Navegando por Autor "Gatinho, Andrio Alves"
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- ItemAções Curriculares do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana em Escolas Públicas de Rio Branco-AC(2017-03-27) Gatinho, Andrio AlvesEsta pesquisa situa-se no campo de estudo sobre currículo e relações raciais e versa sobre as práticas do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana (EHCAA) em quatro escolas públicas de Rio Branco-AC. A abordagem metodológica adotada foi de cunho qualitativo e teve como técnicas de coleta de dados a pesquisa documental, a realização de grupos focais com professores e gestores das quatro escolas e com técnicos e gestores da Secretaria de Educação do Acre. As complexas relações sociais que incidem sobre o currículo sintetizam a disputa pelo poder simbólico, o que é central na dinâmica que analiso nesta tese. A ação da Lei 10.639 nessas quatro escolas é marcada pela ideia de um trabalho “transversal”, baseado no discurso da “pluralidade cultural” e no estudo de história afro-brasileira, este último constituído pelas experiências e contribuições dos negros na formação nacional. A apreensão da pluralidade cultural e da importância dos negros na formação social brasileira é a marca da “leitura tradicional” do EHCAA, o que mostra a presença da força explicativa para justificar a ideia da História da África e dos Afro-Brasileiros, que mantêm seu formato e concepção independentemente da política da Lei 10.639. Outra referência à implementação da Lei é a ideia de “combate ao racismo” como objetivo de suas práticas. Embora os agentes incorporem, discursivamente, a ideia de “reeducação das relações étnico-raciais”, na prática eles adotam as ideias de tolerância, respeito e convivência harmoniosa entre as culturas, típicas de um tipo de leitura sobre o multiculturalismo liberal ou humanista. O privilégio de disciplinas e conteúdos “mais” acadêmicos, considerados de excepcional importância, instrumentais, identificáveis, com uma estrutura estável e que favoreçam um ensino competitivo, trabalha a favor da defesa de “um currículo de alto status”, o que limita o espaço e o tempo escolar para ações democratizantes do currículo, como as desencadeadas com a Lei 10.639. A partir da análise das tarefas escolares, previstas nos planejamentos das sequências didáticas, percebe-se que os conteúdos de história afro-brasileira e africana são secundários nas aulas, e que são expostos de forma introdutória ou acessória aos debates. As informações coletadas evidenciam que, do ponto de vista do currículo, esses agentes pouco se interessaram pelo debate sobre a organização das disciplinas e sobre o conhecimento escolar, o que demonstra que não problematizam os princípios subjacentes que regulam a construção social dos programas e as práticas pedagógicas, nem o estatuto e conteúdo das disciplinas escolares.
- ItemExperiências religiosas e práticas educativas: sociabilidades no percurso de formação de professores na Universidade do Estado da Bahia – UNEB(2018-08-23) Oliveira, Adauto Leite; Costa, Lívia Alessandra Fialho; Grossi, Gabriel; Gatinho, Andrio Alves; Messeder, Marcos Luciano Lopes; Souza, Sueli Ribeiro MotaEsta tese tem por objetivo estudar a relação existente entre as experiências religiosas trazidas de discentes e as práticas educativas identificadas no espaço universitário, em cursos de Letras, História e Pedagogia. Diante da inegável presença de alunos de diferentes matrizes religiosas, nota-se que, quando são tratados elementos sensíveis às suas crenças, há desafios postos para as escolas públicas no como lidar com a questão da diversidade religiosa e seus condicionantes (dogmas e hábitos), que interferem nas relações interpessoais e no rendimento escolar. O cenário torna-se mais preocupante, quando essas questões são refletidas em um país cuja Constituição o reconhece como Estado laico, mas apresenta, na composição do seu Congresso Nacional e no Senado Federal, o fortalecimento da chamada ―bancada evangélica‖, que vem trabalhando intensamente, nos tempos atuais, para impor