Navegando por Autor "Cordeiro, Verbena Maria Rocha"
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- ItemAs letras além das grades: representações sobre leitura em memórias de um sobrevivente(Universidade do Estado da Bahia, 2010-06-14) Sales, Karina Lima; Hoisel, Evelina de Carvalho Sá; Cordeiro, Verbena Maria RochaNeste estudo, tem-se como objeto a narrativa Memórias de um sobrevivente, do escritor Luiz Alberto Mendes, um relato autobiográfico que encena a constituição de um sujeito leitor, com vistas a discutir as representações sobre leitura, buscando-se um entendimento do valor dessa prática cultural na trajetória de vida contada e organizada por um autor-narrador-personagem. Para tanto, são eleitas as contribuições teóricas do campo da Sociologia da Leitura, particularmente os estudos de Jean-Claude Pompougnac e Jean Hébrard, sobre a constituição do leitor, e de Roger Chartier e Pierre Bourdieu, que compreendem a leitura como prática cultural. Com vistas ao entendimento das representações sobre leitura, este estudo busca apoio em Serge Moscovici, com seu conceito de representações sociais.
- ItemA casa, a universidade e a escola: travessias de leitura de professores da cidade de Euclides da Cunha(2016-04-11) Pereira, Cleide Selma Alecrim; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Besnosik, Maria Helena da Rocha; Moreno, Luciana Sacramento; Rios, Jane Adriana Vasconcelos PachecoEsta pesquisa analisa as histórias de leitura, da infância aos dias atuais, de seis professores egressos do curso de Letras Vernáculas do campus XXII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), na condição de docentes do Ensino Médio. O objetivo geral é investigar como se constituíram estas histórias de leitura na vida e profissão desses professores e quais as implicações na atividade docente no Ensino Médio para a formação do leitor. A pesquisa fundamenta-se na ideia de que a formação leitora do professor contribui para fazer deste um mediador de leitura que estimula nos alunos o gosto pela leitura literária. De natureza qualitativa, o trabalho utiliza-se da abordagem autobiográfica na perspectiva de Ferraroti (2010) e Souza (2006, 2008), dentre outros, como método de investigação e para isto faz uso da entrevista narrativa para a coleta dos achados da pesquisa. A base teórica desse trabalho fundamenta-se também em autores que abordam a Sociologia da Leitura e as suas práticas culturais em diferentes espaços sociais, tais como Chartier (2011), Lafarge e Sagré, (2010) e Abreu (2006). Para a concepção de literatura e do ensino da Literatura, ancora-se Cândido em (1995), Todorov (2010) Paulino (2008,2004), Cosson (2014), Lajolo (2001) e Cordeiro (2006, 2015). E a discussão sobre a formação docente ampara-se em Nóvoa (1989), Tardif (2012,2014) e Antunes (2011). A análise dos dados colhidos aponta uma forte tendência dos docentes às práticas tradicionais do ensino de literatura em que o foco é na leitura obrigatória do texto/obra para fins avaliativos. Os resultados também assinalam um descompasso entre os estudos oferecidos na universidade e o que os professores na escola podem articular entre a teoria e a prática no ensino médio. Evidencia-se ainda a necessidade de ampliação da discussão sobre a formação dos docentes, a leitura como prática cultural e o fortalecimento da pesquisa nos cursos de graduação voltada ao ensino de literatura e à formação do leitor.
- Item“Entre tantas Marias”: nuances da identidade feminina no romance A Prostituta, de Herberto Sales(2011-03-30) Souza, Manuela Cunha de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha ; Costa, Edil Silva; Tomaz, Jerzuí Mendes TorresEste estudo traz uma discussão sobre as nuances da identidade feminina a partir da análise da trajetóriade Maria, protagonista do romance A prostitutado baiano Herberto Sales. Tomando como ponto de partida a concepção de identidade fragmentada, proposta pelos Estudos Culturais, destacam-se os múltiplos lugares sociais ocupados por essa personagem, focalizando como se dá o agenciamento de suas variadas facetas. Para tanto, são necessárias reflexões acerca da condição da meretriz dentro e fora de seu espaço de trabalho, além disso, é importante destacar que as representações atribuídas às prostitutas é uma construção social e que sua figura nem sempre foi depreciada. A família, o emprego e a Igreja são algumas das instâncias sociais que possuem um importante papel (trans)formador de identidades, seja ao ditar as suas regras, as quais devem ser seguidas, seja ao permitir o intercâmbio cultural entre seus membros. Com Maria não seria diferente. A cada descaminho atravessado pela protagonista, seus valores são reavaliados e negociados com o novo contexto que se irrompe, demarcando o quão fluidas são as relações humanas. Sendo assim, ao longo deste trabalho, observa-se que não cabe mais a dicotomização feminina –ou a santa ou a puta –ideia muito comum ao olhar categorizante da sociedade, especialmente até meados do século passado.
