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- ItemAos meus queridos amigos: Maria Adelaide Amaral da literatura à TV(2016-03-31) Neves, Eliana Sales Vieira; Oliveira, Sayonara Amaral de ; Carvalho, Maria do Socorro; Vieira, Nancy Rita FerreiraNeste estudo, propõe-se analisar a adaptação do romance Aos meus amigos, publicado em 1992,para a minissérieQueridos amigos, exibida pela Rede Globo, em 2008, ambos de autoria de Maria Adelaide Amaral. Considerando tratar-se de uma produção veiculada nas mídias do livro e da televisão, investiga-se o papel da escritora em sua relação com esses dois campos de atuação artístico-cultural,o que permite constatar o cruzamento entre diversas esferas da cultura e entre diferentes linguagens. No tocante às produções analisadas, o romance e a minissérie contam a história de uma família de amigos em São Paulo e fazem uma avaliação dos ideais da juventude brasileira nos anos 1970. O processo adaptativo do romance à televisão é analisado levando em conta as significativas transformações na mentalidade, no comportamento e nos costumes que foram vivenciadas pela geração representada, com ênfase nos temas da memória da tortura ocorrida durante a ditadura militar e das transgressões aos limites estabelecidos pela norma patriarcal para a família, enfocando o casamento e a sexualidade. Para orientar a discussão desenvolvida neste estudo, toma-se o pensamento de Néstor G. Canclini (2013) acerca da reação dos profissionais da cultura quanto à tentativa de adaptar-se àatualização do mercado e às exigências da indústria cultural; as reflexões de Arlindo Machado (2000), para quem a televisão pode ser abordada como um dispositivo audiovisual através do qual uma civilização pode exprimir a seus contemporâneos os seus próprios anseios, dúvidas e inquietações; o entendimento de memória a partir do conceito de guinada subjetiva, empreendido por Beatriz Sarlo (2007); bem como a teoria da performatividade do gênero, de Judith Butler (2002), entre outros estudiosos. O propósito que norteia este trabalho investigativo incide no pressuposto de que observar as imagens criadas e divulgadas pela televisão contribui para a compreensão do lugar desse veículo comunicativo na realidade cultural do Brasil, uma vez que pensar sobre as representações disseminadas por essa mídia conduz à discussão de aspectos relevantes da sociedade
- ItemCem anos de solidão: o impossível de nomear(Universidade do Estado da Bahia, 2023-06-01) Soares, Milena Nogueira Franco; Silva, Márcia Rios da; Oliveira, Sayonara Amaral de; Castello Branco, LuciaEsta dissertação tem por objetivo trabalhar a ideia das heranças entendidas como transmissão de uma história, as possibilidades narrativas de construção do que foi herdado pelo sujeito a partir do processo de nomear e o que se encaminha para o impossível da nomeação, encontrando a palavra solidão como suporte ao indecifrável. O romance Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, é objeto de estudo na elaboração dessa escrita, levantando questões sobre a trajetória em torno da nomeação. As heranças dão espaço para pensar o que antecede a constituição humana e que faz marca na vida do sujeito, o que ele herda de uma história e transforma em uma narrativa própria. América Latina, Macondo e o contexto familiar dos Buendía são considerados nessa dissertação, de modo a trazer à tona as possibilidades de compreensão daquilo que parece escapar à linguagem e que, ao ser nomeado, pode ter um lugar de existência. A escrita do romance revela algo que insiste em ser dito e é em torno de uma narrativa que não se esgota, de continuar escrevendo e contando histórias, que Cem anos de solidão entra como ressignificação de heranças. Para desenvolver esse estudo, os campos da psicanálise e literatura se encontraram na escrita dando aporte aos enigmas da nomeação que se apresentaram ao longo do percurso. O que se coloca em questão nessa pesquisa são as possibilidades de caminhar desconstruindo destinos prontos e construindo novas narrativas. Gabriel García Márquez nomeou uma história herdada através da solidão, revelando o campo da escrita literária como caminho de elaboração a partir da nomeação.
