial, de forma que as análises sobre os jovens em litígio com a lei estão ancoradas nas representações sociais: Abandono; Violação de direitos; Infração; Consumo; Ausência de oportunidades; Silenciamento; Preconceito. No que tange às análises sobre o jovem, no que se refere ao saber e conhecimento, essas se encontram ancoradas nas representações sociais: Vínculo negativo, Dificuldades relacionais; Constrangimento; Ausência de sentido; Ausência de incentivo; Liderança; Inteligência; Aprender fora da escola; Saberes de grupo.
- ItemAluno negro em sala branca: representações sociais de aluno/a sobre relações étnico-raciais afetadas no contexto educativo(2011) Santos, Roberto Carlos Oliveira dos; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Mattos, Wilson Roberto de; Santana, Moisés de MeloEsta pesquisa, intitulada ALUNO NEGRO EM SALA BRANCA: representações sociais de aluno/a sobre as relações étnico-raciais no contexto educativo, tem como objeto as representações sociais das relações étnico-raciais presentes na escola e apoia-se no objetivo de investigar de que forma a existência de discursos hegemônicos, identificados com a matriz eurocêntrica, e que se impõem ao grupo através da linguagem, dos valores, signos e padrões estéticos, interfere no afeto do aluno negro no contexto educativo. Ao enlaçar a temática com a subjetividade, busquei entender a partir da problemática de como se tem desenvolvido nos alunos em ambiente escolar, os processos de (des)encanto os quais reafirmam ou negam a questão étnico-racial, quase sempre marcadas por afetos ambivalentes de ser ou não ser negro, relações que demandam manejo pelos alunos e professores. Os principais aportes teóricos dessa investigação são: Moscovici (2003) e Jodelet (2001), no campo da abordagem processual das Representações Sociais; Cavalleiro (2001; 2003), Gomes (2001; 2002) e Mattos (2003; 2010), nas Relações Étnico-raciais; e Ornellas (2001; 2005), nos Afetos. O percurso metodológico se apoia na pesquisa qualitativa de base empírica e a coleta de dados foi realizada em uma instituição de ensino Federal, em Salvador-Bahia, com seis sujeitos de ambos os sexos, que nela estudam no Ensino Médio. Os instrumentos de coleta de dados foram: a entrevista, como um processo de interação entre o pesquisador e os sujeitos; o grupo focal, como interação entre os sujeitos a partir de tópicos previamente selecionados e a criação de histórias que capturam os discursos, a existência, ou não, de contradições internas, articuladas com as práticas sociais dos sujeitos relacionadas com objeto pesquisado. Para o exame dos dados, utilizei a análise do discurso de vertente francesa (ADF), por entender que ela permite a atualização de elementos manifestos e latentes que não devem ser perdidos ou mascarados na produção discursiva. É possível pensar, a partir dos dados analisados neste estudo, que os alunos reconhecem a importância da escola e exigem que, além do compromisso de instrução do conhecimento, ela seja responsável pela formação ética e social. É na escola que eles revelam passar boa parte do tempo de suas vidas, mais tempo até do que com as próprias famílias. Por isso, ao desconsiderar a diversidade como possibilidade de reconhecimento da riqueza material e simbólica da sociedade, o conteúdo curricular contribui para a perpetuação das estruturas que impõem a desigualdade como norma. A hegemonização de um modelo exclusivista tem ainda impacto direto nas histórias e nos projetos de vida do aluno, obliterando os seus sonhos ao ver no outro aquilo que ele não é, tornando suas aspirações mais difíceis de serem alcançadas. O que impulsiona e busca esta pesquisa é o desafio de pensar a educação como forma de inclusão, descontaminada da ideologia racista, de forma a revelar e combater os múltiplos fatores que atuam como matrizes geradoras do preconceito e da discriminação, afetos que contaminam a família e a sociedade e adentram os intramuros da escola.
- ItemAmo em ti mais do que a ti: transferência de amor ao saber entre professor e aluno(2017-09-15) Silva, Edileide Maria Antonino da ; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Kupfer, Maria Cristina Machado; Diniz, Margareth; Almeida, Alba Riva Brito de; Sales, Mary Valda SouzaEste estudo, nomeado Amo em ti mais do que a ti: transferência de amor ao saber entre professor e aluno, teve como objetivo investigar a ocorrência do fenômeno da transferência na escola e suas implicações no exercício do professor. A pesquisa parte da proposição de que, quando há transferência entre professor e aluno, o professor investe em seu savoir-faire docente e fomenta o desejo de saber do aluno. A pesquisa foi realizada em uma unidade escolar de Ensino Fundamental II da rede pública de Salvador, tendo como sujeitos sete (07) professores daquela instituição. Pelo aspecto subjetivo do objeto desta investigação, escolheu-se realizar uma pesquisa qualitativa com uma aproximação ao método de orientação clínica, cuja fundamentação se apoia nos construtos da educação e da psicanálise. A sequência de estudos compõe-se por cinco (05) passes, que abordam de início os conceitos teóricos da psicanálise para, em seguida, articulá-los com o universo da educação, da escola e dos afetos que ali se tecem cotidianamente. Para fundamentar os estudos iniciais foram utilizadas as obras de Freud (2006) e Lacan (1960-1961, 1964), além de estudos de autores contemporâneos que se debruçam sobre esta corrente, particularmente sobre o seu enlaçamento com a educação. Tratou-se, em um passe específico, da educação orientada pela psicanálise, em defesa de uma escola que escute mais e conheça o sujeito dividido apresentado pela psicanálise. Nos passes que trataram da metodologia e da pesquisa de campo, o apoio teórico constituiu-se das obras de Almeida (2011), Diniz (2011), Ornellas (2011) e Pereira (2016), com textos que subsidiaram a discussão e a utilização do Método Clínico, da Escuta e da Pesquisa de Orientação Clínica. Os dispositivos foram a Observação/escuta, a Conversação e a Entrevista de Orientação Clínica, por se ajustarem melhor à proposta de aproximação com o Método Clínico, sobre o qual se debruça M. Diniz e guia esta pesquisa. A análise dos dispositivos revelou o professor afetado pelo estilo do aluno, pelo envolvimento que ultrapassa os muros da escola e pelo desejo (ou falta dele). O entrelaçamento do que foi revelado nos dispositivos mostra que os significantes que ali emergiram esboçam a implicação pedagógica do professor afetado pela transferência, imerso na tríade amar, aprender/ensinar, sobreviver. Nesta perspectiva, a tese defendida expressa que os afetos ambivalentes entre professor e aluno são motores para o fazer pedagógico do professor, ou seja, a transferência de amor ao saber é um fenômeno que afeta professor e aluno: o professor no estilo (que obtura a falta do outro) de ensinar e, o aluno, no desejo de aprender pela via do agalma (objeto que faz desejar), no sentido de implicá-los na busca pelo saber e conhecimento.