- ItemEntre viagens, leituras e leitores: a itinerância da biblioteca Anísio Teixeira(2009-05) Marques, Zélia Malheiro; Souza, Elizeu Clementino de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Beltrão, Lícia Maria Freire; Ornellas, Maria de Lourdes SoaresO presente estudo foi desenvolvido no contexto do Mestrado em Educação e Contemporaneidade - Universidade do Estado da Bahia – UNEB e propôs compreender como as práticas de leitura desenvolvidas pela Biblioteca Móvel Anísio Teixeira - BMAT, junto às escolas rurais do município de Caetité/BA, têm ou não constituído leitores. Os encontros de leitura em espaços culturais como a Escola Janir Aguiar, escola rural multisseriada, desativada com o processo de nucleação dessas escolas e a Casa Anísio Teixeira, em Caetité, serviram para pensar as narrativas de leitura, elegendo o diário, enquanto registro dos trabalhos desenvolvidos. Essas estratégias possibilitaram implementar discussões oriundas do processo de constituição leitora, levando-se em conta o sujeito-leitor, suas narrativas de leitura, tanto as pessoais, quanto as sociais e suas relações em ambientes urbanos e rurais. Teoricamente a pesquisa ancorou-se em autores do campo da formação e da leitura, tomando estudos desenvolvidos por Nóvoa (1988), Pineau (1999), Poirier et al (1999), Josso (2004), Souza (2006), Chartier (2001), Lacerda (2003), Paulino (2004), Cordeiro (2006), Abreu et al (2007). A pesquisa, de natureza qualitativa, foi desenvolvida, a partir da abordagem (auto) biográfica, enquanto método de pesquisa e, para a coleta dos dados, foram utilizados os diários e as narrativas de leitura. A análise das fontes foi confrontada com as fichas de empréstimo de livros (BMAT) e com alguns trabalhos realizados nas escolas Janir Aguiar e Altair Públio, resultantes das práticas de leituras da BMAT. O estudo, portanto, buscou dar visibilidade as práticas de leituras da BMAT para o diálogo com as experiências locais, confirmando a singularidade e a não linearidade das leituras. A família e os espaços imbricados apareceram como guardiãs das histórias, muito mais do que as escolas. Do contato com o processo de constituição leitora em espaços de ausência de impressos como as escolas rurais do Município de Caetité, as presenças referentes às experiências leitoras, tanto pela via da linguagem poética, quanto pelas brincadeiras e narrativas da oralidade instigaram os leitores à discussão das leituras culturais. Os leitores, de uma visão mais idealizada da leitura, começam a revelar a idéia de pertencimento e, ao trazerem a iniciativa de criação do espaço de cultura no lugar em que funcionou a escola multisseriada, revelaram significados da leitura, seja pela utilidade, seja pelo entretenimento e lazer como proposta de pensar a cultura local em consonância com outras culturas.
- ItemEspaços do eu em Infiel de Ayaan Hirsi Ali(2015-03-30) Santos, Eumara Maciel dos; Lima, Elizabeth Gonzaga de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Santos, José Henrique de FreitasNeste estudo, investigou-se como a somali Ayaan Hirsi Ali, em sua autobiografiaInfiel, a história de uma mulher que desafiou o islã (2007), constituiua si nos diferentes espaços entre África, Ásia e Europa.Essa obra, no período de seu lançamento,alcançou sucesso de vendas no mercado editorial de diversos países,tendo como marca fundamental a fragmentada subjetividadecontemporânea de uma imigrante que, ao renunciar ao Islã, empreendeu uma luta pela liberdade de expressão enquanto mulher, que lhe rendeu a condenação à morte por fundamentalistas muçulmanos.Neste estudo, contou-se com as referências teóricas de Joseph Ki-Zerbo (2010) sobre a história da África, com o estudoacerca das matrizes culturais africanas, de Amadou Hampâté Bâ (2003; 2010). Quanto ao espaço biográfico contemporâneo, utilizaram-se os conceitos de Leonor Arfuch (2010; 2013). Os estudos de Stuart Hall (1996; 2000) viabilizaram reflexões acerca das questões identitárias e diaspóricas. Os constructos de Edward Said (1990; 2003; 2005) foram acionados para tratar sobre as demandas identitárias no exílio e sobre o orientalismo. Néstor Garcia Canclini (2005) foi imprescindível na discussão sobre as culturas híbridas e sobre o local dessas culturas. Utilizaram-se, ainda, os estudos de Homi Bhabha (1991; 2005), entre outros, que contribuíram para a reflexão acerca dos espaços do eu de Ayaan Hirsi Ali construídos em Infiel
- ItemHistórias cruzadas de professores: memórias de letramento e de práticas pedagógicas em escolas rurais(2014-04-11) Ribeiro, Neurilene Martins; Souza, Elizeu Clementino de; Passeggi , Maria da Conceição; Suárez, Daniel Hugo; Delory-Momberer, Christine; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Rios, Jane Adriana Vasconcelos PachecoNo âmbito dos estudos sobre ruralidades, letramento e formação docente, essa tese tem o objetivo de investigar possíveis implicações e relações entre memórias de letramento e de práticas pedagógicas, ao apreender saberes e práticas de letramento de professores, bem como discutir percepções docentes sobre processos de formação e autoformação. Realizou-se em regime de colaboração com doze professores que nasceram, estudaram e atuam em escolas rurais, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, na cidade de Iraquara-BA. Inscreve-se no panorama intergeracional de investigações que tomam as histórias de vida como metodologia de pesquisa-formação, de modo