- ItemEncruzilhadas no coração de Shirley: a cidade, o gênero e o corpo no cinema de Edyala Iglesias(2015-03-09) Brito, Jober Pascoal Souza; Carvalho, Maria do Socorro Silva; Oliveira, Sayonara Amaral de; Lima Neto, Djalma RodriguesEste trabalho adota a cidade, o gêneroe o corpocomoelementos temáticos queatraem a nossa atenção e nos ajudam a compreender o curta-metragem realizado em 2002 por Edyala Iglesias,o qualnos serviráde escopocientífico. Tomamos diferentes acessospor onde circundamfragmentos, mitos, fantasmas,imagens, ritoscomo uma via produtiva para chegaraocoração de Shirley.A cidade invisível, o desdobramentodas inúmeras redes discursivas que contemplamo gênero do/no cinema, bemcomoas imagens de umcorpo-labirínticorepresentado emEvae Shirley, personagens do filme, serão nossas encruzilhadas. O coraçãoé o grande circuitopor onde se entrecruzamas metáforas que inseremo mundo convulso das personagenseexibem, alegoricamente, as novas centralidades do mundo contemporâneo. A partir de uma constatação do atual contexto de espetacularização das cidades contemporâneas, procuramos investigar quais “micro-resistências”resultam desse processo e quaisexperiênciasurbanassão estimuladasno corpo das personagens,configurando diferentes corpografias.No cruzamento de saberes, vozes, imagens, olhares, femininos e masculinos, vemos emergir na contemporaneidade uma pulsão muito particular do cinema pelo entrelugar, através da figura emblemática da travesti, como uma tentativa de escamotear as próprias definições classificatórias do que vem a ser um homem e uma mulher. O efeito é arrebatador,principalmente porque essas entidadestendem a dar significado à dissolução de inúmeras fronteiras e guardam, como no mito de Pandora, a caixa de segredosentre o que é e o que parece ser, num jogo de espelhos estilhaçados ante o desejo humano
- ItemEntre alienígenas, mutantes e zumbis: os mash ups literários de Machado de Assis(2021-06-18) Santos, Rebeca Fabiana Ferreira da Silva; Santos, Oton Magno Santana dos; Oliveira, Sayonara Amaral de; Oliveira,Rogério Soares deA literatura contemporânea está em constante processo de transformação, devido ao fato de impulsionar operações diferenciadas de cunho criativo na composição de produções literárias. Essas modificações impulsionam a reorganização de papeis no seio literário, sobretudo o do leitor que, deslocando-se da alcunha da passividade, vê-se motivado a participar e explicitar sua criticidade acerca do que consome. Uma das nuances obtidas a partir da emancipação leitora é o fato de esses indivíduos transformarem-se em novos produtores e, ainda que de forma estigmatizada, gerarem produções a partir de outras já existentes, consolidando as práticas apropriativas. O mash up literário, técnica de apropriação que consiste na mixagem por aglutinação de duas ou mais obras literárias (geralmente pela mistura de elementos textuais de obras canônicas e contemporâneas), insere elementos da cultura de massa nas suas produções, como zumbis, mutantes, alienígenas, elementos de ficção científica e afins, consolidando-se como uma forma recente de produção no segmento literário. Contudo, esse modelo de escrita encontra-se em processo de reconhecimento, haja vista que se trata de fazer com que obras canônicas e seus escritores se desloquem de um lugar de autoridade e passem a ser pensados como geradores de atividades, conforme endossa Nicolas Bourriaud (2009), na teoria da pósprodução. Para que isso aconteça, o sujeito ledor se apropria da proposta da cultura participativa de Henry Jenkins (2009), que fomenta um perfil mais crítico do indivíduo em relação ao que lê. Com base nessa discussão, esse estudo investigou de que forma as apropriações textuais contemporâneas executadas através das obras Dom Casmurro e os discos voadores (2010), O alienista caçador de mutantes (2010) e Memórias Desmortas de Brás Cubas (2010) deflagram novos modos de leitura e escrita na contemporaneidade, repaginando a linguagem, o perfil dos personagens e o enredo trazidos pela escrita de Machado de Assis nas obras clássicas Dom Casmurro (1899), O Alienista (1882) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (1880). A pesquisa desenvolvida foi de natureza qualitativa, sob o viés bibliográfico, tomando como base os preceitos de Fabio Akcelrud Durão (2020) e Antônio Joaquim Severino (2007). A partir da análise dessas produções apropriativas, foi possível visualizar que os autores apropriadores executam releituras que acompanham o seu repertório leitor e intelectual de maneira bastante subjetiva, deflagrando, de forma assertiva, os papeis de leitores partícipes no lastro literário. Além disso, no contexto prático, os releitores permitem a compreensão acerca do papel da emancipação leitora, que atravessou vários percalços no contexto historiográfico literário, hoje sendo capaz de inserir outros sentidos e visões para pensarmos o fazer literário. Além dos teóricos supracitados, estudiosos como Roger Chartier (1998, 2002, 2003, 2010, 2011), Roland Barthes (2004), Jorge Luis Borges (1951), Leyla Perrone-Moisés (1990), dentre outros, fundamentam esse estudo.