- ItemAngústia do professor, afeto que não engana: um estudo em representações sociais(2020-06-11) Silva, Marcos Vinícius Paim da; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Almeida, Carla Verônica Albuquerque; Nascimento, Ivany Pinto; Souza, Elizeu Clementino de; Farias, Larissa Soares Ornellas; Bomfim, Natanael ReisTrata-se de uma pesquisa denominada Angústia do professor, afeto que não engana: um estudo em representações sociais e que tem como objeto a angústia do professor, cujo construto da angústia foi analisado a partir da referência psicanalítica lacaniana. Desta forma, o tema foi consolidado pela seguinte inquietação: quais as representações sociais que o professor tem sobre a angústia na sua práxis pedagógica, e de que maneira esse afeto revela ser uma possibilidade desse professor sujeito perceber os (im)passes implicados e que repercute na educação contemporânea? Assim sendo, a pesquisa que aqui se apresenta tem por objetivo geral apreender as representações sociais sobre a angústia do professor, e de que forma passam a serem objetivadas e ancoradas à práxis pedagógica, no sentido de ressignificar as ações docentes desse sujeito professor. Os objetivos específicos versam: a) capturar os (im)passes que o afeto angústia revela na práxis pedagógica do professor implicados na educação contemporânea; b) identificar os aspectos psicossociais sobre a angústia do professor, e como este afeto pode ressignificar suas ações docentes; c) analisar as representações sociais da angústia do professor, no sentido de alavancar as objetivações e ancoragem que possibilitam o seu ato educativo. O traço metodológico se delineou guiado pela modalidade da pesquisa qualitativa em que foi elencado como lócus uma escola pública da rede federal, o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano – IFBAIANO (Campus Governador Mangabeira-Ba). Os sujeitos professores do ensino médio de áreas distintas do conhecimento foram em número de 08 e de ambos os sexos, cujas representações sociais apreendidas a partir do objeto investigado geraram análises através da entrevista semiestruturada, desenho e grupo focal. Os dados obtidos frutos da coleta foram analisados sob a perspectiva da análise de discurso de vertente francesa. As representações sociais foram definidas como principal aporte para a escuta do professor acerca da angústia, valendo-se de sistemas socialmente elaborados, bem como dos processos de objetivação e ancoragem. A concepção teórica da pesquisa foi sustentada em: Moscovici (1978; 2003; 2011a; 2011b ;2012); Jodelet (2009; 2001; 1990;1989); Marková (2006; 2017); Alves-Mazzotti (1998 2000; 2002), no campo das representações sociais; Freud (200; 2014;2014); Lacan (2004); Laplanche (1996); Kierkegaard (2010); Miller (2007), no que diz respeito ao construto da angústia; Bauman (2012); Charlot (2013); Nóvoa (1995; 2007); Ornellas (2005; 2013; 2015; 2015), no que concerne à educação atual. A pesquisa revela que a angústia do professor observada na educação contemporânea está ancorada em representações sociais de: desinteresse do aluno, atualização, resiliência, docência compartilhada, indisciplina e desafio em ensinar/aprender.
- ItemBem me quer, mal me quer: sofrimento psíquico do professor-sujeito na escola contemporânea(2013-09-24) Silva, Edileide Maria Antonino da; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Batista, Douglas Emiliano; Rios, Jane Adriana Vasconcelos PachecoEsta escritura nomeada Bem me quer, mal me quer: sofrimento psíquic o do professor sujeito na escola contemporânea brota de um campo farto por onde circulam professor, aluno e os prazeres e desprazeres de um mundo que gira cada dia mais rápido: a escola. Nesta escrita se discute o que é o exercício docente na contemporaneidade e qual é o lugar do professor numa era em que facilmente se associa a docência à doença, mal-estar e sofrimento. O bem me quer, mal me quer emerge no instante em que o desejo do professor se mobiliza e se transforma em (re)ação às incertezas que se instala no espaço escolar. A pesquisa faz uma escuta ao professor numa investida que busca perceber os afetos prazerosos e desprazerosos do seu ofício, na tentativa de entender os principais elementos que fazem o professor permanecer na prática docente mesmo diante dos aspectos sinalizadores de mal-estar na escola, especialmente as que compõem a Rede Municipal de Ensino de Salvador. A escrita introdutória revela a pesquisadora e faz um apanhado geral de outros pesquisadores sobre temas relacionados, desveland o a importância da letra freudiana-lacaniana para este estudo e faz um contraponto com o texto de Bauman sobre o mal-estar na pós-modernidade, em um passeio pelos conceitos contemporâneos sobre a civilização, modernidade e pósmodernidade, discutindo também a crise de autoridade dentro e fora da escola. O texto busca perceber qual é o lugar do professor na sociedade contemporânea, diante de um sofrimento psíquico que o atinge e que, por vezes, faz confundir docência com doença. Traço a rota metodológica da pesquisa, desde a apresentação do lócus e sujeitos, até os instrumentos de colheita de dados para, então, fazer uma análise dos achados da pesquisa, saindo da garatuja para um possível desenho que revela um professor de afetos ambivalentes, pendulante entr e o bem me quer e o mal me quer. Em um ensaio (in)concluso desta escrita, vê -se restar o bem me quer e o mal me quer, afetos ambivalentes presentes nesta pesquisa que abre portas para novas rotas investigativas, atingindo um ponto que não é final; afinal, tal qual a leitora da carta do quadro de Goya, é na letra que se deposita a espera, já que é da falta que nasce o desejo.