que aborda aspectos axiológicos, epistemológicos, políticos e metodológicos da escuta aos professores. Adota-se o ateliê biográfico rural como dispositivo de investigação-ação-formação e como política de sentidos para a formação de professores, a partir de três tempos e dois movimentos. Enquanto os tempos relacionam-se à escrita de memórias de letramento, de relatos pedagógicos e às histórias cruzadas de professores, os movimentos referem-se à heteroformação e a autoformação. Na vertente das memórias de letramento na infância, contrasta a aridez das práticas escolares tradicionais com a fertilidade do letramento informal forjado em espaços não escolares rurais. Na perspectiva do letramento emancipatório, discute modos como práticas pedagógicas inovadoras, no cotidiano escolar, são construídas pelos professores, a partir de projetos de letramento e redes de sociabilidade. No campo da formação, problematiza questões sobre inovação pedagógica e rupturas, tematiza a aprendizagem docente como deslocamentos tensionados por múltiplas temporalidades e dilemas e destaca o espaço-tempo da escola como ateliê de formação. Defende a tese de que os professores remodelam horizontes iniciais e insurgem como design de currículo e autores de práticas avançadas, ancorados pela formação no contexto da escola. Conclui que estão em marcha pequenas revoluções em escolas rurais, haja vista a emergência da pedagogia da esperança alicerçada no letramento emancipatório e na construção de escolas itinerantes.
- ItemHistórias cruzadas: leituras de mulheres negras da EJA(2008) Mercês, Leidinalva Amorim Santana das; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Souza, Elizeu Clementino de; Mota, Kátia Maria Santos; Souza, Florentina da SilvaA pesquisa focaliza um estudo sobre as práticas culturais de leitura de um grupo intergeracional de mulheres negras da Educação de Jovens e Adultos – EJA, de escolas públicas na cidade de Salvador, levando em conta as condições socioeconômicas precárias em que essas mulheres têm estado inseridas. Buscando compreender os percursos de leitura no contexto contemporâneo, este trabalho foi fundamentado a partir do pensamento de Freire (1986, 1989), dos pressupostos da abordagem (auto) biográfica (DOMINICÉ, 1988; JOSSO, 1988, 2004; PINEAU, 1980, 1999) e da História Cultural (ABREU, 1999, 2001, 2002, 2006; CHARTIER, 1990, 2001, 2003; DE CERTEAU, 1994). A metodologia foi centrada em uma análise qualitativa. Trata-se de uma pesquisa exploratória e, para a coleta de dados, foram realizados encontros de leituras de textos literários, com a intenção de evocar lembranças de vários períodos da vida de diferentes gerações de mulheres, com idades entre vinte e sessenta anos. Os resultados deste estudo evidenciam que, embora essas mulheres tenham participado de diversos processos de exclusão, elas articularam táticas, de acordo com os princípios de leitura de De Certeau (1994) e de Chartier (2003a), que as constituíram leitoras da palavramundo, conforme a pedagogia de Freire (1986). Essas táticas foram identificadas e analisadas em diferentes trajetórias, que possibilitaram a verificação de práticas culturais de leitura, bem como a compreensão das condições de vida em que estão inseridas as mulheres negras da EJA.
- ItemHistórias de vida de professoras de língua portuguesa: dilemas e saberes da profissão docente(2008-09-25) Ribeiro, Neurilene Martins; Souza, Elizeu Clementino de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Sá, Maria Roseli Gomes de; Passeggi, Maria da ConceiçãoA presente pesquisa discute como professoras de Língua Portuguesa tornam-se professoras no exercício da profissão, tendo em vista os saberes docentes e os dilemas profissionais constitutivos da vida de professores iniciantes. Busco aproximar-me dos campos de tensão vividos pelas professoras nos anos iniciais da carreira, ciclo profissional que ritualiza os começos da profissão: que dilemas enfrentam, como os nomeiam, como se posicionam frente a eles. Assumo como objetivo dessa investigação compreender as teias de relações constitutivas dos processos que forjam a construção das identidades e subjetividades docentes no ciclo inicial da carreira, cujos fios são buscados nas histórias de vida das professoras por meio de narrativas orais e escritas. No âmbito das pesquisas qualitativas sobre formação docente, o trabalho assume como metodologia as histórias de vida, enquanto intenta dar algum enfrentamento ao enfoque racionalista e tecnicista da formação de professores, meta narrativa que perdura na formação docente, ainda que sob traços contemporâneos. Escolho, como espaço empírico da pesquisa, municípios da Chapada Diamantina, no âmbito do Projeto Chapada, para realizar a escuta de professoras de Língua Portuguesa que atuam em classes de 5ª a 8ª série, nas redes municipais de ensino, com um a cinco anos de carreira. Carta, grupo focal, entrevista narrativa e relatório sobre a prática docente são tomados como fontes de pesquisa, para investigar experiências formadoras e (auto)formadoras que marcam as identidades profissionais e as práticas de ensino das colaboradoras da pesquisa. Ao considerar tais contextos e sujeitos da pesquisa, questões concernentes às relações entre memória, docência e gênero, bem como aquelas vinculadas às relações entre docência e educação na zona rural são tangenciadas no âmbito desse estudo sobre aprendizagem da docência no ciclo inicial da carreira.
