Navegando por Autor "Luz, Narcimária Correia do Patrocínio"
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- ItemAkpalô: compondo linguagens africano-brasileiras para o currículo da educação infantil no município de Santo Amaro de Ipitanga(2014-05-08) Correia, Rosângela Accioly Lins; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Araújo, Miguel Almir Lima de; Silva, Ana Célia; Sousa, Leiliana Santos deTrata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, apoiada numa perspectiva etnográfica, dedicada a lidar com a singularidade do bairro de Itinga que abriga a presença de comunalidades africano-brasileiras e aborígines, que influenciam o viver cotidiano dessa territorialidade. Apresenta reflexões teórico-epistemológicas no campo da Descolonização e Educação, tendo como referência as arkhés civilizatórias presentes em Santo Amaro de Ipitanga advinda dos patrimônios civilizatórios tupinambá, africano e europeu. Procuramos extrair desses legados civilizatórios a riqueza de valores e linguagens que constituem suas formas de comunicação, elaboração de mundo e sociabilidades. Assim, nos dedicamos a propor linguagens lúdico-estéticas e metodologias para a Educação Infantil da Escola Municipal do Loteamento Santa Julia. A análise que desenvolvemos se estrutura através do conceito de alteridade radical ou escuta radical do filósofo Emmanuel Levinas, e através desses conceitos desenvolvemos análises sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, documento normativo publicado pelo MEC em 2010. Analisamos as práticas pedagógicas das educadoras na Escola Municipal do Loteamento Santa Julia, indagando se essas práticas consideravam o ethos cultural da territorialidade da pesquisa. As reflexões e proposições que apresentamos nesta dissertação dialogam com as perspectivas indicadas nas Leis 10.639.03 e 11.645.08 que incluem a obrigatoriedade do ensino no que tange aos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, da história da África e afro-brasileira e dos povos indígenas no Brasil. Nossa pesquisa explorou documentos históricos, icnografias, observações participantes, entrevistas semiestruturadas e um referencial teórico-metodológico baseado na perspectiva pluricultural de Educação. Finalmente, convidamos o/a educador(a) para arriscar a pensar a partir de outros campos conceituais que florescem através das narrativas que comunicam a identidade profunda das nossas crianças.
- ItemArtebagaço odeart ecos que entoam a mata africano-brasileira do cabula(2007) Nicolin, Janice de Sena; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Santos, Inaicyra Falcão dos; Silva, Ana Célia da; Nunes, EduardoArtebagaço Odeart são perspectivas de linguagens mítico-poéticas que apelam para a episteme africano-brasileira, com o intuito de superar o etnocentrismo que alicerça as políticas públicas de Educação. A pesquisa parte da análise da experiência vivida pelo Grupo Teatral Artebagaço Odeart, num colégio público de Ensino Médio, na área de Língua Portuguesa, no bairro do Cabula em Salvador, Bahia. O Cabula é a territorialidade onde moram os fundadores do Grupo Teatral Artebagaço Odeart, a saber: três educadores, que, ao longo de 16 anos da experiência educacional, conseguiram reunir, aproximadamente, mil estudantes. A temática que caracteriza a pesquisa Ecos que entoam a mata africano-brasileira exprime a origem das distintas linguagens da territorialidade em estudo, que comunicam a experiência concebida e recriam um cenário artístico teatral que aborda a história e a tradição cultural africanobrasileira plantada no Cabula. Assim, a pesquisa se constitui num mosaico pluricultural que afirma a África recriada e resguardada na “mata africano-brasileira”, caracterizada pelas comunalidades tradicionais e suas dinâmicas de sociabilidade no Cabula. A abordagem teórico-metodológica é composta por autores cujas produções acadêmicocientíficas têm como referência o patrimônio africano-brasileiro, e que permite também o acesso a categorias analíticas fundamentais, a saber: arkhé, eidos, ethos, territorialidade, comunalidade, alteridade, civilização africano-brasileira, educação pluricultural. Adotou-se a abordagem etnográfica para atender à dinâmica espaçotemporal da territorialidade do Cabula, o que permitiu utilizar procedimentos metodológicos envoltos nas perspectivas “desde dentro para desde fora” e “vividoconcebido”, que enfatizam as elaborações mais profundas do conhecimento acumulado pelas comunalidades, e estabelecer um modelo operacional de análise e interpretação, intercambiando com os códigos de valores da territorialidade do Cabula e os códigos de valores da sociedade urbano-industrial etnocêntrica. Como principais resultados alcançados, destacam-se: as proposições pedagógicas que apelam para o repertório civilizatório africano-brasileiro, estabelecendo linguagens criativas para o cotidiano escolar, visando a promoção do direito à alteridade própria dos jovens do Ensino Médio; sua afirmação no âmbito do currículo escolar especialmente na área de Língua Portuguesa e suas perspectivas transdisciplinares, a exemplo daquelas relacionadas às áreas de História e Artes, capazes de promover os valores que estruturam as dinâmicas das comunalidades africano-brasileiras do Cabula.