- ItemA complexidade do ser humano no processo de formação de professores(2008) Jesus, Francineide Pereira de; Sonneville, Jacques Jules; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Gatti, Bernardete AngelinaA pesquisa tem como objetivo compreender de que maneira a complexidade do ser humano pode ser reconhecida, compreendida e considerada efetiva e sistematicamente nos cursos de formação docente na educação contemporânea a partir dos princípios da Teoria da Complexidade proposta por Edgar Morin. Trata-se da reforma do pensamento que rompe com a visão fragmentada e reducionista da realidade, causada pela compartimentalização do conhecimento, passando a considerar a noção de multidimensionalidade dos fatos e fenômenos complexos. Esta pesquisa foi desenvolvida em colaboração com vinte alunos do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia – Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental, da Universidade Estadual de Feira de Santana, e que também são professores que atuam no interior das escolas das redes pública e particular de ensino. Numa abordagem qualitativa, analisamos os dados através de diários formativos elaborados pelos alunos-professores e de um grupo focal, ambos como recursos importantes de aproximação do real. Concluímos que compreender a formação e o exercício profissional do professor em sua multidimensionalidade deve ser levado a sério e traduz um desafio complexo frente à realidade contemporânea. Desse modo, será preciso reconhecer a complexidade da vida pessoal, profissional e do processo formativo docente em sua multidimensionalidade, romper com o conhecimento compartimentalizado e fragmentado nos espaços formativos da docência e de atuação profissional, assumindo uma postura dialógica e buscando entender os elementos que se entrelaçam e definem nossa maneira de ser e estar na profissão docente e no mundo, numa ação dinâmica e permanente.
- ItemDeixe-me falar! Sofrimento psíquico do professor-sujeito na cena pedagógica contemporânea(2015-12-04) Silva, Daniele Lima da; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Voltolini, Rinaldo; Hetkowski, Tânia Maria; Farias, Larissa Soares OrnellasAs falas que se fazem cor ao tecido deste texto vicejam na metáfora da pintura de uma tela, cujo desafio de captura de sentidos enseja a pesquisa Deixe-me falar! Sofrimento psíquico do professor-sujeito na cena pedagógica contemporânea. Entendendo já como factível o estabelecimento de laços entre o par psicanálise - educação, discuto, nesta escritura, o manejo do sofrimento psíquico do professor contemporâneo e suas repercussões nos campos da subjetividade, formação e desempenho profissional. Assim, este estudo objetiva identificar aspectos relacionáveis ao sofrimento psíquico do professor na contemporaneidade, bem como que discutir seus reflexos no processo de ensinar-aprender. Intento, ainda, observar e descrever as falas que emergem do (entre)lugar do padecimento do professor-sujeito, sobretudo, no que refere ao seu savoir -faire pedagógico. O eixo motriz que sustenta essa investigação é buscar conhecer que lugar e posição teriam as formações sintomáticas do professor-sujeito nos processos de adoecimento e quais as suas implicações no exercício pedagógico de ensinar e aprender. Nesse sentido, a base teórico-epistemológica da pesquisa delineouse dialogando com autores da vertente psicanalítica dentre os quais estão: Freud (1925- 1926); Lacan (1962-1963); Ornellas (2005-2013); Aguiar e Almeida (2011); Roudinesco (2011) e Voltolini (2011), bem como aqueles que basculam os espaços da educação: André (1995); Gatti (2002); Arendt (2003); Candau (1982), dentre outros. A investigação constitui-se enquanto um estudo de caso delineado a partir de uma abordagem qualitativa, visando assegurar o estudo do fenômeno em profundidade. A rota metodológica é trazida enquanto esboço da ação planejada, constando de referenciais fundantes acerca do locus de pesquisa, sujeitos, instrumentos de coleta e estratégias de análise. Os instrumentos de coleta são: observação em sala de professores, entrevista semiestruturada e pintura em tela. Os sujeitos foram selecionados pelo critério do desejo, considerando ainda tempo igual ou superior a 10 anos de docência no ensino fundamental II e assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. O locus da pesquisa é uma escola da rede pública municipal da região metropolitana de Salvador. Para a análise dos dados, buscou-se, a partir dos instrumentos de coleta, a construção de categorias descritivas e interpretativas com vistas a operacionalizar as unidades de análise. Tal procedimento se deu pela adoção da análise do discurso de vertentes francesa e brasileira, considerando o explícito e o implícito no discurso verbal, as hesitações, atos falhos, reticências, silêncios, esquecimentos e repetições. (In)conclui-se que o sofrimento psíquico do professor é um evento multifatorial, complexo, ambivalente e acentuado pela contemporaneidade. Desta forma, as formações sintomáticas dos professores-sujeitos manifestam intrínseca relação com o seu sofrimento psíquico vindo, deste modo, a ocupar o lugar e posição de sinalizadores de adoecimento manifesto com implicações negativas no exercício pedagógico de ensinar e aprender. A pesquisa inscreve, portanto, os seguintes achados: desejo; escuta; ambivalência; angústia; transferência; identificação; afeto e ab-reação. Estes são significantes reveladores que denotam o sofrimento psíquico do professor-sujeito na cena pedagógica contemporânea, haja vista que o (des)encantamento no fazer professoral traduz-se nos discursos onde pulsões de vida e morte assinalam o sujeito da falta e da barra, mas também do desejo e da fala.