- ItemFanfics, googlagens & cia.: apropriação e autoria no Século XXI(2021-09-27) Costa, Carolina Araújo Santiago; Oliveira, Sayonara Amaral de; Gonzaga, Elisabeth; Azevedo, LucieneNa contemporaneidade, é notável o surgimento de novas tecnologias atreladas à internet, e um aumento gradativo da oferta cultural. Nesse cenário, novas práticas são pensadas frente aos recursos disponíveis e cada vez mais torna-se evidente o crescimento de expressões artísticas que se baseiam na apropriação de elementos pré-existentes, os quais são reescritos, recriados ou reapresentados sob novas perspectivas. O presente trabalho consiste em refletir a respeito da noção de autoria emergente nessas expressões artísticas, enfocando o autor de escrita não criativa, isto é, apropriativa, como um “gênio não original”, o qual atua no contexto da “cultura do uso” ou cultura do reaproveitamento. A reflexão é feita a partir do mashup literário, da fanfiction, do MixLit e da Poesia do Google, que são as modalidades de escrita analisadas nesta dissertação, a fim de discutir a concepção de autoria na contemporaneidade. Debates em torno da autoria são revisitados, tendo como principais fontes teóricas os textos de Nicolas Bourriaud (2009), que cunhou o termo “cultura do uso”, de Kenneth Goldsmith (2011), que define a “escrita não criativa” e de Marjorie Perloff (2013), com seus estudos sobre originalidade e criação, que formulou o termo “gênio não original” para nos ajudar a pensar a autoria nas práticas de apropriação e de reuso. A partir desses teóricos, entre outros, esta dissertação propõe-se a reconhecer que há um esvaziamento das definições dicionarizadas de autoria, genialidade, criatividade e originalidade, as quais não dão conta das quatro modalidades de escrita acima elencadas, levando à necessidade de pensar em novas formas de abordar tais escritas no século XXI.
