Navegando por Autor "Oliveira, Beatriz Souza Lima de"
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- ItemTrabalhadoras domésticas: experiências de escolaridade e (des)caminhos profissionais(2012-09-25) Oliveira, Beatriz Souza Lima de; Mota, Kátia Maria Santos; Santiago, Ana Rita; Queiroz, Delcele MascarenhasA pesquisa investigou as trajetórias profissionais e escolares da vida de trabalhadoras domésticas negras que se encontram na Educação de Jovens e Adultos. A atuação da mulher negra no mercado de trabalho antecede o desenvolvimento industrial, mas grande parte dos estudos feministas que se debruçaram sobre a participação feminina nas esferas produtivas, invisibilizaram a mão de obra negra feminina que era facilmente encontrada no comércio e no trabalho domiciliar. A atividade doméstica no Brasil historicamente é uma ocupação exercida majoritariamente por mulheres negras e até hoje é uma das principais oportunidades ocupacionais da população negra feminina. A seleção dos sujeitos foi precedida da aplicação de questionários cujas intenções foram identificar as trabalhadoras domésticas das turmas de EJA, seu tempo de inserção no trabalho doméstico, a interrupção dos estudos e tempo de afastamento dos bancos escolares. De todas as onze mulheres que responderam aos questionários, cinco trabalhadoras domésticas foram convidadas a participar das entrevistas. As etapas da pesquisa, inclusive as entrevistas, basearam-se nos procedimentos e princípios da História Oral Temática, que possibilita o protagonismo das atoras da pesquisa e atende à especificidade dos processos formativos escolares e profissionais nas suas histórias de vida. Após o processo de transcrição das entrevistas, durante a análise foram encontrados alguns elementos recorrentes em cada um dos relatos, a que foram classificados de categorias. Na análise das entrevistas, foi percebido que todas as participantes entram no mercado de trabalho na infância ou adolescência; a precariedade do trabalho doméstico está relacionada à precocidade da entrada das meninas no serviço doméstico, chegando a se configurar como trabalho escravo. A subalternidade marca grande parte dos relatos de trabalho das participantes da pesquisa e o trabalho doméstico impõe obstáculos à entrada e permanência dessas trabalhadoras nos bancos escolares.