- ItemEducação (im)possível: escuta do professor-sujeito na educação contemporânea(2017-09-26) Caires, Samuel Belarmino; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Soares, Moema Ferreira; Santos, Luciano Costa; Dantas, Tânia ReginaEsta pesquisa nomeada Educação (im)possível: escuta do professor-sujeito na educação contemporânea tem como objeto de estudo a Educação (im)possível. Os objetivos propostos nesta dissertação estão assim delineados: o objetivo geral é investigar de que forma a escuta do professor-sujeito na educação contemporânea pode contribuir para a construção da Educação (im)possível. Os objetivos específicos se configuram em número de três: identificar dispositivos fundantes para a Educação (impossível); Escutar as possibilidades de como o professor-sujeito se constitui nesta Educação (im)possível; c) Buscar no professor-sujeito as (im)possibilidades junto à educação contemporânea. Com relação ao problema, este se desenha a partir da seguinte formulação: Que lugar e posição ocupa o professor-sujeito na implicação de uma Educação (im)possível e quais as contribuições que esta educação oferece para a educação contemporânea, em que o aluno-sujeito possa desejar produzir o conhecimento que possibilita o passe da repetição à criação? Os principais teóricos convidados para sustentar as formações discursivas desta pesquisa, são: Freud (1911, 1937); Lacan (1991, 1972-1973/1982); Kupfer (2006, 2007, 2010) Ornelas (2014; 2016;2017), Voltolini (2011, 2016); Pereira (2003; 2013, 2016); Morgado (2002); Galimberti (2009, 2010); Agamben (2009). A pesquisa é eminentemente teórica e se funda na metodologia de cunho bibliográfico com vistas a aprofundar a episteme da temática. Os resultados enunciam que a Educação (im)possível pode-se construir tanto no campo da possibilidade como da impossibilidade; a condição do professor assumir o lugar e posição de professor sujeito, lhe outorga o exercício de Sujeito Suposto Saber (SsS); o manejo da escuta flutuante adotada pelo professor-sujeito, possibilita advir o aluno-sujeito; o professor-sujeito escuta os afetos ambivalentes manifestos e latentes que circulam na relação transferencial; o estilo do professor como a possibilidade de obturar a falta do outro; o professor percebe que não é todo mas faltante, barrado e incompleto; o professor trabalha para rever sua função e deixar emergir o avesso do modelo, revendo sua condição idealizada, e, portanto, concebendo-se a partir de sua subjetividade e singularidade. É possível pensar que a educação contemporânea tenha a temporalidade como um dispositivo relacionado ao processo dessa Educação (im)possível, sobretudo no tempo da experiência à qual está submetido o sujeito. Portanto, a pesquisa expressa-se a partir de quatro atos: Ato I: Abrir-se à fenda (im)provável, Ato II: Educação (im)possível, a quem serve?, Ato III: Professor-sujeito: (in) completo? e Ato IV: Educação (con)temporânea: confusão paradigmática, os quais não se constituem estanques, mas a costura se enoda em cada um deles, mostrando a urdidura do tear, ao tempo em que denuncia o modelo de educação vigente e inaugura a possibilidade de se pensar a Educação (im)possível como aposta para uma educação referente e comprometida com o desejo de ensinar e aprender.
- ItemEle não quer nada! Representações sociais de professor sobre o aluno (in)visibilizado em sala de aula(2019-05-24) Barreto, Antonio Geraldo da Silva Sá; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Novaes, Adelina de Oliveira; Farias, Larissa Soares Ornellas; Bomfim, Natanael ReisTrata-se da pesquisa de nome Ele não quer nada! Representações sociais de professor sobre o aluno (in)visibilizado em sala de aula cujo objeto versa sobre o aluno (in)visibilizado em sala de aula. Temática fundada nas inquietações: quais as representações sociais construídas por professores sobre o aluno (in)visibilizado, ainda que presente nas salas de aula? Como se processam as causas e consequências desse fenômeno? De que modo a (in)visibilidade do aluno impacta na relação professor-aluno e, consequentemente, no processo de ensinar e aprender? Nesse sentido, a pesquisa aqui apresentada tem por objetivo geral apreender as representações sociais de professores acerca do aluno (in)visibilizado e sua implicação no processo de ensinar e aprender, e tem como objetivos específicos: identificar as objetivações e ancoragens advindas das representações sociais do professor; analisar de que maneira a relação de (in)visibilidade tecida do professor para o aluno pode interferir na construção do ato educativo; buscar, no processo de formação docente, princípios educativos do processo de ensinar e aprender, pertinentes ao aluno (in)visibilizado. Metodologicamente, o estudo se estrutura enquanto pesquisa qualitativa e elegeu-se por lócus 01 (uma) escola pública da rede estadual no município de Alagoinhas-BA. Tem-se por sujeitos 06 (seis) professores egressos da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), cujas representações sociais sobre o objeto foram analisadas mediante entrevistas, desenhos e rodas de conversa. Os dados colhidos foram, posteriormente, submetidos à análise de discurso de vertente francesa. A escolha das representações sociais, como principal aporte, para escutar o fenômeno da (in)visibilidade de alunos ante o olhar dos professores, deveu-se ao fato de que a Teoria das Representações Sociais, inaugurada por Serge Moscovici relaciona processos cognitivos e práticas sociais, recorrendo aos sistemas de significação socialmente elaborados e aos processos de ancoragem e de objetivação. Desse modo, a base teórica dessa pesquisa sustentou-se em: Moscovici (1978), Jodelet (2001) e Ornellas (2001; 2008; 2010; 2017), no campo das representações sociais; Costa (2008a), Foucault (2009), Merleau-Ponty (2009) e Porto (2006), no que tange ao fenômeno da (in)visibilidade; Charlot (2008), Kupfer (2009) e Ornellas (2001; 2008; 2009; 2017) no que concerne à educação contemporânea. Percorrida a trilha metodológica alicerçada na revisão de literatura e análise dos dados que emergiram nas entrevistas, desenhos e rodas de conversa, os resultados revelam que as representações sociais dos sujeitos da pesquisa sobre o aluno (in)visibilizado ancoram-se em: afeto; conflito; desejo e (des)compromisso. Desse modo, que o investimento libidinal aqui corporeificado evoca o olhar de professores ante ao fenômeno da (in)visibilidade e provoca outros pesquisadores a aprofundarem seus estudos sobre essa temática, posto que toda pesquisa é uma aposta inconclusa, um contínuo advir.
- ItemEntre desejo e demanda de conhecimento escolar: cri(a)me aluno-sujeito(2019-04-10) Santos, Priscila Oliveira de Almeida; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Voltoline, Rinaldo; Veras, Marcelo Frederico Augusto dos Santos; Hetkowski, Tânia MariaA presente pesquisa – Entre o desejo e a demanda de conhecimento escolar: cri(a)me alunosujeito – tem como objetivo de estudo: analisar se o desejo do aluno-sujeito pode escutar a demanda de conhecimento advinda da escola, de maneira a possibilitar que este sujeito opere seu próprio estilo no processo do aprender. O estudo parte da escuta de um dos dilemas da escola: o não investimento do aluno-sujeito no tocante ao conhecimento que a escola transmite. Ao fazer essa escuta, algumas questões emergem: qual o lugar e a posição do aluno-sujeito, enquanto sujeito de desejo, diante da demanda de conhecimento produzida pela escola? Quais as implicações disso em seu processo do aprender? Os objetivos foram trabalhados a partir dos aportes teóricos que sustentaram esta pesquisa, a saber: Freud (1996), Lacan (1967-68; 1985; 1986; 1988b; 1992; 1995; 1998; 1999; 2002; 2003; 2007; 2016), Melman (1997; 2000), Miller (2005; 2012; 2013) e Charlot (2000; 2005; 2010; 2014); Kupfer (1997; 1999; 2000; 2005; 2007), Ornellas (2005;2010; 2011; 2014; 2016), Bauman (1998; 2003), Foucault (1973;1988;1994;1996;2001), Gramsci (1982;2006), Lajonquière (1997;1998;2006), Voltolini (2012). A rota metodológica foi de cunho qualitativo, sob o viés do método analítico, por se tratar de um estudo que trabalha, ao mesmo tempo, a complexidade da situação e a dimensão subjetiva do sujeito. Para delimitar a construção teórico-metodológica pertinente a esta investigação, a referencio na abordagem da psicanálise e da educação. Os dispositivos realizados foram: conversação e escuta individualizada, com nove alunos-sujeitos do sexto ano do Ensino Fundamental II de uma escola da rede pública de ensino da cidade de Salvador. Os relatos foram degravados e analisados a partir dos pressupostos psicanalíticos que norteiam a pesquisa, por possibilitarem a escuta dos ditos, não-ditos, silêncios e pausas dos sujeitos investigados. Os significantes capturados neste processo, tais como: crime, crente, crescer e querer ser balizam os discursos dos alunossujeitos no caminho singular do desejo diante dos enfrentamentos com a demanda de conhecimento escolar que lhes é imposta.