- ItemHarry Potter e a institucionalização de um fenômeno cultural convergente(2015-03-24) Campos, Roberto Rodrigues; Oliveira, Sayonara Amaral de; Silva, Márcia Rios da; Pereira, Maurício Matos dos SantosNesta dissertação, pretende-se discutir como a série Harry Potter se tornou um fenômeno literário ecultural, apresentando os caminhos para a sua institucionalização e para a criação da marca Harry Potter. Para tanto, a série será analisada como um fenômeno da cultura de convergência, nos termos de Henry Jenkins, considerando os diversos meios e suportes a partir dos quais a narrativa Harry Potter se ramifica. Dentre esses meios e suportes, será dado destaque à Plataforma Pottermore, sítio criado pela autora da série para dar continuidade ao fenômeno no mundo digital, e o site floreioseborroes.net, produzido por um grupo de fãs brasileiros da série para a criação e publicação de narrativas em torno de Harry Potter, as chamadas fanfictions. Na abordagem desses dois sites, ambos os domínios (da autora e do público leitor) serão avaliados a partir das seguintes peculiaridades da cultura de convergência: de um lado, as estratégias criadas pelo produtor literário para assegurar o seu público e manter o controle sobre a sua criação; de outro, a autonomia e liberdade do público para construir histórias à revelia do autor, o que se torna possível graças ao crescimento da cultura midiática na contemporaneidade
- ItemLendo Lolita em Teerã - Um passeio pela república da imaginação(2013-05-08) Brito, Caio Vinicius de Souza; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Oliveira, Sayonara Amaral deNeste estudo investigou-se como Azar Nafisi, escritora iraniana, em sua obra Lendo Lolita em Teerã, recorreu à leitura de obras proibidas da cultura ocidental, em companhia de sete de suas jovens alunas, para resistir à opressão do regime fundamentalista tão nocivo à liberdade das mulheres. Mulheres que repensaram suas vidas, reorganizaram seus sonhos, desejos e fantasias, preservaram suas identidades, alimentadas por uma conversa desinteressada sobre livros proibidos. Essa experiência de leitura, realizada num espaço privado a sala de estar da casa de Nafisi configura-se como um exílio interno para elas, como uma forma de manter sua integridade psicológica frente ao confisco brutal de suas identidades. Fez-se uso de alguns autores, a exemplo de Gaston Bachelard, Maurice Halbwachs, Sigmund Freud, Michèle Petit, Mario Vargas Llosa, Lilian de Lacerda e Evelina Hoisel, para dar suporte teórico ao estudo. Na obra memorialística Lendo Lolita em Teerã, a leitura literária, para Azar Nafisi, preenche as insuficiências da vida, faz com que a vida seja algo mais tolerável. A leitura assume três funções essenciais para as protagonistas: de um espaço de liberdade; de formação e o resgate da memória individual e coletiva e de preservação de suas identidades em meio aos ditames da República Fundamentalista Islâmica
- ItemNos traços da mulher: a menina negra na literatura infantil negro-brasileira(2016-04-29) Santos, Shirlene Almeida dos; Oliveira, Sílvio Roberto dos Santos; Oliveira, Sayonara Amaral de; Souza, Marcos Aurélio dos Santos SouzaNo imaginário infantil, comumente, as histórias se iniciam com a célebre frase “Era uma vez”, em geral sucedida pela descrição da princesa apresentada como bondosa, bonita, sábia e de pele clara que supera os infortúnios vindouros, se apaixona e vive feliz para sempre. A literatura infantil está repleta de representações como essas, que se consolidaram ao longo do tempo e contribuíram para a ausência dos negros no cenário literário e/ou para uma representação objetificada, historicamente iniciada com o processo escravagista, fortalecendo, assim, a proliferação de uma série de estereotipia em relação ao negro. Quando analisamos a presença do negro, mais especificamente da menina negra na literatura, descobrimos que a maior parte das produções foi feita por brancos representando personagens negras como verdadeiras caricaturas, pois, de acordo com Cuti (2010), os autores brancos se recusam a abandonar sua brancura no ato da produção literária, logo, não acessam a subjetividade negra. Para estar no lugar do outro, para tentar traduzir o outro é necessário um desprendimento de si mesmo. Mediante tais constatações buscamos outras formas de ler a menina negra na literatura infantil e julgamos que ninguém melhor para falar das meninas negras de agora do que as meninas negras de outrora (mulheres). As mulheres negras possuem a experiência de menina negra já vivida e o anseio de representações futuras. A mulher negra quando escreve pensa em todo seu coletivo. A literatura escrita por negros sobre os negros possui muitos objetivos, dentre eles, o de combater o racismo e a estereotipia. A literatura negra é o grito dos que tinham direito apenas ao sussurro, é a voz dos ditos marginais, é a escrita das suas experiências e questões. É a voz de homens, mulheres e crianças negras. O presente trabalho objetivo de analisar o que as mãos negras femininas têm produzido e como estas produções têm representado as meninas negras. E, diante da impossibilidade de analisar a representação da menina negra em toda historiografia literária brasileira, encontramos a editora Mazza, que publica obras infantis produzidas por negros, sobre negros, intencionando libertá-los dos estereótipos, empoderando-os. Por conseguinte, analisamos dez obras da editora Mazza escritas por mulheres negras representando personagens negras, a fim de verificar como os estereótipos marginalizantes, racistas e sexistas preconceituosos estão sendo desconstruídos. Martha Rodrigues, Madu Costa, Nilma Lino Gomes, Maria do Carmo Galdino, Patrícia Santana, Iris Amâncio e Kiusam de Oliveira são os nomes das escritoras negras que tem produzido textos literários que colocam em evidência as meninas negras, sua história, sua estética, sua religião, sua cultura e suas demandas. Este movimento de desconstrução, auto afirmação, combate ao racismo, escrita negra e propagação de novas representações negras se constitui em uma onda chamada de “nós por nós” (se a história é sobre o negro, deixem que eles segurem a caneta). Imbricado neste movimento de resistência foi que esta pesquisa bibliográfica insurgiu. Consideramos que esta discussão auxiliará no fortalecimento da premissa de que a história da escritora/menina negra não pode passar em branco.
