Navegando por Autor "Oliveira, Iris Verena"
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- ItemAncestralidades, memórias e sociabilidades na comunidade quilombola do maracujá, Conceição do Coité - Ba (1870 - 1950)(2021-12-17) Cedraz, Ana Cláudia do Carmo; Santos, Joceneide Conceição Cunha; Santos, Cristiane Batista da Silva; Oliveira, Iris VerenaO presente estudo tem como objetivo rastrear trajetórias de vida de escravizados, libertos e seus descendentes entre as duas décadas que antecederam a abolição, em 1888, e a primeira metade do século XX no território que atualmente é reconhecido como comunidade quilombola do Maracujá. A intenção foi analisar as relações sociais e de família, os vínculos de trabalho, de compadrio e a religiosidade da atual comunidade quilombola. Para isso, utilizamos fontes históricas diversas, documentos oficiais, registros cartoriais e eclesiásticos, relatórios de Presidentes da Província, censo de 1882, jornais da época, depoimentos orais, entre outras fontes. A história oral possibilitou a inserção nas memórias, nas experiências vividas. Estas fontes nos legaram informações importantes sobre a última geração de homens e mulheres escravizados na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité, como viviam, como conseguiram sua alforria, e as estratégias usadas para circular na sociedade escravista nas últimas décadas da escravidão. Em posse dessas informações seguimos as trilhas dos descendentes de escravizados e libertos que escolheram a comunidade quilombola do Maracujá para residir e constituir suas famílias. As memórias também possibilitaram reconstruir algumas práticas religiosas e as festas em homenagem aos santos, caboclos e orixás que ocorriam neste perímetro quilombola.
- ItemBase nacional comum curricular: apagamentos e implicações da diversidade na formação em exercício da coordenação pedagógica(2021) Lima, Fábia Alves; Silva, Ana Lúcia Gomes da; Silva, Fabrício Oliveira da; Oliveira, Iris VerenaEsta pesquisa tem o propósito de compreender o papel da Coordenação Pedagógica (CP) como mediadora da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no contexto de sua prática com o coletivo docente, frente ao planejamento didático-pedagógico de suas demandas diárias, a fim de identificar se este coletivo faz ou não vazar a diferença no referido documento. O delineamento metodológico ancora-se na abordagem qualitativa e se inspira no paradigma pós-crítico. Adota-se como método a (Net)etnocartografia, com o uso da bricolagem da etnografia, cartografia e netnografia, motivado pela cartografia de Deleuze e Guattari (1998, 2014, 2010), cujas pistas produzidas por meio das narrativas e imagens foram cartografadas a partir dos dispositivos Ateli(net) e Diário de Bordo, em que os fios dos episódios adotaram como procedimento de análise o próprio método (Net)etnocartográfico em processos de produções vida-formação na cibercultura, desenhadas como proposta de intervenção. A (Net) etnocartografia em interface online conecta movimentos de autorias singulares e coletivas, visando rasurar a BNCC no contexto da prática da Coordenação Pedagógica e buscar caminhos e bifurcações nos territórios onde habitam os sujeitos da pesquisa. As pistas-resultados apontam a ausência de políticas públicas para a formação da CP e discussão nas formações sobre temáticas do cotidiano que envolve gênero, raça, povos do campo, quilombolas, ciganos, comunidades tradicionais, entre outros, bem como uma BNCC que pretende o controle político do conhecimento por meio de um currículo único, o qual não é desejável em um país com dimensões (continental) territoriais, diversidade cultural e desigualdades sociais. A CP vê na processualidade da (Net) etnocartografia, via os seis (06) Ateli(net’s), pontos de conexão, contradições, atravessamentos e possibilidades de re-leituras dos espaços pedagógicos em proposições, teoricamente, enredadas pelos saberes que se articulam e se convertem em ações transformadoras, criadoras e ativas nos contextos de vida e com vidas do devir-outro, cujo rizoma-formação não tem começo e tampouco fim, pois se encontra sempre no meio e entre as linhas de fuga imperceptíveis, que se desdobrarão também na pós-defesa, criando fios que serão conectados, num ir e vir, sem simetria, experimentando as irregularidades da intuição e do inconsciente dos sujeitos, que sempre serão coautores desse trajeto de vida-pesquisa-trans-formação.
