Navegando por Autor "Magalhães, Carlos Augusto"
Agora exibindo 1 - 7 de 7
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemCaminhos e descaminhos da desterritorialização: espaço, identidade e memória no Romance Essa Terra(2013-07-26) Silva, Jeane Lima da; Magalhães, Carlos Augusto; Fonseca,Aleilton Santana da; Souza, Licia Soares deA proposta desse trabalho é analisar, a partir do romance Essa Terra, do escritor Antônio Torres, os desdobramentos de um processo de desterritorialização em que se envolve o indivíduo que vivencia espaços culturais e realidades diferentes, observando como se realizam os mecanismos de deslocamentos, as perdas, as rupturas provocadas pelo desenraizamento e as consequências psíquicas e sociais no sujeito que passa por experiência de migrante. O estudo da narrativa pretende destacar também a abordagem de temáticas como o local e o global, valores regionais e urbanos, exílio e desexílio, o lugar e o não-lugar e o sentido de pertencimento, a relação memorialística dos personagens com sua terra natal e por fim, a fragmentação do indivíduo errante no ambiente citadino. A relevância desse estudo se ancora no entendimento de que o romance Essa Terra empreende uma aguda reflexão sobre o sujeito deslocado no complexo mundo contemporâneo onde as incertezas, as crises de valores a competição são elementos imperativos. O lugar das grandes expectativas (a grande cidade) está em ruínas, e o homem, inserido nesse contexto, também se fragmenta, tornando-se um ser desterritorializado, não pertencendo a qualquer lugar nem a si mesmo
- ItemOs (des)caminhos do indivíduo na cidade: uma leitura de Um táxi para Viena D’Áustria(2015-03-26) Jesus, Leila Silva de; Magalhães, Carlos Augusto; Lima , Elizabeth Gonzaga de; Fonseca, Aleilton Santana daA pesquisa busca fazer uma análise das transformações das vivências e das experiências do sujeito contemporâneo, a partir da observação de suas relações consigo e com o Outro, tomando como base a leitura do romance Um táxi para Viena d’Áustria, de Antônio Torres. O estudo procura observar, também, as relações do sujeito com as instâncias existenciais do tempo e do espaço. Ambientada no Rio de Janeiro, a narrativa tematiza tal urbe como espaço desestabilizado e desestabilizador, uma vez que se apresenta não só como cenário que possibilitaria ou até mesmo encaminharia processos de perda de referências, mas também como palco onde se processam e se encenam quadros de violência, decorrentes, principalmente, das desigualdades, diferenças e segregações. A proposta de trabalho se fundamenta ainda na compreensão de que tal romance possibilita uma reflexão perspicaz sobre o sujeito desnorteado e imerso em crise, condição que se adensa ante os estágios dos sentimentos de incerteza, insegurança, desamparo e solidão
- ItemGilberto Gil entre a régua e a rua : um passeio pela “cidade cantada” e outros “expressos”(2016-05-02) Sousa, Ana Barbara Borges de Matos; Magalhães, Carlos Augusto; Telles, Ligia Guimarães; Souza, Licia Soares deEste texto focaliza o espaço urbano, como uma importante via temática que nos servirá de conduto e de acesso à “cidade cantada” de Gilberto Gil. Suas canções, memórias, entrevistas imprimem em nós uma espécie de passeio cultural por becos e ruelas, espaços físicos e simbólicos de uma cidade que é sempre “obra do espírito ou do acaso”. Nesta perspectiva, somos levados a considerar o percurso e o exercício de composição, produzidos em compasso com diversos movimentos que operaram como forças motrizes na formação do artista. O estudo será dividido em três seções. A primeira, “A cidade como ponto de partida”, trata da “cidade” enquanto arena de uma abundante teia discursiva, a qual se estende por diversos investimentos teóricos, dentre os quais destacamos as análises produzidas por Ítalo Calvino e Renato Cordeiro Gomes, em diálogo com o cancioneiro do baiano. A segunda, “A cidade íntima”, aborda o compositor no “expresso” das memórias, cujos ecos alargam a miragem de uma infância sempre atravessada pela fantasia do cantor, do compositor, do viajante. Se o “sertão está em toda parte”, como diz Guimarães Rosa, igualmente podemos aventar que “a Bahia está em toda parte” na produção musical de Gil, e é nesta perspectiva que adotaremos como título da terceira seção “A cidade que mora dentro e fora de nós”, pretendendo dar significado ao “olhar” sobre a “cidade da Bahia”. Por fim, chegaremos ao subtitulo, “É proibido proibir”, com vistas a analisar o cosmopolitismo do cantor, bem como suas relações com a “cidade-mundi”.
