Navegando por Autor "Fernandes, Mille Caroline Rodrigues"
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- ItemDe Angola à Nilo Peçanha: traços da trajetória histórica e da resistência cultural dos povos Kongo/Angola na Região do Baixo Sul(2020-11-26) Fernandes, Mille Caroline Rodrigues; Menezes, Jaci Maria Ferraz de; Paxe, Abreu Castelo Vieira dos; Miranda, Cláudia; Quiñonez, Santiago Arboleda; Castro, Yêda Antonita Pessoa de; Santana, Carlos Eduardo Carvalho de; Viera Filho, Raphael Rodrigues; Messeder, Marcos Luciano LopesA pesquisa foi desenvolvida em 8 (oito) províncias de Angola: Cabinda, Zaire, Uige, Bengo, Luanda, Malanje, Kwanza Norte e Kwanza Sul, as quais compunham os antigos Reinos Kongo, Ndongo e Matamba. Uma investigação que teve seu início em outubro de 2018, com o objetivo de investigar como o levantamento sócio-histórico e demográfico sobre os povos de origem Kongo/Angola pode contribuir para descolonizar o currículo oficial de ensino em relação à história e à cultura da população negra na escola de Nilo Peçanha, localizada no território do Baixo Sul da Bahia-Brasil. Esta preocupação surge a partir das experiências vividas e análises feitas no período da pesquisa de Mestrado, que buscou compreender as formas de discriminações raciais, xingamentos, apedrejamentos e todas as formas de preconceitos vividos por jovens dos Kilombos de Boitaraca e de Jatimane ao saírem dos seus respectivos Kilombos para estudar na cidade de Nilo Peçanha. Com os estudos feitos durante o Mestrado também foi possível refletir significativamente sobre o currículo de base neocolonial e, consequentemente, os materiais didáticopedagógicos utilizados com os alunos/as kilombolas e não kilombolas na escola Nair Lopes Jenkins, na cidade de Nilo Peçanha, bem como a importância de uma formação continuada para os professores negros e negras da já referida escola, que ampliasse a discussão sobre a influência da cultura negra de origem Kongo/Angola e a inclusão deste conhecimento no currículo escolar. Estas reflexões alargaram-se, levando-me a atravessar o Atlântico e retomar discussões históricas nesta Tese de Doutoramento sobre a constituição do território que hoje chamamos Angola e como esta história, memória e ancestralidade constituem-se e inscrevem-se em nossos corpos diaspóricos negros e kilombolas no Baixo Sul da Bahia, mantendo-se vivos e vibrantes em nosso/a Ntu/Mutué (cabeça), Ntima/Muxima (coração) e Muanda/Nzumbi (espírito). Trabalho de natureza etnográfica, apresenta uma abordagem qualitativa, utilizando na coleta de dados: fotos, filmagens, acervos iconográficos, referências nacionais e internacionais, observações participantes, entrevistas semiestruturadas/narrativas realizadas com Reis, Ngangas, Mweni-xi, N’gola, Sekulos, Sobas, além de pesquisadores da área. Por fim, a pesquisa demonstra a importância da educação pensada a partir da ancestralidade Kongo/Angola e sua análise e resultados dos dados abrem perspectivas para elaborações de propostas de Educação Antirracista como Formação Docente através de Licenciaturas de História da África e Letras com Habilitação para o Kikongo e Kimbundu, bem como a produção de Material didático-pedagógico.
- ItemExperiências narrativas de vida-narração de professoras infantil de uma instituição filantrópica no bairro da Paz, Salvador - BA(Universidade do Estado da Bahia, 2023-03-29) Marcelino, Brisa Maria Santos; Silva, Ana Paula Conceição; Nunes, Mighian Danae Ferreira; Fernandes, Mille Caroline Rodrigues; Sales, Mary Valda SouzaEsta pesquisa tem como temática a formação de professoras que atuam na Educação Infantil e percebem em suas vivências a construção da sua identidade negra. Elegemos como problemática desta pesquisa: as questões acerca das relações raciais estão presentes na experiência formativa (formacional) de professoras da Educação Infantil? O objetivo geral foi analisar através das narrativas e trajetórias se as questões acerca das relações raciais estão presentes na experiência formativa (formacional) de professoras da Educação Infantil. Os objetivos específicos foram verificar a partir das narrativas das professoras se o tema das questões raciais compareceu em suas histórias de vida e na experiência acadêmica; identificar se o tema das questões raciais incide na prática pedagógica das professoras de educação infantil e analisar o tipo de relação que se constituiu historicamente entre o campo da educação infantil e os estudos sobre relação racial a partir de relatos das professoras. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, em que se utilizou uma metodologia de pesquisa narrativa / autobiográfica, e que teve como dispositivos de coleta de informações a entrevista, o questionário e a observação participante, além da análise documental. Foi verificada, a partir das narrativas das professoras, a ausência de conhecimento em espaços formativos sobre as relações raciais, desde o percurso escolar, vida social, familiar e trajetória formativa destas professoras. Em relação com isso, também não há reflexões sobre a sua prática pedagógica e na relação com as crianças negras. Questões acerca das relações raciais estiveram presentes de forma muito pontual no processo formativo destas professoras da educação infantil.