- ItemLendo Lolita em Teerã - Um passeio pela república da imaginação(2013-05-08) Brito, Caio Vinicius de Souza; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Oliveira, Sayonara Amaral deNeste estudo investigou-se como Azar Nafisi, escritora iraniana, em sua obra Lendo Lolita em Teerã, recorreu à leitura de obras proibidas da cultura ocidental, em companhia de sete de suas jovens alunas, para resistir à opressão do regime fundamentalista tão nocivo à liberdade das mulheres. Mulheres que repensaram suas vidas, reorganizaram seus sonhos, desejos e fantasias, preservaram suas identidades, alimentadas por uma conversa desinteressada sobre livros proibidos. Essa experiência de leitura, realizada num espaço privado a sala de estar da casa de Nafisi configura-se como um exílio interno para elas, como uma forma de manter sua integridade psicológica frente ao confisco brutal de suas identidades. Fez-se uso de alguns autores, a exemplo de Gaston Bachelard, Maurice Halbwachs, Sigmund Freud, Michèle Petit, Mario Vargas Llosa, Lilian de Lacerda e Evelina Hoisel, para dar suporte teórico ao estudo. Na obra memorialística Lendo Lolita em Teerã, a leitura literária, para Azar Nafisi, preenche as insuficiências da vida, faz com que a vida seja algo mais tolerável. A leitura assume três funções essenciais para as protagonistas: de um espaço de liberdade; de formação e o resgate da memória individual e coletiva e de preservação de suas identidades em meio aos ditames da República Fundamentalista Islâmica
- ItemLições de literatura no Programa Gestar II(2015-03-27) Nogueira, Alexandra Patrocínio; Silva, Márcia Rios da; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Besnosik, Maria helena da RochaO presente trabalho tem por objetivo desenvolver um estudo do Programa Gestar II da área de Língua Portuguesa, com o intuito de entender o lugar da literatura em um programa de formação continuada de professores. O estudo parte da análise dos materiais didáticos impressos, trabalhados durante o curso da formação, particularmente os Cadernos de Teoria e Prática. Neles busca-se entender as concepções de literatura, como forma de arte e conhecimento, veiculadas nas definições e conceituações, bem como nas atividades de leitura propostas. Para tanto, contempla-se o processo de escolarização da literatura. A pesquisa constata a necessidade de se repensar as formas de apropriação da literatura pela escola, num contexto marcado por transformações sociais e culturais
- ItemNas malhas da leitura: perfil leitor e práticas culturais de leitura de professores e professoras rurais da comunidade de arrodeador - Jaborandi – Bahia(2008) Lima, Rita de Cássia Brêda Mascarenhas; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Araújo, Jorge de Souza; Souza, Elizeu Clementino deEsta pesquisa, intitulada “Nas malhas da leitura: perfil leitor e práticas culturais de leitura de professores e professoras rurais da comunidade de Arrodeador – Jaborandi- Bahia”, busca traçar o perfil leitor e conhecer as práticas culturais de leitura dos professores e professoras da comunidade de Arrodeador, egressos do Curso Intensivo de Formação Inicial – Rede UNEB 2000, mapeando, a partir das histórias de leitura, suas concepções de leitura, as formas de ler, os usos sociais de leitura, repertórios, marcas e práticas constituídas dentro e fora dos espaços formais e suas implicações na formação leitora e em suas práticas pessoais e profissionais. Nesta perspectiva, tomo como categorias de análise: história da leitura, formação de professores e políticas públicas de leitura, articulando-as aos estudos teóricos de autores como Chartier (1990, 2001, 2004), Burke (1992, 2003, 2005), Nóvoa (2002), Tardif (2002), Perrenoud (2002), Abreu (1999, 2004, 2005, 2006), Zilberman (2001), Moraes (2000, 2001), Lindoso (2004), Ribeiro (2004), Ramalho (2004), dentre outros. A pesquisa, de natureza qualitativa, utiliza-se das histórias de vida como método de pesquisa e tem nas narrativas/entrevistas, histórias de leitura e diário de campo as fontes primárias de coleta de dados. Deste modo, esta pesquisa pretende dar visibilidade às práticas culturais de leituras dos professores e professoras rurais da comunidade de Arrodeador, no interior baiano, por meio das narrativas/histórias pessoais de leitura, bem como compreender a influência da formação inicial na constituição leitora desses profissionais da zona rural.
