Navegando por Autor "Nunes, Paula Idma Chaves"
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- ItemInvestigação do Efeito Antiarrítmico do Eugenol em modelo de arritmia induzida por corrente de sódio tardia(2021-12) Nunes, Paula Idma Chaves; Gondim, Antônio Nei Santana; Miranda, Artur Santos; Teles, André Lacerda Braga; Vasconcelos, Carla Maria Lins deAs arritmias são a principal causa de morte súbita cardíaca em pacientes com disfunções no coração sendo, portanto, um importante problema epidemiológico e de saúde pública. O eugenol (4-Alil-2-Metoxifenol) é um composto fenólico encontrado em algumas plantas medicinais que, de acordo com estudos prévios, é capaz de modular as atividades mecânica e elétrica do coração principalmente devido à sua interação com os canais de Ca2+ regulados por voltagem. No entanto, o efeito antiarrítmico do eugenol e sua ação sobre os canais de Na+ dependentes de voltagem (Nav) cardíacos é ainda pouco explorado. Deste modo, o presente trabalho objetivou investigar o efeito antiarrítmico do eugenol em um modelo de arritmia cardíaca induzida por Anemonia Viridis Toxin II (ATX-II), uma toxina extraída da espécie Anemonia sulcata que aumenta a corrente de sódio tardia (INa,L) nas células do miocárdio, bem como avaliar o efeito direto dessa substância sobre a INa,L em células de cultura (HEK293).Inicialmente foram utilizadas concentrações crescentes do eugenol (1 a 5.000µM) para avaliar os efeitos inotrópico e cronotrópico negativo relatados na literatura. Para avaliar o efeito do eugenol sobre a arritmogênese cardíaca, o átrio esquerdo, mantido em cuba para órgão isolado e submetido à estimulação elétrica, foi exposto à 10 nM de ATX-II para evocar os eventos arrítmicos, seguido da adição do eugenol (300µM) à solução de banho para avaliar o seu efeito sobre os eventos arrítmicos induzidos por ATX-II. O efeito do eugenol (300 µM) sobre a amplitude da INa,L em células HEK-293 foi verificado utilizando-se a técnica de patchclamp, com células mantidas em um potencial de “holding” de –120 mV e estimuladas com pulsos-testes de 300 ms de duração que despolarizam as células para -20 mV, em intervalos de 5s. O surgimento da INa,L foi estimulado por 3 nM de ATX-II. Lidocaína e Tetrodotoxina (TTX) foram usadas como um controle positivo. Os resultados desta pesquisa demonstraram que o eugenol apresenta efeitos inotrópico negativo sobre o tecido atrial esquerdo e cronotrópico negativo sobre o átrio direito, atuando de modo concentração-dependente. Além disso, esse composto apresentou efeito antiarrítmico em tecido atrial em uma concentração de 300 µM, provavelmente por inibir a INa,L. Essa mesma concentração foi utilizada para os experimentos de eletrofisiologia, e promoveu uma redução na amplitude da INa,L induzida por ATX-II em células HEK-293 que expressavam transitoriamente o NaV1.5 humano, demonstrando uma ação direta do eugenol sobre o NaV1.5. Tais evidências corroboram com a hipótese de que o eugenol tem potencial antiarrítmico podendo ser usado para o controle de condições fisiopatológicas associadas a Síndrome do QT longo do tipo 3 (SQTL3), por exemplo. Estudos complementares, em modelos in vivo, deverão ser realizados para verificar essa possibilidade.