- ItemEntre viagens, leituras e leitores: a itinerância da biblioteca Anísio Teixeira(2009-05) Marques, Zélia Malheiro; Souza, Elizeu Clementino de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Beltrão, Lícia Maria Freire; Ornellas, Maria de Lourdes SoaresO presente estudo foi desenvolvido no contexto do Mestrado em Educação e Contemporaneidade - Universidade do Estado da Bahia – UNEB e propôs compreender como as práticas de leitura desenvolvidas pela Biblioteca Móvel Anísio Teixeira - BMAT, junto às escolas rurais do município de Caetité/BA, têm ou não constituído leitores. Os encontros de leitura em espaços culturais como a Escola Janir Aguiar, escola rural multisseriada, desativada com o processo de nucleação dessas escolas e a Casa Anísio Teixeira, em Caetité, serviram para pensar as narrativas de leitura, elegendo o diário, enquanto registro dos trabalhos desenvolvidos. Essas estratégias possibilitaram implementar discussões oriundas do processo de constituição leitora, levando-se em conta o sujeito-leitor, suas narrativas de leitura, tanto as pessoais, quanto as sociais e suas relações em ambientes urbanos e rurais. Teoricamente a pesquisa ancorou-se em autores do campo da formação e da leitura, tomando estudos desenvolvidos por Nóvoa (1988), Pineau (1999), Poirier et al (1999), Josso (2004), Souza (2006), Chartier (2001), Lacerda (2003), Paulino (2004), Cordeiro (2006), Abreu et al (2007). A pesquisa, de natureza qualitativa, foi desenvolvida, a partir da abordagem (auto) biográfica, enquanto método de pesquisa e, para a coleta dos dados, foram utilizados os diários e as narrativas de leitura. A análise das fontes foi confrontada com as fichas de empréstimo de livros (BMAT) e com alguns trabalhos realizados nas escolas Janir Aguiar e Altair Públio, resultantes das práticas de leituras da BMAT. O estudo, portanto, buscou dar visibilidade as práticas de leituras da BMAT para o diálogo com as experiências locais, confirmando a singularidade e a não linearidade das leituras. A família e os espaços imbricados apareceram como guardiãs das histórias, muito mais do que as escolas. Do contato com o processo de constituição leitora em espaços de ausência de impressos como as escolas rurais do Município de Caetité, as presenças referentes às experiências leitoras, tanto pela via da linguagem poética, quanto pelas brincadeiras e narrativas da oralidade instigaram os leitores à discussão das leituras culturais. Os leitores, de uma visão mais idealizada da leitura, começam a revelar a idéia de pertencimento e, ao trazerem a iniciativa de criação do espaço de cultura no lugar em que funcionou a escola multisseriada, revelaram significados da leitura, seja pela utilidade, seja pelo entretenimento e lazer como proposta de pensar a cultura local em consonância com outras culturas.
- ItemÉrastes e Erômenos: representação social de adolescentes sobre os afetos na relação professor-aluno(2008-12-23) Silva, Luciana Rios da; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Paiva, Mirian Santos; Leiro, Augusto César Rios; Alves, Lynn Rosalina Gama; Santos, Stela Rodrigues dosA educação contemporânea tem assumido um discurso de respeito às idiossincrasias e de valorização das singularidades. Entretanto, percebe-se, ao longo da história, que nossa vida afetiva tem sido sistematicamente negligenciada em função do aspecto cognitivo, nos mais variados ambientes de interação. No contexto escolar, essa situação se anuncia em resultados não satisfatórios, decorrentes de uma cisão entre aspectos cognitivos e afetivos. Este estudo investiga as representações sociais de adolescentes sobre os afetos na relação professoraluno. O locus de pesquisa é uma escola do município de Feira de Santana. Os objetivos investigatórios se delineiam na identificação dos afetos existentes no contexto escolar, enfatizando a relação professor-aluno e as implicações dessa relação no processo ensinoaprendizagem, além da investigação das representações sociais dos adolescentes sobre o afeto. É uma pesquisa de abordagem qualitativa e constitui-se em um estudo de caso com elementos etnográficos, tendo como sujeitos 12 adolescentes alunos de 7ª e 8ª séries. Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados a observação, entrevista e desenho. Após a coleta de dados, todo o material foi analisado à luz da análise do discurso, tendo como resultado as representações sociais sobre os afetos, que se ancoram em: (des) prazer, (des) enlace, desejo de aprender, (in) validar o aprender, professor (in) completo.