- ItemOra fada, ora bruxa: um diálogo entre crianças hospitalizadas e a literatura infantil de Sylvia Orthof(2013) Moura, Glaucia Silva de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Besnosik, Maria Helena da Rocha; Sodré, Liana Gonçalves Pontes; Coutinho, Maria Antônia RamosEsse estudo objetivou descrever e analisar as reações, expressões e palavras de crianças hospitalizadas, a partir da Literatura Infantil de Sylvia Orthof, mediada pela contação de histórias. O lócus de ação deste estudo foi o Hospital Martagão Gesteira, localizado no bairro do Tororó em Salvador, espaço escolhido por ser referência no atendimento às crianças. Trata-se de uma pesquisa empírica de natureza qualitativa que descreve e analisa um contexto social que demanda cuidados especiais. Teve como proposta metodológica uma prática cultural de leitura - contação de histórias - a partir de três obras selecionadas de Sylvia Orthof, a saber, Maria-vai-com-as-outras, Tumebune o vaga-lume e Uxa, ora fada, ora bruxa, instrumentos desta pesquisa. Privilegiou-se também a interlocução com as crianças hospitalizadas como procedimento metodológico, para perceber suas reações a partir da narrativa orthofiana. Essa pesquisa assumiu como perspectiva teórica que toda criança, hospitalizada ou não, deve ser vista como um sujeito social, um ser em desenvolvimento, que carrega consigo ideias, pensamentos, opiniões e sentimentos que devem ser respeitados e valorizados, e que o brincar, elemento constitutivo da formação das crianças, está intrinsecamente ligado ao imaginário e à exploração fantasiosa de narrativas infantis.
- ItemPercursos das feminilidades: traçados e figurações do feminino na identidade e na prática docente da rede pública da cidade de Barreiras-BA(Universidade do Estado da Bahia, 2024-02-21) Besnosik, Raquel Lima; Souza, Elizeu Clementino de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Mussi, Amali de Angelis; Grossi, Fabiana Regina da SilvaEsse estudo objetiva investigar as concepções de feminilidades de professoras da Educação Básica da rede pública da cidade de Barreiras-BA na constituição de suas identidades e, consequentemente, os impactos em suas práticas profissionais. A pesquisa busca na teoria psicanalítica suporte para a discussão sobre as feminilidades. O conceito tem como referência as ideias do próprio Freud (1937) e de outros estudiosos como Birman (1999; 2001), Julien (1997), Homem e Calligaris (2019) e Kehl (1996; 2008). Propõe-se questionar como as feminilidades interferem nas percepções de si mesmas e nas práticas profissionais das mulheres professoras. Para isso, é cabível refletir a respeito da relação da mulher com o trabalho, da feminização do magistério e de suas representações como mulher e como professora e, para isso, como base teórica, recorro a alguns autores, a exemplo de Louro (2001), Demartini e Antunes (1993), Catani et al. (2002), Almeida (1998), Bruschini (1994), Scott (1990) e Butler (2019). Do ponto de vista metodológico, inscreve-se em uma abordagem qualitativa, tendo como eixo a pesquisa de campo, referenciada nos estudos (auto)biográficos, tomando as professoras como colaboradoras, ou seja, sujeitos da investigação. Foram realizadas entrevistas narrativas com dez professoras da rede pública da cidade de Barreiras-BA, que foram escolhidas de acordo com sua disponibilidade e desejo em participar da pesquisa. A partir de suas narrativas, foi possível mapear os sentidos construídos sobre as subjetividades femininas e como o contexto de construção das identidades pode interferir nas escolhas relacionadas à profissão. A leitura apurada desses diferentes significados advindos de cada narrativa sustentou a análise sobre como a concepção das feminilidades influencia na percepção de si mesma e de sua prática profissional, como os discursos culturais e ideológicos contribuem para a formação das identidades e como estas se revelam nos espaços profissionais docentes.