- ItemUm olhar sobre o cinema experimental de Edgard Navarro, o Superoutro(2017-06-08) Barbosa, Maiara Bonfim; Carvalho, Maria do Socorro; Oliveira, Sayonara Amaral de; Brasil, José Umbelino de Sousa PinheiroEdgard Navarro é um dos representantes de um grupo marginado de realizadores audiovisuais que começou a filmar usando Super-8 na década de 1970, na Bahia. O preço mais acessível e o manejo simples do equipamento contribuíram para a difusão do estilo entre aspirantes como Navarro, que passou a usar o cinema como forma de expressão criativa. Começou com realizações que até hoje são lembradas: Alice no país das mil novilhas, O rei do cagaço; e Exposed. Ele exibiu seus filmes e a si mesmo, se envolvendo em polêmicas nas telas e fora delas. Navarro tenta manter o espírito superoitista, mesmo filmando em outras bitolas. Esse trabalho se propõe a analisar o emblemático Superoutro (1989), como exemplo da sua prática experimental, em consonância com o conceito de “invenção” descrito pelo crítico de cinema e realizador Jairo Ferreira (1986). O premiado média-metragem traz para a história um doido varrido que vira morador de rua, e, usando a imaginação, se transforma em um herói sem superpoderes que busca a própria liberdade. Superoutro é identificado como síntese da produção prévia e uma chave que pode facilitar a compreensão das realizações seguintes, que o retomam como lamento ou buscando a leveza propalada pelo personagem central, que desafia a lei da gravidade e se livra das prisões. A filmografia de Navarro e um documentário sobre ele, Edgard Navarro: as faces do cineasta gauche, são revisitados e usados como fontes. Textos escritos pelo próprio realizador e entrevistas concedidas por ele são articulados para apontar que a sua postura experimental desliza entre vida e obra. Tendo em vista a dificuldade de acesso aos materiais sobre a temática abordada, e visando colaborar com investigações futuras, a pesquisa sistematiza, nos apêndices, textos que estão atualmente dispersos na Internet, como um dos resultados do trabalho de pesquisa realizado.