- ItemEscola (sub)versiva: representações sociais de aluno sobre a tessitura escolar contemporânea(2021-06-04) Silva, Tiara Santana da; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Oliveira, Ivanilde Apoluceno de; Camara, Antônio da Silva; Sales, Mary Valda SouzaA pesquisa nomeada de Escola (sub)versiva: representações sociais de aluno sobre a tessitura escolar contemporânea tem como premissa basilar investigar essa escola referenciada na teoria das representações sociais, balizada pela abordagem processual moscoviciana. Para tanto, problematiza o cenário educacional contemporâneo investigando qual a saída ou aposta necessária para que a subversão enquanto tragédia e caos se modifique em revolução e transformação deste processo, assim como perceber como os alunos se percebem nesta ambiência. Para compreender essas questões, objetiva analisar a tessitura na qual a escola (sub)versiva encontra-se engendrada na contemporaneidade, apreendendo as representações sociais do aluno acerca desta. São objetivos específicos: analisar a tessitura na qual a escola (sub)versiva encontra-se engendrada na contemporaneidade; caracterizar o ensino subversivo como uma aposta necessária para que a subversão se transmute num ato de transformação e investigar as representações sociais do aluno acerca desta escola (sub)versiva. O campo empírico foi realizado no Colégio Estadual Carlos Marighella, Stiep, Salvador (Ba), na modalidade pesquisa qualitativa em estudo de caso com quatro sujeitos do 2º ano do Ensino Médio, por meio dos dispositivos de entrevista semiestruturada, desenho e grupo focal. Os dispositivos sofreram uma torção no que tange à sua aplicabilidade, devido à pandemia da Covid-19, os quais foram realizados de forma online com mediação digital através da Plataforma Teamlink. Esse estudo é fundamentado pela letra dos teóricos: Serge Moscovici (1971; 2012) Denise Jodelet (2001) Marková (2006); Ornellas (2016; 2018; 2020), Saviani (2013), Paula Sibilia (2012), Mosé (2018), Jorge Larossa (2018), Masscheslein e Simons (2018) e no ensino subversivo com os autores: Neil Postman e Charles Weingartner (1978); Moreira (2000) e Ausubel (1963). Os resultados emergiram revelados pelos princípios da análise do discurso de vertente francesa de Pêcheaux (2011). Os resultados da pesquisa apontam que apreensão dos sujeitos sobre a escola (sub)versiva: na tessitura escolar contemporânea está ancorada em representações sociais de ser um lugar de conhecimento, aprendizagem, cuidado e amor; na subversão enquanto caos e tragédia como sendo demarcada pela necessidade de remuneração digna dos professores; e como revolução e transformação com vistas a uma escola do futuro e criação de uma sub versão da escola enquanto instituição. Essa pequena versão delineia-se pela aplicação das tecnologias digitais e por meio da reconfiguração da relação professor-aluno em que o aluno se torna protagonista em seu processo de aprender e desejante de estar neste lugar e o professor é um mediador nessa caminhada.
- ItemA escola não-toda: estilo que opera o encontro do desejo de ensinar e aprender(2021-07-26) Costa, Áquila Thalita Sampaio; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Silva, Edilene Maria Antonino da; Merletti, Cristina Keiko Inafuku de; Farias, Larissa Soares OrnellasA presente pesquisa – A escola não-toda: estilo que opera o encontro do desejo de ensinar e aprender – tem como objetivo de estudo: analisar a possibilidade de uma escola nãotoda que fomente o estilo do professor levando em conta o encontro com o desejo de ensinar e aprender. O estudo parte da escuta sobre uma questão que não perpassa à educação: consentir à falta. Ao realizar essa escuta, uma questão se revela: em qual estilo pode operar uma escola não-toda que possibilite espaço para o desejo de ensinar e aprender? Os objetivos da pesquisa foram trabalhados a partir da colaboração dos teóricos: Agambem (2009), Birman (1994), Charlot (2006), Dunker (2016, 2020), Foucault (2014), Freud (1976, 1925, 1932, 1980), Kupfer (2006, 2013, 2010), Lacan (1970-71, 1964, 1969-70, 1972-73, 1981), Lajonquière (1999), Marcos (2014), Miller (2006), Mrech (2001), Ornellas (2017a), Ornellas (2018b), Pereira (2016), Quinet (2000), Soler (2005), Voltolini (2011), Vorcaro (2018). O percurso metodológico está sob o viés do método clínico de análise, por se tratar de um estudo que trabalha a dimensão subjetiva e legitima o conceito psicanalítico de sujeito do inconsciente. Para delimitar a construção teórico-metodológica concernente a esta investigação, investiu-se na aproximação da psicanálise e da educação através da pesquisa de natureza qualitativa. Os dispositivos utilizados foram a entrevista semiestruturada e o desenho, com três professores sujeitos de uma escola da rede pública de ensino do distrito de Maria Quitéria – BA. As narrativas foram transcritas e analisadas a partir da escuta clínica psicanalítica lacaniana, que guiam essa pesquisa, por viabilizar a escuta do entre, dos enunciados, das enunciações, dos ditos, não-ditos e lapsos dos três sujeitos pesquisados. Alguns significantes capturados no discurso desses participantes orientam o caminho singular para a assunção de um estilo que fomente a escola não-toda, dentre eles destaco: interação, conflito, construção, atravessamentos, falta, invenção e ruptura que balizam neste escrito os achados da escola não-toda, a qual não comporta o que pode ser homogêneo e coletivo.
- ItemA escuta do acompanhante terapêutico escolar: giros discursivos no picadeiro(2020-06-22) Santos, Juliana Viveiros Barbosa König dos; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Lerner, Ana Beatriz Coutinho; Dantas, Tânia Regina; Farias, Larissa Soares OrnellasEste estudo fundamenta-se no enlace da psicanálise e educação, a partir da escuta de acompanhantes terapêuticos escolares (ATE) que se mobiliza através das questões: Em que trama “linguageira” o seu fazer discursivo se efetua? Lacan (1992) firma o sujeito como efeito do discurso. Os objetivos da pesquisa foram: Analisar os giros discursivos a partir da escuta de acompanhantes terapêuticos escolares no entre lugares (entre o pedagógico e o terapêutico). Os específicos: Identificar a posição discursiva das acompanhantes terapêuticos escolares situada entre os quatro discursos; Escutar as alternâncias das posições discursivas da práxis de ATEs, movidas entre o discurso pedagógico e o terapêutico; Apreender o estilo discursivo de acompanhantes terapêuticos escolares na inclusão da criança com impasses na estruturação subjetiva. O ATE ao situar-se em direção ao discurso do analista, posiciona-se como semblante do saber no contexto escolar em uma práxis sob o efeito da linguagem. Conforme Fink (1998), a psicanálise é um discurso que faz efeito no mundo, que não conforma uma explicação completa dele, pois “em qualquer práxis e praticamente em qualquer campo, há discursos diferentes ajustados para momentos diferentes, e em contextos históricos, sociais, políticos, econômicos e religiosos diferentes” (FINK, 1998 p. 175). Há uma sustentação que é a linguagem a condição do próprio inconsciente, assim como o inconsciente é condição para a linguagem (LACAN,1992). Desse modo a escuta deste estudo ocorreu por via de duas rotas metodológicas: a) entrevista aberta em vista de atentar-se a fala e as idiossincrasias, bem como a teia de significantes (ORNELLAS, 2011). A qual dirigiu-se para seis sujeitos participantes b) escuta no grupo, a partir de reuniões de supervisão de ATEs, assentadas na orientação psicanalítica, dirigida para 9 participantes. Foi possível escutar o sujeito-ATE e como este opera por via dos giros discursivos em sua práxis. Movimentos permeados por suas singularidades, como efeitos dos discursos presentes no contexto escolar sobre aqueles se dirigem no acompanhamento por via discurso singularizante, o que permeou achados na posição discursiva que se opera entre o terapêutico e o pedagógico (BERLINCK E FRÁGUAS, 2001). A análise do dizer e do dito constitui-se por via da “noção de discurso em Lacan deve ser compreendida sempre como heterogeneidade, entre fala e língua entre significação e valor, entre enunciação e enunciado, entre dizer e dito” (DUNKER, PAULON E MILÁN 2016 p. 147).