- ItemDiário crespo: narrativas de jovens negras sobre o processo de transição capilar(2021-12-12 ) Alves, Fernanda Andrade Esquivel; Messeder, Marcos Luciano Lopes; Bento, Nanci Araújo; Oliveira, Iris VerenaEsta pesquisa buscou compreender como o processo de transição capilar colabora para a construção positiva da autoimagem de jovens negras. Ao acompanhar, na contemporaneidade, milhares de mulheres assumindo suas texturas capilares, buscamos analisar se a ressignificação da estética capilar interfere na constituição identitária dessas jovens. Diante do contexto da COVID-19, os procedimentos metodológicos ocorreram de forma online em grupos criados do aplicativo WhatsApp. Nesse espaço, foi possível realizar rodas de conversa virtuais que possibilitaram levantar as informações necessárias para realização do trabalho. O desenvolvimento desta pesquisa revelou a complexidade imbricada no processo de transição capilar e na ressignificação da estética negra, uma vez que esta foi por séculos estigmatizada e inferiorizada pelos grupos hegemônicos. Foi constatado também um movimento educador em curso que, através das Marchas e do processo de Empoderamento Crespo, desestabiliza um padrão de beleza dito universal e constrói outras narrativas baseadas na valorização e ressignificação da beleza negra.
- ItemEscrevivendo a vida: educação e racismo entre as grades do presídio de Serrinha – Bahia(2023) Silva, Edilene Araújo da; Oliveira, Iris Verena; Silva, Ana Lúcia Gomes da; Almeida, Carla VeronicaA presente pesquisa tem como objeto de estudo a Educação Prisional, lançando um olhar sobre a importância da escola inserida no ambiente de privação de liberdade, seus cotidianos e o enfrentamento do racismo, no presídio de segurança máxima localizado no município de Serrinha-BA. A nossa pretensão é conhecer essa realidade através do olhar dos estudantes, dos (das) docentes e demais colaboradores. Para isso, proponho como principal objetivo compreender a importância da escola dentro da prisão, como se configura o seu papel no enfrentamento do racismo e os principais desafios enfrentados no trabalho pedagógico no âmbito prisional de Serrinha – BA. No desígnio de responder a tal inquietação, delineiam-se os seguintes objetivos específicos: Conhecer as experiências das/os professoras/es no que se refere às suas práticas pedagógicas na prisão e as relações étnico-raciais; Conhecer as experiências dos discentes no que diz respeito à educação, formação do homem no cárcere, racismo e encarceramento; e Proporcionar discussões sobre relações étnico-raciais interligadas ao exercício efetivo da docência, para possibilitar estreita relação entre teoria e prática. Os/as participantes, coautores/as da pesquisa, são professores/as que atuam no Conjunto e os discentes que cumprem pena nesse espaço de reclusão. Como alicerce teórico, os principais autores cujas reflexões guiaram esse debate são: Almeida (2018), hooks (2004, 2013), Fanon (1968, 2008), Davis (2018), Mbembe (2016, 2018), Certeau (1998, 2009) e Evaristo (2005, 2007, 2008, 2009, 2016, 2017, 2020) e tantas outras vozes negras que como faróis iluminaram as passagens dessa jornada. Auxiliando na construção do caminho metodológico, a pesquisa será orientada pelas Escrevivências onde as narrativas das experiências ganharam centralidade na investigação, as quais preveem a possibilidade de problematização e intervenção sobre a realidade. As narrativas em cartas, pressupõem uma aproximação mais pessoal com os/as leitores/as, além de posicionar e dar visibilidade aos/as colaboradores/as. A pesquisa é tipificada como narrativa e tecida com as inspirações epistemológicas dos estudos com os cotidianos e com as escrevivências. Os resultados demonstraram a relevância da escola dentro da prisão, o seu influxo positivo na trajetória dos estudantes durante o período de encarceramento. A escola tem possibilitado momentos formativos para os estudantes, mas permanece o grande desafio a ser enfrentado, afetar os/as docentes para construção de práticas pedagógicas mais significativas no que tange o enfrentamento e combate ao racismo, dentro da prisão. Uma prática pedagógica que transgrida as hegemonias raciais e contribua eficazmente na afirmação da identidade negra desse homem encarcerado, vislumbrando sua reinserção social. Percebeu-se um incômodo silenciamento tanto a respeito do racismo e suas concepções construídas ideologicamente que permanecem vivas nas memórias e atitudes dos estudantes, ainda que de forma escamoteada, quanto sobre os excessos cometidos na prisão, a opressão e o assujeitamento impostos aos corpos. Nos Encontros Escreviventes, alguns conceitos foram sendo (des)velados pelos estudantes e professores (as), mostraram-se acessíveis ao diálogo e reflexões para uma possível reconfiguração das práticas, (re)inventando modos outros de se fazer a educação prisional. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir para o rompimento desse silêncio, propiciando inquietudes e debates sobre enfrentamento e combate ao racismo e a educação nas prisões.