- ItemAs múltiplas faces da violência em Ensaio Sobre a Cegueira(2013-03-25) Vieira, Derlan Lopes; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Piva, Mairim Linck; Magalhães, Carlos AugustoEste trabalho teve como objetivo construir uma leitura interpretativa da obra Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago, visando proceder num primeiro momento o mapeamento de recepção desta obra, especificamente no âmbito dos estudos já produzidos no período de 2001 a 2009, dentro da temática da violência, como por exemplo, livros, dissertações, teses e artigos e o lugar que este escritor ocupa nos estudos literários. Para tanto, estabelece-se um paralelo entre o autor, o romance, os processos de leitura e interpretação e a crítica literária. A seguir, a partir dos interstícios da narrativa, ensaia-se uma reflexão de questões inerentes ao fenômeno da violência e sua relação com o poder, a autoridade, a força, o vigor e os seus desdobramentos nas relações humanas que estão presentes na sociedade contemporânea, tomando como referência a vertente teórico-crítica da filósofa alemã Hannah Arendt. Nesta perspectiva, apresenta-se o estudo das várias nuances do fenômeno da violência traduzido pelas diferentes formas de alegorias da cegueira no corpus escolhido: a violência urbana, a violência física, a violência simbólica, para um entendimento de como a obra dramatiza as tensões que se configuram na cena contemporânea, em que os homens ainda convivem em completo estado de barbárie
- ItemNas entrelinhas de um defeito de cor de Ana Maria Gonçalves(2013-04-25) Dalcom Junior, Marcelo Cruz; Souza, Lícia Soares de; Hoisel, Evelina de Carvalho Sá; Magalhães, Carlos AugustoA presente pesquisa visa realizar um estudo do romance histórico brasileiro contemporâneo Um defeito de cor (2010), de Ana Maria Gonçalves, sob a luz das teorias de Mikhail Bakhtin e a sua teoria do romance, com as noções de cronotopo, dialogismo e polifonia, e as relações entre literatura e história. Trata-se da saga de Kehinde, desde a sua infância na África, sua captura e chegada ao Brasil, como escrava, onde aprende a ler e a escrever, empreendendo uma grande busca pelo filho vendido. Nessa busca, Kehinde passa por várias cidades brasileiras até voltar à sua terra natal. Sigmund Freud também é utilizado, para analisar o fato de a narradora remontar sua memória a partir da sua infância, época em que os pais são heróis para seus filhos. Os conceitos de Édouard Glissant sobre Retour e Détour, bem como o desexílio de Mário Benedetti são utilizados para analisar algumas das ações da personagem principal. Ao dar a voz a uma escrava, a autora realiza uma metaficção historiográfica e problematiza os limites entre ficção e realidade, trazendo, para o centro das discussões, diversas temáticas, entre as quais se destacam: a presença das outras vozes da história, a dos vencidos, a noção de fonte histórica e a parcialidade do sujeito que escreve a narrativa histórica. Linda Hutcheon (1991) serviu de base teórica para a compreensão da metaficção historiográfica, bem como Walter Benjamin (1993), que articula historicamente o passado e a história não exatamente como aconteceu, mas estabelece um vínculo entre passado e presente em forma de constelação. Assim, Um defeito de cor (2010) desafia o leitor a repensar o presente à luz desse redimensionamento do passado
