Navegando por Autor "Oliveira, Sílvio Roberto dos Santos"
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- ItemNos traços da mulher: a menina negra na literatura infantil negro-brasileira(2016-04-29) Santos, Shirlene Almeida dos; Oliveira, Sílvio Roberto dos Santos; Oliveira, Sayonara Amaral de; Souza, Marcos Aurélio dos Santos SouzaNo imaginário infantil, comumente, as histórias se iniciam com a célebre frase “Era uma vez”, em geral sucedida pela descrição da princesa apresentada como bondosa, bonita, sábia e de pele clara que supera os infortúnios vindouros, se apaixona e vive feliz para sempre. A literatura infantil está repleta de representações como essas, que se consolidaram ao longo do tempo e contribuíram para a ausência dos negros no cenário literário e/ou para uma representação objetificada, historicamente iniciada com o processo escravagista, fortalecendo, assim, a proliferação de uma série de estereotipia em relação ao negro. Quando analisamos a presença do negro, mais especificamente da menina negra na literatura, descobrimos que a maior parte das produções foi feita por brancos representando personagens negras como verdadeiras caricaturas, pois, de acordo com Cuti (2010), os autores brancos se recusam a abandonar sua brancura no ato da produção literária, logo, não acessam a subjetividade negra. Para estar no lugar do outro, para tentar traduzir o outro é necessário um desprendimento de si mesmo. Mediante tais constatações buscamos outras formas de ler a menina negra na literatura infantil e julgamos que ninguém melhor para falar das meninas negras de agora do que as meninas negras de outrora (mulheres). As mulheres negras possuem a experiência de menina negra já vivida e o anseio de representações futuras. A mulher negra quando escreve pensa em todo seu coletivo. A literatura escrita por negros sobre os negros possui muitos objetivos, dentre eles, o de combater o racismo e a estereotipia. A literatura negra é o grito dos que tinham direito apenas ao sussurro, é a voz dos ditos marginais, é a escrita das suas experiências e questões. É a voz de homens, mulheres e crianças negras. O presente trabalho objetivo de analisar o que as mãos negras femininas têm produzido e como estas produções têm representado as meninas negras. E, diante da impossibilidade de analisar a representação da menina negra em toda historiografia literária brasileira, encontramos a editora Mazza, que publica obras infantis produzidas por negros, sobre negros, intencionando libertá-los dos estereótipos, empoderando-os. Por conseguinte, analisamos dez obras da editora Mazza escritas por mulheres negras representando personagens negras, a fim de verificar como os estereótipos marginalizantes, racistas e sexistas preconceituosos estão sendo desconstruídos. Martha Rodrigues, Madu Costa, Nilma Lino Gomes, Maria do Carmo Galdino, Patrícia Santana, Iris Amâncio e Kiusam de Oliveira são os nomes das escritoras negras que tem produzido textos literários que colocam em evidência as meninas negras, sua história, sua estética, sua religião, sua cultura e suas demandas. Este movimento de desconstrução, auto afirmação, combate ao racismo, escrita negra e propagação de novas representações negras se constitui em uma onda chamada de “nós por nós” (se a história é sobre o negro, deixem que eles segurem a caneta). Imbricado neste movimento de resistência foi que esta pesquisa bibliográfica insurgiu. Consideramos que esta discussão auxiliará no fortalecimento da premissa de que a história da escritora/menina negra não pode passar em branco.
- ItemPalavras (en) cantadas do Ilê Aiyê: nos fios das tranças o caminho da África(2008-07-21) Deus, Maria do Socorro Silva Aquino de; Oliveira, Sílvio Roberto dos Santos; Silva, Márcia Rios da; Seidel, Roberto H.Este trabalho toma como objeto de estudo o Bloco Ilê Aiyê. Nesta dissertação busca-se inferir a retomada do passado africano proposta pelo Bloco afro Ilê Aiyê, utilizando as figuras da Mãe Preta e da Deusa do Ébano como símbolos de identidade negra ancorada em uma proposta estética de afirmação e reelaboração da autoestima dos afro-descendentes. Certos elementos culturais são utilizados pelo Bloco como sinais emblemáticos da diferença e constituem o perfil sugerido: a vestimenta, a dança, o canto, os traços étnicos, a religião, a ancestralidade, formando o chamado Perfil Azeviche, representando culturalmente sua proposta de combate ao racismo e à discriminação. Retomam-se nesse estudo, para tanto, leituras produzidas sobre o movimento negro no Brasil e nas diásporas africanas e a inserção dos blocos afros no carnaval de Salvador como um dos meios utilizados, artisticamente, para denunciar e discutir o racismo e a discriminação, como Fantz Fanon, Homi Bhaba, Maria Nazareth Soares Fonseca, Dalmir Francisco, Stuart Hall, entre outros. Desse estudo, compreende-se a construção de uma outra visibilidade do povo negro em Salvador, bem como da discussão do que é ser negro e o carnaval baiano como espaço de reivindicação desse novo lugar e dessa nova estética.