- ItemTravessias de Machado de Assis pela cultura do livro(2015-03-31) Cordeiro, Antonia Claudia de Andrade; Oliveira, Sayonara Amaral de; Vieira, Nancy Rita Ferreira; Cordeiro, Verbena Maria RochaEstetrabalho discute o livro como um importante tema da prosa de Machado de Assis, através da análise do seguinte corpus: o contoCasa Velhae os romances Ressurreição, Amão e a luva, Helena, Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borbae Dom Casmurro. Buscou-se identificar representações do livro, concentrando-se nas relações construídas entre os principais personagens com esse objeto, tanto em sua materialidade quanto em sua representação como bem simbólico. São dois osprincipais objetivos dessa análise: apontar os motivos da escolha do tema do livro por Machado, relacionando-os ao envolvimento do escritor com os meios de produção da segunda metade do século XIX brasileiro, e compreender o alcance representativo do objeto livro nesse contexto. As metáforas construídas em torno do universo do livro são analisadas, portanto, levando em consideração a tecnologia da tipografia que fazia parte do cotidiano dos homens do referido século. Este estudo propõe que o tema do livro na prosa machadiana seja não apenas derivado dos trabalhos de Machado de Assis com a cadeia de produção do livro, mas também de sua experiência leitora. As hipóteses que norteiam este trabalho partem, então, dos seguintes pressupostos: Machado de Assis fora aprendiz de tipógrafo e, portanto, o seu domínio das artes gráficas aparece metaforizado ou citado diretamente em textos da sua prosa; o assíduo leitor de autores estrangeiros em que ele se tornou, permitiu-lhe sofrer a influência de outros escritores, destacando-se Laurence Sterne e Almeida Garrett, no que se refere à construção de textos metalinguísticos; e, por último, a forma como o livro está representado na prosa de Machado de Assis indicaria que ele desenvolveu não somente uma consciência narrativa, mas também uma consciência tipográfica, as quais, nos textos selecionados como corpusde análise, alimentam-se mutuamente. Como aporte teórico, buscou-se apoio, principalmente, na história do livro e na sociologia da leitura. Desse modo, estão presentes alguns trabalhos de Chartier (1994, 1999, 2001, 2007), Robert Darnton (2010), Laurence Halleweell (2012) e Marisa Lajolo e Regina Zilberman (2001, 2002, 2003).O interesse de Machado de Assis pelo tema do livro permite revelar o seu empenho pela solidificação de uma literatura nacional, que, em sua época, encontra no livro a forma de mídia mais prestigiosa.Palavras-chave: Machado de Assis.Prosa.Livro.Século XIX
- ItemVeredas críticas: a recepação de Primeiras Estórias de Guimarães Rosa(Universidade do Estado da Bahia, 2016-08-28) Rosendo, Patrícia Morais; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Oliveira, Sayonara Amaral de; Rocha, Flávia Aninger de BarrosA partir da realização de leituras e estudos relacionados ao que se falou acerca da obra de Guimarães Rosa, surgiu o interesse em analisar mais cuidadosamente a maneira em que se deu o processo da recepção de sua produção pela crítica literária brasileira. Busca-se examinar neste estudo o quanto a atitude receptiva do leitor ilustra o modo pelo qual a recepção tem um peso singular na constituição de um cânone e na historicidade da obra. Deste modo, a pesquisa trata de uma investigação no âmbito da leitura sobre as diferentes maneiras de recepção de uma produção literária, no caso Primeiras Estórias de João Guimarães Rosa, avaliando como o leitor crítico compõe e atualiza o quadro da leitura do livro em questão. Para tanto, o levantamento bibliográfico sobre o conjunto da produção crítica rosiana foi recolhido de recortes de jornais – colecionados pelo próprio Guimarães Rosa e preservados no Arquivo do autor no Instituto de Estudos Brasileiros na USP –, produzidos pela crítica impressionista no decênio compreendido entre os anos de 1962 a 1972; e em teses de doutoramento, dissertações de mestrado, artigos e ensaios publicados em revistas especializadas e livros, advindos da crítica acadêmica contemporânea, produzida entre os anos de 2003 a 2013. Como referência teórica norteadora utilizou-se especialmente a Teoria da Estética da Recepção, a partir das ideias de Hans Robert Jauss (1994) e de outros estudiosos, a exemplo de Antoine Compagnon (2012) e Antonio Candido (1973). A análise desse material coletado refere-se ao período da formação da crítica literária no Brasil, o que permite a reconstrução do processo de recepção e de suas conjecturas, uma vez que restaura a dimensão histórica da pesquisa, assinalando as mudanças ocorridas no cenário da crítica literária brasileira. Procura-se mostrar que a narrativa de Primeiras Estórias, publicado em 1962, ao favorecer um diálogo de várias gerações de leitores, sustenta a prerrogativa que tem garantido sua permanência e vitalidade, inquirindo como essas leituras críticas fomentaram a criação do cânone Guimarães Rosa.