- ItemPairando sobre o abismo: da epidemia discursiva à escrita da Aids nas narrativas de Caio Fernando Abreu(2017-03-31) Amorim, Ramon de Santana Borges de; Magalhães, Carlos Augusto; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Fernandes, Alessandra Leila Borges GomesO intuito deste trabalho é discutir questões referentes à escrita da AIDS nas narrativas de Caio Fernando Abreu, no sentido de entender e problematizar o conceito de escrita da AIDS a partir de sua identificação com a ideia de uma epidemia discursiva sobre a doença. Como corpus, foram eleitos contos das coletâneas Os dragões não conhecem o paraíso e Ovelhas negras, assim como a novela “Pela noite” e o romance Onde andará Dulce Veiga? A proposta central foi analisar representações não somente de Abreu como também de outros escritores brasileiros, os quais tematizam a AIDS e sua extensão e repercussão na sociedade brasileira. Ante tal propósito, tornou-se necessário discutir o momento histórico desencadeador das questões e problematizações com que se envolve a epidemia, uma vez que a escrita da AIDS se posicionaria como uma resposta ao imaginário e aos discursos reinantes no entorno da emergência da doença. A análise das narrativas se fundamenta em três eixos: a relação entre literatura e doença, a manifestação da AIDS nos corpos e a repercussão da epidemia nos espaços por onde trafegam os personagens. Como aporte teórico, recorreu-se ao apoio em autores de diferentes áreas, entre eles, destacando-se Herbert Daniel (1991), Italo Moriconi (2006), Joel Birman (2003), Marcelo Secron Bessa (1997, 2002), Susan Sontag (1989) e Zygmunt Bauman (1998, 2001)
- ItemTravessias da realidade humana na trilogia de Antônio Torres(Universidade do Estado da Bahia, 2016-03-31) Pereira, Ana Cristina da Silva; Souza, Lícia Soares de; Magalhães, Carlos Augusto; Fonseca, AleiltonNessa dissertação apresentamos uma análise sobre a representação identitária do personagem Totonhim na trilogia formada pelos romances Essa Terra (1976), O cachorro e o Lobo (1997) e Pelo fundo da Agulha (2006) de Antônio Torres. Partiremos da filosofia existencialista do pensador francês Jean Paul Sartre, que distingue o serem-si, simples realidade humana, do ser-para-si, sujeito consciente de suas ações e livre de determinações de qualquer ordem. A utilização destes conceitos sartreanos fundamentam as ideias de determinismo e liberdade que, ao longo da trilogia, tensionam as ações do protagonista Totonhim e delineiam sua identidade. Em Essa Terra a trama desenvolve-se através do relato do narrador Totonhim, que se vale da memória para ressaltar o drama sofrido pelo seu irmão Nelo que, em seu trajeto de retirante nordestino, não se identifica com a realidade vivenciada e busca integrar-se à realidade metropolitana. Em O cachorro e o Lobo Totonhim é apresentado como sujeito pós-moderno (fragmentado e complexo) que passa por um processo de desidentificação decorrente do seu deslocamento da terra natal no interior da Bahia para São Paulo, ao tempo em que se amplia nele uma situação de incomunicabilidade e solidão que atingem culminância em Pelo fundo da agulha, último romance da trilogia. Totonhim, recém-aposentado e sozinho, percebe-se como sujeito consciente de sua realidade ao reconhecer não mais integrar-se ao antigo Junco de sua juventude como também às demandas e injunções da grande metrópole. Utilizando como referência Zigmunt Bauman, defenderemos a ideia de que o avanço da sociedade globalizada aponta para o caráter efêmero, fluido e líquido das relações que o protagonista da trilogia mantém durante toda a sua vida.