Navegando por Autor "Gonçalves, Gabriel Menezes"
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- ItemOlhares sobre as violências no cotidiano escolar: travessias, atravessamentos e (res)significações(2019-05-31) Gonçalves, Gabriel Menezes; Messeder, Marcos Luciano Lopes; Abramovay, Miriam; Martins, Daniela Maria BarretoO ato educativo deve ser encarado como prática social, constituído e constituinte das relações sociais, ao passo que a instituição escolar, por meio desses atos, também se configurará enquanto espaço para inserção de novas normas de convivência. De forma intencional e sistematizada, os atos educativos revelam posições institucionais diante das violências presentes na escola e na sociedade. Não obstante, cada sujeito singular que compõe esse espaço tece e/ou reproduz suas próprias estratégias ao entrar em contato com situações de violência. Assim, este trabalho tem como objetivo identificar as estratégias selecionadas e proferidas pelos sujeitos que compõem o Colégio Estadual Odorico Tavares, em Salvador (BA), diante das violências percebidas e vivenciadas em seu cotidiano. Para tanto, buscou identificar e compreender as percepções sobre violência existentes na escola, bem como os lugares que as mesmas ocupam nas relações entre os sujeitos e em suas percepções relativas a esse espaço. Ancorado especialmente nos estudos de juventude e violências produzidos por Abramovay, Charlot, Chauí; e nas discussões referentes a cotidianidade tecidas por Heller e Certeau, utilizou-se uma metodologia de base qualitativa e etnográfica, possibilitando desenvolver um trabalho de campo que operasse em constante análise, seja nas observações nos corredores e durante as aulas; nas Atividades de Coordenação; na reunião de professores e nas ações externas. Diálogos tecidos com funcionários, discentes, docentes e corpo diretivo somaram-se às entrevistas semiestruturadas, compondo a coleta ao longo dos nove meses de campo. A análise ocorreu em confluência com os referenciais teóricos utilizados e evidenciou a escolha de estratégias violentas como mecanismos de defesa, de manutenção do controle e de imposições normativas. Foi possível identificar naturalizações, hierarquizações e atravessamentos alternando-se entre a condição de violência primeira e estratégia reativa. Observaram-se latentes discrepâncias de abordagens nos tratos diante das violências físicas e das violências simbólicas, com um recorte de gênero marcante nas escolhas. Ademais, marcas de resistências foram impressas no cotidiano da escola, produzindo rachaduras e transformações. Espera-se, com este estudo, que as expressões e vivências por aqui mencionadas falem para além do cotidiano do Odorico Tavares, tencionando que outras investigações se debrucem sobre a temática e elucidem novas estratégias possíveis.