Navegando por Autor "Carvalho, Cristiane Medeiros Moraes de"
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- ItemDoença de chagas no estado da Bahia no período de 2008 a 2018(Universidade do Estado da Bahia, 2022) Carvalho, Cristiane Medeiros Moraes de; Figueiredo, Maria Aparecida Araújo; Silva Neto, Marinho Marques da; Siriano, Liliane da Rocha; Andrade, Alcina Marta de SouzaA doença de Chagas (DC) faz parte do grupo de doenças tropicais negligenciadas, estreitamente associada à pobreza, e com poucos investimentos em tecnologia, medicamentos e vacina. Apresenta expressiva morbimortalidade no Brasil, e o estado da Bahia figura entre as unidades federadas com maiores taxas de mortalidade. Todavia, não existem números precisos sobre essa doença, pois a maioria dos casos atualmente são crônicos e, efetivamente, não fazem parte das doenças de notificação compulsória no país. Para essa Dissertação, foram construídos três estudos, a fim de compreender diversos aspectos da DC no estado da Bahia, no período de 2008 a 2018. Com a hipótese de que existe subnotificação da doença no estado, o primeiro artigo evidenciou a prevalência oculta da DC no estado da Bahia. Por ser um estado com grande dimensão territorial, diferenças de risco para a DC, entre as regiões de saúde não ficam evidenciadas. Com essa perspectiva, buscamos analisar as características epidemiológicas, a tendência temporal e as diferenças regionais da mortalidade por DC no estado da Bahia, cujo resultado originou o segundo artigo desta Dissertação denominado “Mortalidade por doença de Chagas no estado da Bahia no período de 2008 a 2018”. No tocante a morbidade, embora seja conhecido que a forma cardíaca da DC é a mais prevalente entre os casos crônicos, pouco se sabe sobre os fatores individuais associados à mortalidade pela cardiomiopatia chagásica no estado. Nesse sentido, este estudo analisou os fatores individuais associados à mortalidade por cardiomiopatia chagásica, comparando com a mortalidade por outras formas da doença. Os principais resultados demonstraram que a prevalência oculta da DC no estado da Bahia foi de 50 casos/100.000 habitantes, quando a prevalência conhecida correspondia a 0,26 casos/100.000 habitantes. O estudo de tendência demonstrou que, no estado da Bahia, o coeficiente de mortalidade por DC (padronizado por idade) foi superior ao coeficiente bruto de mortalidade por DC do Brasil. Todavia, observou-se tendência de redução desse coeficiente no estado, na maioria dos anos do estudo, embora a partir de 2017 observou-se tendência de elevação. Quanto aos fatores associados à ocorrência de óbitos pela forma cardíaca da DC, os resultados demonstraram maior chance em indivíduos do sexo masculino (OR 1,40; IC95% 1,15 -1,70) e de cor preta OR 1,71; IC95% 1,24 - 2,36), enquanto aqueles com idade maior que 65 anos tiveram 75% menor chance de morrer por essa causa (OR 0,25; IC95% 0,09 - 0,69). Por se tratar de um mestrado profissional, foi elaborado um produto técnico denominado “Guia prático sobre doença de Chagas”, visando apoiar equipes municipais de saúde e portadores da doença, acerca da prevenção e suspeição da DC, identificação do vetor transmissor, até o diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos casos crônicos. Espera-se que os produtos aqui construídos contribuam para incrementar a vigilância e o controle da doença de Chagas no estado da Bahia.