Navegando por Autor "Macêdo, Maria Dalva de Lima"
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- ItemA curva e a encruzilhada: a relação entre roça e universidade nos sertões da Bahia, na contemporaneidade(2020-09-23) Macêdo, Maria Dalva de Lima; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Nunes Neto, Francisco Antonio; Freitas, Nacelice Barbosa; Costa, Livia Alessandra Fialho da; Mattos, Wilson Roberto deA pesquisa trata da relação entre roça e universidade na contemporaneidade, nos sertões da Bahia. Objetiva responder qual o impacto da universidade na roça, no tocante aos processos de desterritorialização-reterritorialização versus políticas de “fixação do homem ao campo”. Fundamentada na História Oral e em Epistemologias do Sul, apresenta a escrita a partir do diálogo entre teoria e experiência, tendo as narrativas dos entrevistados como fonte principal, e, de forma metafórica, compara o acesso à universidade a curva e a encruzilhada do caminho. Nesta perspectiva, e considerando minha própria experiência de mulher negra da roça, me coloco como copartícipe dos sujeitos pesquisados. O trabalho apresenta a roça enquanto território híbrido, originado da fusão de negros, indígenas e brancos empobrecidos, cuja forma de estar no mundo configura uma cultura negra resultante da transferência de parte do patrimônio cultural de Àfrica para o Brasil; a roça que, em sucessivos processos de desterritorialização-reterritorialização em diferentes bases materiais, se multiterritorializa através de corpos em movimento e difere do conceito científicofilosófico de campo, escapando do sentido semantizador universal. A universidade é apresentada a partir de duas reformas: a do período militar e aquelas do período lulista. A relação entre universidade e roça é avaliada pelo duplo movimento de oferta e acesso. Neste contexto, o formato multicampi da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) representa um ganho para a roça, e, embora exija o deslocamento dos corpos da roça até a universidade, significa para estes corpos possibilidades de multiterritorializar-se. Contudo, a roça não é vista pela universidade, ao contrário, ambas se encontram em lados opostos da linha abissal que separa o conhecimento em válido (universidade) e invisível (roça). Validar o conhecimento produzido e reproduzido pela roça, contribuindo para a multiterritorialização e para a descolonização dos corpos dos seus sujeitos, constitui o desafio da relação entre roça e universidade.
- ItemResistência cultural de estudantes negros da roça, nas escolas públicas de Santa Bárbara -BA(2011) Macêdo, Maria Dalva de Lima; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Reginaldo, Lucilene; Queiroz, Delcele MascarenhasEste trabalho é uma reflexão sobre as vivências de estudantes negros/negras da roça em escolas - representações, atitudes e comportamentos que indicam formas de resistência aos preconceitos, à esteriotipização, à discriminação, ao projeto iluminista universalista, branco, urbano, masculino, cristão, reproduzido nas escolas. O recorte espacial privilegiado é o município de Santa Bárbara, Bahia. Através do uso da História Oral como método, tomamos as entrevistas de estudantes/ex-estudantes da roça desse município, e, em consonância com fontes bibliográficas, buscamos construir dialogicamente o texto, a partir da questão: Quais estratégias os(as) estudantes negros(as) utilizam, consciente ou inconscientemente, na escola, como forma de preservação de costumes e tradições negras e rurais, como forma de resistência cultural? Portanto, este trabalho objetiva contribuir, através da pesquisa, para a ressignificação da relação dos(as) estudantes da roça com a escola. Definimos roça como espaço que experimentou um processo de reterritorialização. Cultura significa, aqui, forma não homogênea de lidar com o real, deslocando verdades absolutas e sentidos finalísticos. Nessa maneira de lidar com o real, reside(m) a(s) especificidade(s) da roça que assegura(m) a sua continuidade, embora esta vivencie constantes movimentos de aproximação, de interação com o espaço urbano. Estudantes negros(as) da roça e escola representam, respectivamente, neste trabalho o rural e o urbano. Exploramos, aqui, a ideia de que a relação entre esses estudantes e a escola é marcada, de um lado, por preconceitos, estereótipos e discriminação, e, do outro, por variadas formas de resistência cultural. A resistência cultural se efetiva na escola através de estratégias que vão desde a aprovação à indisciplina, repetência e evasão. A escola se constitui num espaço contestado por meio de jogos cotidianos que deslocam e/ou seduzem a “Verdade”.