- ItemDinâmica da violência: discriminação étnico-cultural em uma escola pública de ensino fundamental em Feira de Santana(2006) Nascimento, Valmir Alves do; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Neto, Eurelino Teixeira Coelho; Menezes, Jaci Maria Ferraz deO presente trabalho busca analisar a violência em algumas das suas diversas modulações e a dinâmica que faz surgir a discriminação étnico-cultural em uma escola pública no Ensino Fundamental do município de Feira de Santana, Bahia. Investiga a imposição de valores e linguagens estranhos à realidade socioexistencial de alunos/as de descendência africana, que constituem a maioria da população da referida escola. Analisa também o nível de envolvimento do segmento de dirigentes da escola diante dos prejuízos físicos, morais e psicológicos sofridos por alunos/as discriminados (as) no espaço escolar. Utiliza-se a abordagem etnográfica numa perspectiva qualitativa, o que levou a identificar no cotidiano da escola, fatos que desmotivam os/as alunos/as e incitam atos de violência, a exemplo do currículo europocêntrico,discriminatório, essencialmente conteudista, que denega a diversidade étnico-cultural presente na escola é profundamente descontextualizado das necessidades socioexistenciais dos/as alunos/as de Feira de Santana. A pesquisa demonstra que, apesar da violência étnico-cultural atravessar o cotidiano escolar, a população de alunos/as negros/as reage com altivez à discriminação que sofrem, afirmando com dignidade sua identidade afro-brasileira. Como caminho de superação da violência étnico-cultural na ambiência escolar, o estudo traz reflexões que indicam a importância das políticas de ações afirmativas, a exemplo das reservas de vagas e das cotas para concorrência mais justa nos exames para o ingresso de negros nas universidades públicas. A Lei 10.639/03 que obriga a inclusão do ensino de História da África e da Cultura Afrobrasileira nas escolas de Educação Básica, no contexto à abordagem deste estudo, representa avanços para se corrigir em parte às injustiças, que historicamente, têm acometido a população de descendência africana no Brasil.