- ItemMaria “Filipa” presente!: análise de construção de memórias e participação de Maria Filipa nos livros didáticos de história do ensino médio(Universidade do Estado da Bahia, 2022-11-23) Vieira, Lucineide Santos; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Moura, Milton Araujo; Fernandes, Mille Caroline Rodrigues; Cardoso, Cláudia PonsO presente trabalho objetiva analisar a maneira como os livros didáticos de História do Ensino Médio, distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2018), retratam a memória de Maria Felipa de Oliveira (?-1873), mulher de origem pobre, negra, pescadora, marisqueira, capoeirista que participou de modo aguerrido, no período do processo de Independência do Brasil, na chamada Guerra da Independência (1822-1824). Para tanto, foram analisados os capítulos de livros didáticos que versam sobre o processo da Independência das obras que compõem as coleções de maior predileção dos professores, distribuídas pela PNLD/2018. Na primeira parte dessa pesquisa, refletimos sobre a função do livro didático e, em especial, daqueles voltados ao ensino de História, como instrumento de poder, sua relação com o currículo e a legislação, voltados para o combate ao racismo e à promoção da educação étnico-racial. Em seguida, por meio de um breve percurso histórico, abordamos a criação do PNLD, bem como analisamos os documentos reguladores que norteiam a escolha dos livros didáticos aprovados e distribuídos pelo PNLD/2018: o edital e os guias voltados para o ensino de História. Na segunda parte, tendo como aporte teórico os estudos de especialistas, refletimos sobre o papel da teorização feminista e das lutas das mulheres negras. Logo apresentamos um diálogo com os teóricos em memória, identidade e representação, analisamos os fatores que geraram o silenciamento/esquecimento dos feitos de Maria Felipa de Oliveira nas lutas contra o colonialismo lusitano. Em seguida, baseando-nos na metodologia da Nova História, apresentamos os resultados da minuciosa pesquisa documental, realizada em repositórios digitais e outros acervos, apresentamos os feitos de Maria Felipa, prestando-lhe o devido reconhecimento, revelando-a para além do imaginário popular regional. E, na última parte, retratamos a análise da busca pela representação de nossa personagem e suas façanhas nos conteúdos da História da Independência do Brasil nos três livros didáticos selecionados. A metodologia utilizada foi baseada na identificação e análise de imagens e textos que apresentassem alguma abordagem sobre a temática recortada na presente pesquisa. A partir do que foi analisado, identificamos que nos conteúdos dos capítulos dos referidos livros didáticos a representação da memória de Maria Felipa de Oliveira e sua participação nas lutas pela Independência, ainda que guardada e recontada aos longos dos anos pela memória dos itaparicanos, continua, infelizmente, em grande parte, silenciada e esquecida, ou seja a mulher negra, como sujeito ativo na constituição da historiografia de nosso país, ainda continua negligenciada nos livros didáticos analisados e, ainda, arriscamos dizer que em outros tantos volumes de semelhante abordagem.
- ItemYalodês em movimento: mulheres negras, contos afro-brasileiros e o racismo na escola(Universidade do Estado da Bahia, 2022-06-27) Reis, Larissa de Souza; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Nogueira, Claudete De Sousa; Santana, Marise de; Fernandes, Mille Caroline Rodrigues; Cardoso, Claudia Pons; Silva, Valdélio SantosA presente pesquisa, intitulada “Yalodês em Movimento: Mulheres Negras, Contos Afro-Brasileiros e o Racismo na Escola” visa analisar de que maneira o estudo sobre contos afro-brasileiros de Candomblé da Bahia pode contribuir para o processo de enfrentamento de professoras negras diante do racismo na escola. Com esse intuito, expomos como objetivos específicos: investigar o contexto histórico da diáspora africana de povos bantu e yorùbá no Cabula; averiguar o papel das narrativas de tradição oral afro-brasileira para a educação antirracista, por meio da consulta a Candomblecistas; promover um estudo coletivo sobre contos afro-brasileiros com professoras negras de uma escola pública de Salvador, por meio de grupo focal e oficinas artísticas; observar como o processo de estudo e discussão acerca dos contos, com as professoras/o professor da pesquisa, pode revelar elementos de identificação e de combate ao racismo na escola. A investigação, de natureza qualitativa, segue o viés da pesquisa participante e tem como instrumentos de produção de dados: diário de bordo da pesquisadora; conversas informais; observação participante; entrevista semiestruturada; gravador de áudio; o aplicativo Whatsapp; as plataformas Zoom, Google Meet e Teams; grupo focal, oficinas artísticas e diário de bordo das/do professoras/professor. Este trabalho pode proporcionar um espaço reflexivo de âmbito socioeducativo e acadêmico, pelo investimento na valorização de discussões descolonizadoras, como forma de aproximação de análises em torno do racismo ocorrido em espaços socioeducativos.