Navegando por Autor "OLIVEIRA, Nádila Silva"
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- ItemO Diário do Cárcere de Frei Fernando: política e teologia (1969 – 1973).(UNEB, 2018-06-15) OLIVEIRA, Nádila Silva; DRUMMOND, Washington Luís LimaA presente pesquisa consistiu da análise do livro Diário de Fernando: Nos cárceres da ditadura militar, compreendida como enfrentamento da ditadura civil-militar brasileira. Trabalhamos na elaboração do conceito de sofrimento propiciado pela tortura, sobretudo, a partir da perspectiva relacional entre produção confessional como "escrita de si", entendida como constituição do sujeito. Traçamos uma relação entre a experiência da tortura e o sofrimento do corpo, descritos no diário e entendidos como forma do "messianismo político" e "redenção de si". Nesse sentido, reinterpretamos os conceitos de testemunho e memória, entendidos agora como elementos de autoficção. Para que fosse realizada tal investigação, foram utilizados como fontes documentais o livro Diário de Fernando: Nos cárceres da Ditadura Militar (2009) e as cartas do Frei Fernando, contidas no livro O canto da fogueira, também organizado por Frei Betto. A análise das fontes estabeleceu um ponto crucial da pesquisa, cujo objetivo foi compreender como o indivíduo se constituiu a partir de uma determinada circunstância e através da “escrita”, tendo o corpo como partida e a “escrita de si” enquanto mecanismo de resistência frente ao sistema opressor. Para essa análise, o principal aporte teórico foi o texto A escrita de si de Michel Foucault. Através desse, compreendemos a escrita enquanto um registro de experiências cotidianas, bem como o reconhecimento de si, possibilitando a constituição histórica do sujeito. Analisamos também o conteúdo do diário como constituição de subjetividade militante concernente a uma situação de sofrimento corporal, espiritual e uma forma de enfrentamento à ditadura civil-militar brasileira. Desse modo, buscamos compreender como o período da ditadura e seus efeitos perante a política e a religião foram analisados e criticados pelos dominicanos presos. Contudo, compreendemos, por meio dessa pesquisa, que nas décadas de 1960 e 1970 a fé cristã e a vida comprometida com causas sociais atingiram seu ponto máximo. Para muitos cristãos significou um caminho árduo a percorrer, pois lutaram bravamente contra preconceitos pesados e compreenderam que o compromisso social tinha se aproximado do ateísmo marxista. Nesta luta, foi preciso mostrar para si e para todos os outros que a fé cristã e a opção social não divergiam em nada. Pelo contrário, justas, se fortaleciam.