- ItemDinâmica da violência: discriminação étnico-cultural em uma escola pública de ensino fundamental em Feira de Santana(2006) Nascimento, Valmir Alves do; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Coelho Neto, Eurelino Teixeira; Menezes, Jaci Maria Ferraz deO presente trabalho busca analisar a violência em algumas das suas diversas modulações e a dinâmica que faz surgir a discriminação étnico-cultural em uma escola pública no Ensino Fundamental do município de Feira de Santana, Bahia. Investiga a imposição de valores e linguagens estranhos à realidade socioexistencial de alunos/as de descendência africana, que constituem a maioria da população da referida escola. Analisa também o nível de envolvimento do segmento de dirigentes da escola diante dos prejuízos físicos, morais e psicológicos sofridos por alunos/as discriminados (as) no espaço escolar. Utiliza-se a abordagem etnográfica numa perspectiva qualitativa, o que levou a identificar no cotidiano da escola, fatos que desmotivam os/as alunos/as e incitam atos de violência, a exemplo do currículo europocêntrico,discriminatório, essencialmente conteudista, que denega a diversidade étnico-cultural presente na escola é profundamente descontextualizado das necessidades socioexistenciais dos/as alunos/as de Feira de Santana. A pesquisa demonstra que, apesar da violência étnico-cultural atravessar o cotidiano escolar, a população de alunos/as negros/as reage com altivez à discriminação que sofrem, afirmando com dignidade sua identidade afro-brasileira. Como caminho de superação da violência étnico-cultural na ambiência escolar, o estudo traz reflexões que indicam a importância das políticas de ações afirmativas, a exemplo das reservas de vagas e das cotas para concorrência mais justa nos exames para o ingresso de negros nas universidades públicas. A Lei 10.639/03 que obriga a inclusão do ensino de História da África e da Cultura Afrobrasileira nas escolas de Educação Básica, no contexto à abordagem deste estudo, representa avanços para se corrigir em parte às injustiças, que historicamente, têm acometido a população de descendência africana no Brasil.
- ItemItapuã tecendo redes de alianças comunitárias através da acra(2011-12-21) Divino, Jackeline Pinto Amôr; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Júnior, Henrique Antunes Cunha; Silva, Ana Célia da; Souza, Leliana Santos deA história e legado socioeducacional da ACRA - Associação Crianças Raízes do Abaeté, como uma expressiva rede de alianças comunitárias é o cerne desta dissertação. A ACRA é organização sem fins lucrativos localizada no Parque Metropolitano do Abaeté em Itapuã, município de Salvador, Bahia, Brasil. A base filosófica da ACRA é a “pedra que ronca”, protagonista da história e memória viva de Itapuã, referência mítica que contemporaneamente “tece” as redes de alianças comunitárias que atravessam os séculos influenciando de modo significativo o cotidiano dessa territorialidade. A população da pesquisa envolve umas 120 pessoas entre crianças, jovens e suas famílias descendentes de pescadores/ganhadeiras e lavadeiras do bairro e que são beneficiadas pelas iniciativas da ACRA. Para a realização da pesquisa optamos pela perspectiva natureza qualitativa numa abordagem exploratória utilizando na coleta de dados acervos iconográficos, referências bibliográficas nacionais e internacionais, entrevistas, semiestruturadas, observações e a realização de oficinas lúdico-estéticas baseadas no repertório sócio histórico das comunalidades de Itapuã. A partir dos dados coletados foi permitido elaborar uma cartografia sócio demográfica de Itapuã que comunica aspectos do viver cotidiano do lugar e cria proposições para o fomento e consolidação de iniciativas institucionais similares a ACRA. A principal contribuição dessa pesquisa é ter indicado as proposições socioeducativas erguidas no âmbito da ACRA para a área de Educação no campo da descolonização e educação e as perspectivas de linguagens lúdico-estéticas que afirmam a alteridade civilizatória africano-brasileira e seu contínuo civilizatório na Bahia.
- ItemItapuã, quem te viu e quem te vê! Uma composição poética para crianças e jovens(2009) Luz, Narcimária Correia do PatrocínioO livro “Itapuã quem te viu, e quem te vê” de autoria da professora Narcimária Luz apresenta uma visão poética da história do bairro de Itapuã, destacando o valor das diferentes civilizações que constituíram o bairro. A autora apresenta através de uma perspectiva pluricultural de educação, uma riqueza de detalhes sobre a presença dos tupinambá, portugueses, africanos e mais recentemente nos anos de 1940 a influência dos Estados Unidos. A narrativa utilizada pela autora, cria personagens que delinearão o encontro entre essas civilizações trazendo reflexões acerca das mudanças sócio-históricas que ocorreram ao longo do tempo na territorialidade de Itapuã, Salvador-Ba.