- ItemA escuta do saber-fazer do coordenador pedagógico pelo professor: um estudo em representação social(2011-10-21) Magalhães, Poliana Marina Mascarenhas de Santana; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Souza, Clarilza Prado de; Oliveira, Maria Olívia MatosA escuta do saber-fazer do coordenador pedagógico pelo professor: um estudo em representação social é uma pesquisa que buscou apreender as representações sociais do professores sobre o saber-fazer do coordenador pedagógico, com vistas a compreender a relação estabelecida entre estes dois profissionais, e perceber como a relação tecida entre eles pode interferir no ato educativo. Nesta perspectiva, a questão norteadora gira em torno dos seguintes questionamentos: Quais as representações sociais que o professor tem do coordenador pedagógico e do seu saber-fazer? Qual a relação estabelecida através dessas representações? De que maneira essa relação pode influenciar no ato educativo? Quais são os processos mentais nos quais essas representações se assentam? Quais os comportamentos susceptíveis de promover? O marco teórico se funda na teoria das representações sociais, tomando como referência a abordagem processual defendida por Moscovici (1978); e, nos autores que discutem sobre o coordenador pedagógico e a supervisão educacional, bem como alguns construtos sobre psicanálise e educação. O método trilha pelos caminhos da abordagem qualitativa, os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: a observação, a entrevista semi-estruturada e o desenho. O lócus deu-se numa escola da rede estadual de ensino do município de Feira de Santana, os sujeitos foram oito professores do Ensino Fundamental - anos finais – e Ensino Médio, de ambos os sexos, com idade entre 23 e 50 anos. Após a coleta de dados, o material foi analisado à luz da análise do discurso de vertente francesa, tendo como resultado as representações sociais sobre o saber-fazer do coordenador pedagógico, que se ancoram em: mediação, forma-ação, escuta, co-ordena e (im)possibilidade. Assim, pretendeu-se não apenas apreender as representações sociais do professor sobre o saber-fazer do coordenador pedagógico, mas perceber em que lugar e posição estas representações estão ancoradas, de que modo são comunicadas, e consequentemente, como mediam à implicação escrita e inscrita no saber-fazer do coordenador pedagógico, sujeito que ao mesmo tempo se distancia e se aproxima do seu savoir-faire.
- ItemFamília recomposta na escola: devorar o modelo, amar a diferença(2016-04-08) Bittelbrunn, Edna; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Batista, Douglas Emiliano; Alcântara, Miriã Alves Ramos de; Farias, Larissa Soares Ornellas; Costa, Livia Alessandra Fialho daEsta pesquisa doutoral Família recomposta na escola: devorar o modelo, amar a diferença teve como objetivo analisar de que forma a escola apreende os diferenciados arranjos familiares, que se pronunciam através dos alunos que acolhe, com destaque para a especificidade das famílias recompostas. Buscou-se discutir o espaço das famílias nas interlocuções com a escola e analisar as relações e/ou as denegações vividas pelos sujeitos envolvidos. Para tal, elegeu-se um estudo empírico, em escola pública de porte médio, contemplando pais em situação de recomposição (cinco mães e uma madrasta), professores (três homens e duas mulheres da série/ano em que os filhos dessas famílias estavam matriculados) e uma especialista em psicopedagogia. Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados, desenhos expressivos e entrevistas e foi realizada a análise qualitativa dos dados, tendo como referência estudos nas áreas de Psicanálise, Educação e Sociologia. A análise objetivou discutir, através de rituais escolares presenciados e construídos pelos sujeitos, como os conceitos de família originam-se e desenvolvem-se no contexto escolar. Os profissionais da educação relataram como escutam as famílias diferenciadas presentes na escola e os familiares apontaram suas experiências de acolhimento (ou não) pela escola. Os resultados obtidos foram alimentados pela literatura da área, a fim de levantar semelhanças e divergências, salientando que a contemporaneidade ainda não contempla um recuo necessário de pesquisas sobre famílias recompostas, em suas aproximações com a escola, que propiciem um conhecimento mais conciso desses objetos complexos. A análise dos instrumentos de coleta de dados nos direciona para um “entrelugar” de família e escola, onde relações cambiantes entre o tradicional e a abertura de diálogo frente a formatos diferenciados de família se apresentam. Há uma postura, por parte dos educadores, de chamamento de uma família nuclear (pai, mãe e filhos), com certo privilégio nos rituais escolares, mas também há a escuta de ruídos para a quebra desse paradigma frente a famílias que não obedecem tal composição (famílias recompostas, monoparentais, homoafetivas, dentre outras). Afina-se tal investigação com a ideia de que a apreensão pela escola do conceito ainda merece maturação, e de como se estruturam e funcionam as diferentes configurações familiares, anunciando-se, então, um tempo de maturação e aprendizagem. Lembrando que as configurações diferenciadas de família já se expressam na escola e no contexto social, de forma majoritária. Averiguou-se, assim, que o mal-estar na escola apresenta várias facetas, uma delas que se insurge pela (não) relação com as famílias nas suas tipologias variantes e seu dinamismo.