seus dogmas à nação por meio de diversos projetos de lei e iniciativas parlamentares que se contrapõem à laicidade. O campo da pesquisa é a Universidade do Estado da Bahia – UNEB, seus alunos são os principais colaboradores, conferindo ao trabalho um olhar intrainstitucional importante para pensar limites e alcances da formação universitária quando a diversidade religiosa entra no centro da discussão. A questão central que norteia essa tese é: compreendendo a dialética que envolve a relação entre as experiências religiosas dos discentes e as práticas educativas presentes na universidade, em que medida a UNEB contribui para a formação de professores numa perspectiva de escola laica? Tomou-se como recorte para estudo de caso três turmas nos cursos de Letras, História e Pedagogia, uma turma de cada curso, a partir do mote proporcionado pelas leis 10.639/03 e 11.645/08, que apontam as disciplinas de História, Literatura e Artes como campos privilegiados para o trabalho com os conteúdos de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena. O estudo de caso etnográfico e análise qualitativa prevalente, sustenta-se em técnicas e instrumentos próprios para geração de seus dados, aliados a fontes terciárias de informações, com base na multirreferencialidade. Dentre esses elementos, as entrevistas ganham destaque, onde as experiências religiosas, a partir das histórias de vida expressas oralmente, sustentam as percepções dos colaboradores sobre o que vivenciaram no percurso de formação em seus respectivos cursos, considerando seus olhares no campo religioso. Como resultado, não se identificou uma preocupação sistemática e articulada em se estabelecer, na formação de professores da instituição, processos que contribuam para o trabalho dos futuros docentes que favoreçam, em suas práticas educativas, o princípio da laicidade. Há um sombreamento das realidades religiosas que tecem diálogos com a dinâmica acadêmica, revelando contornos peculiares. Estas sociabilidades são postas à margem das reflexões, enquanto componentes pertinentes ao currículo proposto pela UNEB, que fomentam as práticas educativas curriculares e extracurriculares que acontecem no seu espaço.
- ItemMulheres do Quilombo: Identidade Étnica, Gênero e Educação na Comunidade Porto dos Cavalos – Ilha de Maré/Bahia(2018-09-28) Xavier, Girleide da Silva; Messeder, Marcos Luciano Lopes; Gatinho, Andrio Alves; Pacheco, Ana Claudia LemosEssa pesquisa objetivou compreender a participação das Mulheres Quilombolas na valorização dos saberes locais, na formação educacional e no fortalecimento da identidade étnica na Comunidade Porto dos Cavalos, localizada na região Norte da Ilha de Maré, município de Salvador, no Estado da Bahia, a 5 km da capital. A trajetória dessa investigação começou a se delinear a partir da minha experiência com a comunidade, em 2013, quando ministrei aulas na turma de Alfabetização Intensiva, que reuniu estudantes do quilombo do Ensino Fundamental I. Foi nesse contexto que observei a presença marcante das mulheres em atividades sociais, o sustento das famílias, a mobilização política, as situações de conflitos sociais e tomada de decisão referentes a assuntos comunitários. Para realizar a pesquisa, foram mobilizados diversos conceitos contemporâneo, tais como: gênero, identidade étnica, raça e território, articulados dentro de um quadro teórico que envolve os estudos de Landes (1967), Hall (2005), Munanga (1996), Arruti (2006) entre outros. A questão que norteou essa pesquisa foi: Qual a participação das Mulheres Quilombolas no fortalecimento da identidade étnica na comunidade? Para respondê-la, bem como alcançar o objetivo mencionado, a etnografia foi a metodologia utilizada, e como estratégias de coleta de dados foram feitas observação participante e entrevistas semiestruturadas, com os sujeitos da comunidade, destacando quatro entrevistas indicadas pelas pessoas da comunidade ao longo deste trabalho. As interpretações e análises dos dados apontam para o protagonismo das mulheres e sua presença em si na formação da identidade étnica do grupo.