- ItemKipovi cabuleiro um tom da memória do Cabula(2016-01-08) Nicolin, Janice de Sena; Menezes, Jaci Maria Ferraz de; Santos, Inaicyra Falcão; Oliveira, Nadri Nóbrega; Silva, Ana Célia da; Luz, Narcimária Correia do PatrocínioKipovi Cabuleiro é uma perspectiva de linguagem poética de educação pluricultural, fruto dos estudos de memória da ancestralidade de uma territorialidade sociabilizada por africanos e seus descendentes da Bahia, das formas e modos de linguagem de o contador de história da tradição oral africana narrar o passado ancestral. Cabula é a territorialidade do estudo e topônimo da língua africana quicongo que imprime o sentido da presença inaugural da arkhé congo-angola no lugar. A pesquisa apelou para a episteme africano-brasileira, que valoriza estudos com aprofundamentos nos legados africano e africano-brasileiro e favoreceu o conhecimento da história do Cabula e do símbolo contador de história da tradição oral africana. O objetivo do estudo foi compreender a dinâmica de um contador de história da tradição oral africana para recriá-lo como um contador da história do Cabula, o Kipovi Cabuleiro. Com abordagem metodológica própria, o movimento agachado, foi possível acompanhar a dinâmica das narrativas da memória do Cabula e as elaborações mais profundas da memória da pesquisadora ao dialogar com os procedimentos das perspectivas metodológicas ―desde dentro para desde fora‖ e a dialética do ―vivido-concebido‖. Os impactos das projeções de linguagens analisadas do Kipovi Cabuleiro chegam à compreensão de que a consciência para a valorização da memória de uma territorialidade africano-brasileira, em cenários de educação pluricultural, restitui e renova o sentido de afirmação da ancestralidade fundadora e das alteridades africano-brasileiras; e que carece de disposição política nas instituições de educação básica no sentido de criar iniciativas de enfrentamento ao etnocentrismo e ao racismo no Estado da Bahia.
- ItemOdara: a linguagem dos contos de Mestre Didi(2005) Santos, Léa Austrelina Ferreira; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Silva, Luciene Maria da; Santos, Inaicyra Falcão dosEste trabalho caracteriza as formas de comunicação africano-brasileiras através dos contos de Mestre Didi. Odara – termo de origem iorubá – é a metáfora utilizada para expressar essas formas de comunicação, significando o bom e o belo, o ético-estético intercambiando o tempo todo. Mestre Didi, considerado um ícone da ancestralidade africanobrasileira, é um sacerdote-artista. Sua vivência comunitária e liderança religiosa lhe conferem a possibilidade de recriar diversos contos, frutos da sua sabedoria acumulada na convivência com diversas comunidades-terreiro e de conhecimentos do patrimônio cultural e religioso africano-brasileiro. Ele também é alapini, sacerdote supremo do culto aos ancestrais masculinos, culto Egungun. Através da análise sobre a vida e sobre suas produções coloca-se em evidência uma dimensão educativa dos contos de origem africana. Partindo de algumas análises sobre o pensamento ocidental e sobre como este pensamento classificou outros povos como irracionais e primitivos, a autora afirma a necessidade de compreensão e reconhecimento de outras formas de pensamento. Para tanto, diversos aspectos presentes nos contos de Mestre Didi são ressaltados, especialmente, os desdobramentos seus: valores que se engendram entre os jovens que têm acesso aos contos; perspectivas educacionais que se estruturam; e, linguagens dramáticas que se articulam no contexto baiano. A perspectiva metodológica que orienta a pesquisa é qualitativa, de caráter etnográfico e foi construída à medida que se concretizaram aprendizagens dentro dos valores e princípios africanobrasileiros, vividos nas comunidades-terreiro na Bahia e, em especial, na comunidade-terreiro Ilê Asipá, fundada por Mestre Didi. Foi adotada a perspectiva “desde dentro para desde fora” desenvolvida pela etnóloga Juana Elbein dos Santos, ajudando a elaborar um quadro de referências intimamente ligado aos valores das comunidades envolvidas na pesquisa, evitando abordagens teóricas que possam deturpar os valores do legado civilizatório africanobrasileiro. As principais conclusões desta pesquisa referem-se à afirmação de que os contos de Mestre Didi são formas de comunicação que permitem a reinterpretação de valores culturais e possibilitam a expressão para a sociedade global da cultura e dos valores africano-brasileiros. Os contos de Mestre Didi podem auxiliar na construção de perspectivas educacionais contemplem a diversidade cultural a partir do reconhecimento dos valores do patrimônio civilizatório africano-brasileiro.