- ItemPor uma formação divergente: conversações com professoras no contexto socioeducativo(2020-08-26) Azevedo, Sara Menezes Reis de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Besnosik, Maria Helena da Rocha; Piva, Mairim Linck; Silva, Andrea Betânia da; Gonçalves, Luciana Sacramento MorenoTrata-se da pesquisa intitulada: Por uma formação divergente: Conversações com professoras no contexto socioeducativo, que toma como objeto o letramento literário de professoras da Rede Municipal de Salvador que atuam no contexto do socioeducativo, com jovens em privação de liberdade, a partir do estudo da poética dos escritores Manoel de Barros, Hamilton Borges e Michel Yakini, divergentes e contemporâneos. Dialoga com a divergência a partir do perfil dos poetas escritores e toma emprestado os títulos da trilogia Divergente, de Veronica Rooth (2011) para denominá-los: insurgente, divergente e convergente, respectivamente. A inquietação que moveu a tese se materializou na seguinte questão: qual (ais) as potências da experiência de leitura literária partilhada em uma escola de atendimento socioeducativo, enquanto possibilidade de formação docente e de reinvenção de leitoras professoras? O objetivo geral desta tese é analisar as potências da experiência de leitura literária partilhada em uma escola de atendimento socioeducativo, enquanto possibilidade de formação docente e de reinvenção de leitoras professoras; como objetivos específicos, a tese tenciona: investigar de que forma o letramento literário e as práticas pedagógicas dos professores podem ser impactados a partir desse movimento de (auto) formação proposto, compreender os desdobramentos do estudo da poética dos autores supracitados na vida-formação desses docentes, e identificar a imagem/ representação que tem as professoras de si mesmos, enquanto leitoras e profissionais. Foi realizada uma pesquisa de campo, na qual o diálogo literário materializou-se nas Conversações, possibilitadas a partir da adaptação do trabalho de Adain Chambers (2007), cujo método Dime é utilizado para efetivar os momentos de partilhas literárias e guarda relações estreitas com a formação continuada de leitores, encontrando na Hermenêutica (Gadamer, 2005) um viés possível de interpretação para a dinâmica das Conversações e escritos que foram produzidos a posteriori. As colaboradoras da pesquisa foram nove professoras da Rede Municipal de Salvador, que ensinam na Escola Municipal Professor Carlos Formigli, localizada dentro da CASE Salvador (espaço de acolhimento e ressocialização de jovens em situação de privação de liberdade). Do ponto de vista da Literatura e suas potências, dialogo com teóricos estrangeiros e nacionais (como Chartier, 2011; Todorov, 2009; Eco, 1994; Compagnon, 2009; Candido, 1996). A tese insiste na potência das partilhas literárias, especialmente enquanto estratégia de formação docente, sinalizando um caminho possível por meio das Conversações, bem como na defesa da Literatura como direito de todos os homens, na direção proposta por Candido (1996).
- ItemPráxis docente na saúde: narrativas de educadoras em contexto de formação(2023-04-24) Reis, Alessandra Martins dos; Souza, Elizeu Clementino de; Feria, Alcindo Antônio; Ó, Jorge Ramos do; Sitja, Liege Maria Queiroz; Cordeiro, Verbena Maria RochaA pesquisa emerge no contexto de formação de educadoras que atuam na pós-graduação na área da saúde, em modalidade de Programas de Residências em Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. Discute sobre a formação em saúde na contemporaneidade; a construção da identidade docente na saúde; as trajetórias de construção da práxis pedagógica associadas às experiências de Educação Permanente em Saúde; as transformações do modelo de atenção e educação na saúde; e a perspectiva do saber da experiência das educadoras da saúde. Apresenta o contexto de inserção das educadoras que narraram suas histórias – as Residências em Saúde – e suas possibilidades de formação, a partir da pergunta de pesquisa: “de que maneira as educadoras constroem sua identidade e ressignificam suas práticas a partir de processos formativos em contexto de Programas de Residências em Saúde?”. Ancorada em princípios da pesquisa (auto)biográfica, o estudo configura-se como uma pesquisa narrativa e utiliza como dispositivo os memoriais de formação escritos em dois tempos, no período de 2017 e 2021, possibilitando momentos de formação através da participação na pesquisa. Teve como colaboradoras sete educadoras com formação inicial em Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia e Odontologia, que atuavam em um programa de Residência em Saúde, da região metropolitana de Salvador (BA), Brasil. As colaboradoras da pesquisa eram jovens educadoras, experientes na saúde e na educação, possuíam precárias condições de trabalho, condizentes com os retrocessos no financiamento público na saúde no Brasil, com perfil militante do SUS e de resistência em meio à crise política, econômica e social que abateu o país no período da pesquisa. A identidade docente se constituiu de maneira inusitada, a partir da necessidade da formação de trabalhadores da saúde no SUS, dos espaços de Educação Permanente em Saúde, do curso de especialização em Preceptoria no SUS, com influências dos seus percursos escolares e vivências familiares. Narraram as possibilidades de uma práxis transformadora que envolvia abertura à aprendizagem e ao erro, o reconhecimento do inacabamento da educadora, a constante articulação de novos conhecimentos a partir das necessidades que a realidade do SUS demandava. Uma práxis situada na transição reflexiva de paradigmas educacionais, o desenvolvimento de habilidades de comunicação, trabalho em equipe, interprofissionalidade, um fazer docente que articulava competências de campo da saúde e dos núcleos profissionais. Destacaram a relação com as metodologias, estratégias e tecnologias educacionais que buscavam promover a conexão da aprendizagem com aspectos significativos da realidade, integração de conhecimentos de outras áreas do conhecimento, intervenção na própria realidade, colaboração, cooperação em grupos, a aprendizagem significativa em contextos complexos nos territórios da Atenção Básica à Saúde do SUS.