- ItemHieróglifos e pergaminhos: uma escuta do saber-fazer do professor da educação infantil(2009) Mendes, Flávia Oliveira dos Santos; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Beltrão, Lícia Maria Freire; Hetkowski, Tânia Maria; Souza, Elizeu Clementino deOs estudos sobre o saber-fazer do professor vêm ganhando espaço no cenário contemporâneo. A idéia de que os saberes docentes são plurais e construídos ao longo da prática, a partir das múltiplas possibilidades de trocas e interações, vem sendo foco de programas de formação continuada, que valorizam a escola como locus dessa formação. Esse movimento tem várias implicações, como trabalhar com os sujeitos em seu espaço de trabalho, o que favorece processos coletivos de reflexão e intervenção na prática pedagógica. Este estudo investigou como a prática da escuta e da escrita pode contribuir com o saber-fazer e a formação de professores da educação infantil. Os objetivos desta pesquisa se delineiam em analisar a pertinência da escuta e da escrita e se essas práticas são estruturantes e constituintes no saber-fazer do professor de educação infantil, refletindo o quanto a escuta do professor pode possibilitar uma fala ressignificada do seu saber-fazer. Como principais parceiros teóricos, destaco Freire (1980), Bakhtin (1986), Barbier (1998), Freud (1899), Ornellas (2005), Freire (2008), Tardif (2007), Nóvoa (2002) e Campos (2005), entre outros. A pesquisa tem cunho qualitativo numa abordagem etnográfica e teve como locus, dois centros de educação infantil, mantidos por uma instituição filantrópica da cidade de Salvador. A amostra da pesquisa foi composta por 08 sujeitos, que atuam como professoras em classes da educação infantil com crianças na faixa etária de um a seis anos. Priorizei como instrumentos de coleta de dados a observação, os registros escritos e a entrevista semi-estruturada. Os dados foram categorizados e analisados a partir do saber da experiência com inspiração de alguns constructos da análise do discurso e revelaram que, para os sujeitos desta pesquisa, a escuta do professor é importante para a sustentação de suas práticas, visto que se constitui em um espaço de diálogo onde a fala e a escuta são asseguradas, proporcionando trocas de experiências, desabafo de angústias, aprendizagens coletivas e reflexões sobre o saber-fazer.
- ItemHistórias de vida e o abandono da profissão docente: entre partidas e chegadas(2009-07-14) Santos, Geisa Arlete do Carmo; Souza, Elizeu Clementino de; Reis, Eduardo José; Catani, Denice Barbara; Ornellas, Maria de Lourdes SoaresO trabalho objetiva compreender o abandono da profissão por parte de professores, ao tomar os seguintes aspectos como questões norteadoras: o que caracteriza o abandono da profissão? Como os professores ingressaram e como se constituíram profissionais? Como os professores vivenciam a experiência profissional frente aos problemas da contemporaneidade? Para responder a essas questões, a pesquisa parte de levantamentos anteriores em estudos realizados pelo Sindicato de Professores no Estado da Bahia (SINPRO-BA), compreendendo o período de 1995 a 1998, para então se debruçar sobre o abandono da profissão professor no momento presente. Para tanto, no percurso metodológico, a pesquisa utiliza-se do recurso das narrativas das histórias de vida, por intermédio de entrevistas aos docentes que deram entrada a rescisões de contrato no SINPRO-BA, ou seja, daqueles que, de fato, demonstraram o abandono da carreira docente, caracterizados na pesquisa como colaboradores. Na análise, os dados oriundos das narrativas das histórias de vida são cruzados com os chamados ―ciclos de vida profissional‖, fases definidas por Hubermam (2000) para dar conta das causas que levam o professor a encerrar sua carreira antes do tempo, caracterizando o abandono da profissão. Com o intuito de atenuar o percurso narrativo característico do discurso acadêmico, a pesquisa lança mão de uma série de metáforas, notadamente, a metáfora do trem, da sua trajetória, das suas estações, paradas e do ponto de chegada, para sistematizar dimensões concernentes ao abandono da profissão.
- ItemInibição no fuxico de aprender(2012-09-25) Fonsêca, Ludmilla Lopes da; Ornellas, Maria de Lourdes Soares; Mrech, Leny Magalhães; Farias, Larissa Soares Ornellas; Alves, Lynn Rosalina GamaO presente estudo nomeado Inibição no Fuxico de Aprender visa contribuir para a educação contemporânea. Uma avaliação dos debates atuais no campo da educação é suficiente para perceber um contíguo de proposições em torno da temática dificuldade de aprendizagem. Na tentativa de explicação destas sucedem-se novas concepções teórico-epistemológicas principalmente nas áreas de educação, psicologia e psicanálise. Diferentemente do utilizado no senso comum neste trabalho o foco terminológico se dá na “inibição no ato de aprender” com vistas à possibilidade de ampliação dos estudos de tal fenômeno, pois o compreendo como aquele que dá possibilidade de entendimento com relação a uma função, não tendo necessariamente, uma implicação patológica o que também o faz transitório. A inibição é a demanda que ocorre, unicamente, na dimensão do eu e se expressa como uma limitação funcional neste caso trato da inibição do saber e tenho como problema avaliar de que maneira o professor lida com os afetos prazerosos/desprazerosos que envolvem a relação com o aluno no processo de inibição no ato de aprender e como objetivo geral analisar os processos constitutivos do aluno com inibição no ato de aprender com vistas a encontrar alternativas que emerjam no aluno o desejo aprendente. A concepção teórica a qual esse estudo se sustenta é a interface psicanálise e educação e os teóricos os quais me apoio são Freud, Lacan, Kupfer, Mrech, Ornellas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e os instrumentos selecionados para coleta foram: observação, entrevista narrativa e narrativa imagética. A análise dos dados foi tratada pela análise do discurso, os sujeitos em número de seis foram selecionados pelo critério do desejo e o locus optou-se por uma escola da rede municipal da cidade de Salvador. Os achados desta pesquisa estão representados pelos extratos: aluno inibido na sala de aula, a presença da família, o manejo docente, a não permanência na sala de aula etc. Expressa-se nas (in)conclusões que para pensar essa inibição faz-se preciso escutar para que o aluno encontre na sala de aula seu lugar para aprender. Diante de tal exposição refiro que a metáfora do fuxico e sua conexão com a inibição no ato de aprender é a minha tentativa de contribuição com a proposta de interface entre Psicanálise e Educação.