- ItemPequenos mundos fundando o grande mundo na diversidade (escola e construção da identidade étnica)(Universidade do Estado da Bahia, 2003-07-16) Silva, Lúcia Marsal Guimarães; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Silva, Ana Célia da; Bigller, Ellen; Motta, KátiaO presente estudo pretende descrever e analisar o processo de construção da identidade étnica em crianças . A população estudada freqüenta as séries iniciais da educação básica em duas escolas públicas de Salvador. Também foi observado o papel das professoras nesse processo. Foram explorados campos teóricos diversos, mas seu foco está nas propostas apresentadas por pesquisadores como Ana Célia Silva, Kabengele Munanga, , Marco Aurélio Luz, Muniz Sodré, Narcimária Correia do Patrocínio Luz, Nilma Gomes, Petronilha Silva dentre outros, os quais “falando do seu lugar”, a partir de seus “movimentos” têm contribuído para os estudos sobre educação e etnia, fortalecendo a luta pelo reconhecimento do legado da ancestralidade africana e sua importância para a construção e/ou fortalecimento da identidade afro-descendente. Busquei alcançar os seguintes objetivos: perceber como as relações estabelecidas na escola interferem na construção da identidade étnica dos afro-descendentes; compreender se ela tem contribuído para o reconhecimento e fortalecimento da diversidade cultural ou se continua centrada na cultura euro-americana; identificar as ações cotidianas das professoras no trato com a diversidade cultural, observando se elas sentem-se preparadas para lidar com tais questões; discutir ações que possam estabelecer perspectivas para a educação a partir de linguagens onde distintos contextos étnico-culturais possam transcender os valores hegemônicos. Para tentar alcançar tais objetivos optei por fazer uma abordagem etnográfica pois esta possibilita uma observação detalhada do cotidiano das escolas e permite a utilização de instrumentos diversos, tais como: análise de documentos, observação direta, observação participante, utilização de questionários e de entrevistas. Uma das conclusões do estudo aponta para a necessidade de uma urgente preparação do corpo docente para lidar com a Pluralidade Cultural, pois notamos que os valores da cultura euro-americana continuam imperando na educação, recalcando outras identidades étnicas também presentes na escola.
- ItemA ressignificação da história do negro nos livros didáticos de história(2012-09-26) Carvalho, André Luís Souza de; Silva, Ana Célia da; Moreira, Cecilia Conceição; Araújo, Ubiratan Castro de; Luz, Narcimária Correia do PatrocínioO trabalho discute o tema da história do negro nos livros didáticos de História. A pesquisa teve por objetivo analisar a forma com que a história do negro é narrada pelos livros didáticos após a implementação da Lei 10.639 visando identificar se a história reproduzida contempla os princípios impostos pela Lei. Investigamos os livros didáticos de história de duas coleções: Projeto Araribá Historia e História, Sociedade & Cidadania. Para alcançar os objetivos da pesquisa utilizamos a técnica de analise de conteúdo na busca pela identificação das mensagens explícitas e implícitas sobre o negro. Foram identificadas sete categorias de análise que representaram aspectos diferentes da história do negro, sendo elas: O negro como mercadoria; O negro representado pela ótica dos viajantes da época; A história do negro antes da escravidão, a ênfase no legado cultural africano para a humanidade; A participação do negro em rebeliões, revoltas, levantes e protestos na história do Brasil e a história dos heróis negros; O negro como protagonista da sua história; A história da resistência negra e A história da mulher negra durante a escravidão. Para uma abordagem mais didática dos resultados da pesquisa apresentamos as categorias na ordem em que as mesmas foram aparecendo e fizemos suas análises. Constatamos que a história do negro que é representada pelos livros didáticos de história está passando por um processo de ressignificação e que contempla parcialmente os princípios determinados pela Lei. Chegamos a esta conclusão por termos identificado que a história do negro foi contada de forma ampla e complexa apenas em momentos específicos das duas coleções, e não no decorrer de toda a coleção, mas concentrada sobretudo nos livros da 7ª série, enquanto os livros das demais séries contaram a história do negro de forma reduzida e em muitos momentos silenciada. Definimos esse processo como um esvaziamento da história do negro pelos livros didáticos de história.