- ItemQuando a Casa é a Escola: Trajetórias de Professoras Leigas no Interior da Bahia (1950-1980)(2018-05-03) Carneiro, Rita de Cássia Oliveira; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Dick, Sara Martha; Besnoik, Maria Helena da Rocha; Souza, Elizeu Clementino de; Rios, Jane Adriana Vasconcelos PachecoEsta pesquisa de doutorado investiga as histórias de vida-formação-profissão buscando compreender as trajetórias profissionais de professoras leigas de Riachão de Jacuípe e Ichu, no interior da Bahia, entre as décadas de 1950 e 1980, como se tornaram professoras, sem a formação para tal. Para tanto, busca-se identificar em suas trajetórias de trabalho os processos formativos e as condições de trabalho a que estavam submetidas. Esta investigação insere-se no campo da história da educação, tendo como marco teórico-metodológico a História Cultural, enfocando as histórias de vida, na perspectiva da pesquisa (auto)biográfica. Tal enfoque, juntamente com outras fontes, possibilitou compreender a trajetória profissional das professoras e de seus percursos formativos. Utilizamos a entrevista de inspiração narrativa para recolher as histórias de vida das professoras colaboradoras desta pesquisa que trabalharam na zona rural dos municípios de Riachão do Jacuípe e Ichu no período em questão. Além da entrevista, outras fontes também foram utilizadas, tais como documentos dos arquivos pessoais das professoras, documentos oficiais e a legislação do período. Procuramos discutir sobre as políticas de formação para professores leigos no recorte temporal da pesquisa, tentando refletir sobre as rupturas e permanências da questão do professorado leigo nas escolas municipais, especialmente nas da zona rural, e o seu papel na escolarização das populações rurais e urbanas no século XX. Através das histórias de vidaformação- profissão das professoras leigas, foi possível compreender como o processo de escolarização das colaboradoras marcou o início de sua atividade docente. Também nos possibilitou compreender, por meio de sua trajetória profissional, as condições de trabalho e os processos formativos ao longo da carreira dessas professoras, cruzando suas narrativas com documentos pessoais das mesmas e documentos oficias encontrados em arquivos públicos. Também nos foi possível vislumbrar de que maneira chegava a escola pública aos povoados e fazendas nos municípios pesquisados e o significado que a educação escolarizada tinha para aquelas comunidades. A história de vida-formação-profissão das professoras leigas nos possibilitou compreender também que, apesar da expansão das escolas de formação de professores, este profissional continuou existindo durante muito tempo. Historicamente, a formação quase compulsória dos professores sem titulação começou de modo intensivo no final dos anos de 1990 e boa parte dos anos 2000. PALAVRAS-CHAVE: Professora Leiga; Trajetória Profissional; Percurso Formativo; Histórias de Vida
- ItemO ser-tão sensível: experiência literária e sensibilidade na reinvenção do leitor-professor(2019-05-06) Meireles, Maximiano Martins de; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Santos, Nádia Maria Weber; Besnosik, Maria Helena da Rocha; Souza, Elizeu Clementino de; Farias, Maria de Lourdes OrnellasEsta tese investiga o potencial da experiência literária enquanto catalisadora de sensibilidade e reinvenção do leitor-professor. Recorre aos conceitos de punctum e sensibilidades, respectivamente de Roland Barthes e da historiadora Sandra Pesavento, como eixo de sustentação teórica e metodológica. Questiona a excessiva busca pela interpretação do texto, cuja prática reduz o potencial da experiência literária ao rumar para o sentido, prática que deixa de lado a emoção e a experiência sensorial. A pergunta que move esta tese emana desse contexto e assim se inscreve: Qual o potencial da experiência literária como catalisadora de sensibilidade e reinvenção do leitor-professor? Para tanto, empreendi uma travessia rumo ao sertão de Tucano, através da realização de duas etapas de pesquisa empírica, assim nomeadas: Partilhas de si e Partilhas literárias, contando com a participação de oito colaboradores/as. A análise e a interpretação dos dados aqui produzidos foram inspiradas no Campo das Sensibilidades, partindo dos seguintes núcleos de análise: o sujeito, o contexto e a experiência, assumindo sempre uma perspectiva dialógica. Nesta tese, três argumentos comparecem com mais vigor: a experiência literária se realiza na sensível e nele incide; a experiência literária convoca a dimensão subjetiva e compõe uma estética da existência; a experiência literária provoca a conversão do olhar e o alargamento do sentir/pensar. Como resultados desta pesquisa, a tese faz algumas apostas: a) concebe a experiência literária em um motivação subjetiva e existencial, abrindo espaço para as vicissitudes da vida e dos sujeitos; b) pensa a formação do leitor-professor como um gesto de compartilhamento de experiências não apenas circunscritas à “experiência passada e pensada”, mas também investindo no potencial da “experiência viva” enquanto catalisadora de sensibilidades; c) aponta a reinvenção do leitor-professor como um processo que acontece no espaço da linguagem, a partir das nuances da sensibilidade e construída como uma experiência estética, neste caso, a experiência literária. Nestas veredas, o ser-tão sensível se forma e se transforma.
- ItemTravessias de Machado de Assis pela cultura do livro(2015-03-31) Cordeiro, Antonia Claudia de Andrade; Oliveira, Sayonara Amaral de; Vieira, Nancy Rita Ferreira; Cordeiro, Verbena Maria RochaEstetrabalho discute o livro como um importante tema da prosa de Machado de Assis, através da análise do seguinte corpus: o contoCasa Velhae os romances Ressurreição, Amão e a luva, Helena, Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borbae Dom Casmurro. Buscou-se identificar representações do livro, concentrando-se nas relações construídas entre os principais personagens com esse objeto, tanto em sua materialidade quanto em sua representação como bem simbólico. São dois osprincipais objetivos dessa análise: apontar os motivos da escolha do tema do livro por Machado, relacionando-os ao envolvimento do escritor com os meios de produção da segunda metade do século XIX brasileiro, e compreender o alcance representativo do objeto livro nesse contexto. As metáforas construídas em torno do universo do livro são analisadas, portanto, levando em consideração a tecnologia da tipografia que fazia parte do cotidiano dos homens do referido século. Este estudo propõe que o tema do livro na prosa machadiana seja não apenas derivado dos trabalhos de Machado de Assis com a cadeia de produção do livro, mas também de sua experiência leitora. As hipóteses que norteiam este trabalho partem, então, dos seguintes pressupostos: Machado de Assis fora aprendiz de tipógrafo e, portanto, o seu domínio das artes gráficas aparece metaforizado ou citado diretamente em textos da sua prosa; o assíduo leitor de autores estrangeiros em que ele se tornou, permitiu-lhe sofrer a influência de outros escritores, destacando-se Laurence Sterne e Almeida Garrett, no que se refere à construção de textos metalinguísticos; e, por último, a forma como o livro está representado na prosa de Machado de Assis indicaria que ele desenvolveu não somente uma consciência narrativa, mas também uma consciência tipográfica, as quais, nos textos selecionados como corpusde análise, alimentam-se mutuamente. Como aporte teórico, buscou-se apoio, principalmente, na história do livro e na sociologia da leitura. Desse modo, estão presentes alguns trabalhos de Chartier (1994, 1999, 2001, 2007), Robert Darnton (2010), Laurence Halleweell (2012) e Marisa Lajolo e Regina Zilberman (2001, 2002, 2003).O interesse de Machado de Assis pelo tema do livro permite revelar o seu empenho pela solidificação de uma literatura nacional, que, em sua época, encontra no livro a forma de mídia mais prestigiosa.Palavras-chave: Machado de Assis.Prosa.Livro.Século XIX
- ItemVeredas críticas: a recepação de Primeiras Estórias de Guimarães Rosa(Universidade do Estado da Bahia, 2016-08-28) Rosendo, Patrícia Morais; Cordeiro, Verbena Maria Rocha; Oliveira, Sayonara Amaral de; Rocha, Flávia Aninger de BarrosA partir da realização de leituras e estudos relacionados ao que se falou acerca da obra de Guimarães Rosa, surgiu o interesse em analisar mais cuidadosamente a maneira em que se deu o processo da recepção de sua produção pela crítica literária brasileira. Busca-se examinar neste estudo o quanto a atitude receptiva do leitor ilustra o modo pelo qual a recepção tem um peso singular na constituição de um cânone e na historicidade da obra. Deste modo, a pesquisa trata de uma investigação no âmbito da leitura sobre as diferentes maneiras de recepção de uma produção literária, no caso Primeiras Estórias de João Guimarães Rosa, avaliando como o leitor crítico compõe e atualiza o quadro da leitura do livro em questão. Para tanto, o levantamento bibliográfico sobre o conjunto da produção crítica rosiana foi recolhido de recortes de jornais – colecionados pelo próprio Guimarães Rosa e preservados no Arquivo do autor no Instituto de Estudos Brasileiros na USP –, produzidos pela crítica impressionista no decênio compreendido entre os anos de 1962 a 1972; e em teses de doutoramento, dissertações de mestrado, artigos e ensaios publicados em revistas especializadas e livros, advindos da crítica acadêmica contemporânea, produzida entre os anos de 2003 a 2013. Como referência teórica norteadora utilizou-se especialmente a Teoria da Estética da Recepção, a partir das ideias de Hans Robert Jauss (1994) e de outros estudiosos, a exemplo de Antoine Compagnon (2012) e Antonio Candido (1973). A análise desse material coletado refere-se ao período da formação da crítica literária no Brasil, o que permite a reconstrução do processo de recepção e de suas conjecturas, uma vez que restaura a dimensão histórica da pesquisa, assinalando as mudanças ocorridas no cenário da crítica literária brasileira. Procura-se mostrar que a narrativa de Primeiras Estórias, publicado em 1962, ao favorecer um diálogo de várias gerações de leitores, sustenta a prerrogativa que tem garantido sua permanência e vitalidade, inquirindo como essas leituras críticas fomentaram a criação do cânone Guimarães Rosa.