- ItemTirando a máscara: as relações raciais na escola(2007-03) Moura, Terciana Vidal; Menezes, Jaci Maria Ferraz de; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Souza, Clarilza Prado de; Luz, Narcimária Correia do PatrocínioA presente pesquisa insere-se no bojo de estudos que buscam ampliar o estado da arte sobre relações raciais e educação. Procurou investigar como os/as professores/as e os/as alunos/as do Colégio Municipal de Nascente percebem as relações raciais no seu cotidiano escolar. Será que a formação dos/as professores/as do Colégio Municipal de Nascente contribui para o seu entendimento e lhes dá subsídios para lidar com as situações de preconceitos e discriminação, bem como com as questões raciais no seu cotidiano escolar? Quais as dificuldades que os/as professores/as do Colégio Municipal de Nascente teriam para desenvolver uma prática pedagógica em torno da diversidade étnico-cultural? A pesquisa empreendida tem por objetivos: analisar a percepção que os/as professores/as e alunos/as têm acerca das relações raciais no Colégio Municipal de Nascente; identificar as dificuldades didático-pedagógicas para trabalhar a diversidade étnico/racial na escola; verificar até que ponto a formação recebida até então pelos/as professores/as contribui para que eles/elas tenham competência pedagógica para lidar com os preconceitos e as questões de cunho racial presentes em seu universo escolar. Situamos o nosso estudo dentro da nova concepção de ciência, desenvolvendo uma pesquisa de natureza qualitativa. Dentro dessa abordagem, escolheu-se a Metodologia de Estudo de Caso. A pesquisa teve como universo empírico o cotidiano escolar do Colégio Municipal de Nascente, localizado no Município de Nascente na região Sul da Bahia, onde foram entrevistados 11 professores/as e 67 alunos/as. A fala desses sujeitos/as evidenciou que: existe um silêncio e uma falta de percepção muito grande no espaço escolar quanto às questões de cunho racial; a percepção dessas questões vai depender da trajetória de vida dos/as professores/as e alunos/as; os/as alunos/as negros/as tendem a renunciar sua identidade étnica; a cor preta é associada ao mal, ao ruim e ao feio; há um desconhecimento histórico muito grande por parte dos/as professores/as e alunos/as quanto à história e cultura africana, que são reduzidas ao folclore, ao período da escravidão e à capoeira; existe uma tendência de naturalização do negro como menos inteligente e predestinado a ocupar determinadas posições na sociedade; a questão da diversidade étnica não se traduz numa questão prioritária a na escola; e falta suporte didático pedagógico para trabalhar com a temática diversidade étnico-cultural. Constamos que o racismo é uma ideologia muito viva no cotidiano do Colégio, norteando as formas de sociabilidade entre os/as alunos/as no seu interior da escola. Apontamos que para transformar essa realidade é necessário, primeiramente, que os/as professores/as possam romper com a cultura do silêncio quanto às questões raciais, que se instaurou em nossas escolas. Em segundo lugar, é preciso levar os/as professores/as a refletir sobre os fundamentos epistemológicos que ancoram as suas representações, conceitos e pensamentos em torno das questões raciais.