Navegando por Autor "Campos, Juscilândia Oliveira Alves"
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- ItemEra uma vez: o conto, a tradição oral e o feminino em versões do ciclo pele de asno(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-11) Sampaio, Rafaela Bispo da Silva; Santos, Vanusa Mascarenhas; Campos, Juscilândia Oliveira Alves; Gonçalves, Luciana Sacramento MorenoEssa pesquisa intenciona ampliar a discussão em torno do Ciclo Pele de Asno, que apresenta uma jovem que foge de casa por não aceitar casar-se com seu pai, indo contra toda uma tradição de submissão e silenciamento e vai de encontro à liberdade e ao direito de decidir pelo seu futuro. Para tal analisamos, comparativamente, as versões encontradas do conto Pele de Asno, observando as mudanças e as permanências presentes em suas sequências narrativas. Além disso discutimos como o processo de amadurecimento e individualização feminino é construído no decorrer das sequências narrativas que compõem os contos desse ciclo. A fim de compreender tais aspectos, foi utilizado como referencial teórico, Frederico Augusto Garcia Fernandes (2003), Hildete Leal dos Santos (2007), Edil Silva Costa (1998), Alvanita Almeida Santos (2005, Vanusa Mascarenhas Santos (2013) e Ria Lemaire (1989),para embasar nossas discussões teóricas sobre tradição oral, conto e a tradição feminina. E Regina Michelli (2020), Marieta Vieira Messina (2019), Nelly Novaes Coelho (2000), Diana Lichtenstein Corso e Mario Corso (2006) para discutir a individualização e amadurecimento feminino. Dessa forma, a pesquisa se realiza por meio de investigação documental de caráter qualitativa, a partir de análises de 17 versões que compõem o ciclo Pele de Asno. Compreende-se que as versões encontradas não apresentam em sua totalidade todas as sequências narrativas, mas todas permitem a construção do processo de individualização feminina através da simbologia presente na narrativa.
- ItemNordeste, mulher e poesia: uma análise dos cordéis de Valéria Rocha(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-11) Teixeira, Évisson Dos Santos; Santos , Jaqueline Pereira Dos; Santos , Vanusa Mascarenhas; Campos, Juscilândia Oliveira Alves; Gonçalves, Luciana Sacramento MorenoApresenta-se nessa monografia uma análise das representações da figura feminina e da região Nordeste na literatura de cordel. A fim de cumprir este intento, utilizamos como corpus os folhetos Vida Maria (Em versos de cordel) (2013); O dia que Maria pariu barriga de dois - mabaço (2008); A belezura do Sertão (2007); Quando Desalumiou (2018); Perto de São Saruê - Onde tudo é diferente (2014); e Itaberaba um taquinho bom de chão! (2013), de autoria de Valéria Rocha. Trata-se de uma pesquisa documental, qualitativa e descritiva. Buscamos compreender como a cordelista apresenta a figura feminina nessas obras, assim como a forma como caracteriza o Nordeste em suas produções. No primeiro capítulo apresentamos a temática, objetivos, metodologia, referencial teórico e a organização do trabalho. No segundo, nossas discussões atravessam a história do cordel em Portugal e no Brasil com o intuito de apresentar as especificidades desse gênero literário em cada localidade. Para discutir essas questões, foram utilizados como referencial teórico Márcia Abreu (1999); Francisca Pereira dos Santos (2009); e o Dossiê de registro de literatura de cordel (2018). No terceiro capítulo, discutimos aspectos da trajetória feminina, sua inserção e protagonismo na literatura de cordel, como autora e personagem nos folhetos. Para essas abordagens, apoiamo-nos na tese de mestrado de Míriam Carla Batista de Aragão de Melo (2016); no artigo das autoras Janja Bloc Georges Daniel Boris e Mirella de Holanda Cesídio (2007); como também nas discussões teóricas propostas por Ria Lemaire (2020). No quarto capítulo, discorremos sobre as representações construídas a respeito da região Nordeste, além de analisarmos o modo como esse território é retratado nos folhetos de cordéis selecionados. Fundamentamos essa discussão na obra de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2009); nos artigos de Karolayne Ribeiro de Góes (2014) e Isabel Cristina Martins Guillen (2012); e na tese de mestrado de Robson William Potier (2012). Conclui-se que os folhetos de cordéis brasileiros foram constituídos a partir do modelo poético das cantorias nordestinas, sendo sua estrutura, temáticas e modo de circulação distintos da literatura de cordel de Portugal. Sobre os cordéis analisados, observamos que a cordelista apresenta uma reflexão acerca dos estereótipos femininos, a partir de situações de subalternidade por elas vividas. Por fim, os textos também apresentam outras possibilidades de abordagem do sertão nordestino. Trazem as dificuldades e aridez do espaço, mas sem transformá-lo em um lugar miserável, nota-se o apreço à formosura da localidade habitada.
- ItemO imaginário poético encourado: as tradições culturais do vaqueiro Itaberabense em cena(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-29) Santos , Alan Soares; Campos, Juscilândia Oliveira Alves; Gonçalves, Luciana Sacramento MorenoA historiografia literária brasileira destaca o sertanejo como uma figura popular, dado a sua significância para a representação nacional. Nessas incursões poéticas o vaqueiro vem sendo abordado de diferentes formas, povoando o imaginário popular com suas vivências e construções simbólicas. Como esse sertanejo se espalhou pelo Brasil, é nítido que essa tradição atravessa gerações e sociedades. Partindo dessa compreensão, este estudo observa como é retratada a tradição vaqueira no território itaberabense em poéticas contemporâneas, escritas e orais. Logo, a partir da temática, o imaginário poético em torno das tradições culturais do vaqueiro itaberabense, este trabalho objetiva compreender as representações do universo do vaqueiro em construções poéticas itaberabenses, identificando e discutindo os símbolos culturais, os saberes e valores que envolvem essa figura lendária. Desta forma, o meu corpus é constituído de produções poéticas que circulam na cidade de Itaberaba-BA, já publicadas, a saber: 1 lenda, 1 poema, 2 cordéis, 1 causo, 6 aboios, 2 chulas e 1 batuque. Desta maneira, foi composta uma coletânea de textos poéticos em torno da figura do vaqueiro que circulam no município. Este trabalho possui uma abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa documental, propondo-se a descrever como são suscitadas imagens em torno do ofício do vaqueiro e explicar como o universo poético em torno do vaqueiro itaberabense alimenta uma memória local em torno desse personagem. Para isso, a análise será apoiada nos seguintes autores: Peter Burke (1978), Nestor Garcia Canclini (2008) e Stuart Hall (2003), com a ideia da mudança paradigmática sobre cultura popular; Stuart Hall (2006), Durval Muniz Albuquerque (2013) e Renan Martins Pereira (2017) para falar de identidade cultural; Sandra Jatahy Pesavento (1995) e Cornelius Castoriadis (2004) com o conceito de imaginário como campo simbólico; Câmara Cascudo (1956), Eurico Alves Boaventura (1989) e Joana Medrado (2012) para falar da construção imagética sobre o vaqueiro; Anthony Giddens (2007) e de Eric Hobsbawm (1997) com o conceito de tradição; e a UNESCO (2003) para falar de patrimônio imaterial. Com esse estudo, viu-se a importância desse personagem na interiorização do sertão brasileiro e como são propagadas imagens com resquícios românticos sobre o vaqueiro. Nota se também deslocamentos em busca de melhores condições de vida e práticas revolucionárias frente a perspectivas de vida mais justas. Ademais, tem-se a nostalgia verificada na tensão entre o tradicional/raiz e o moderno. Assim, percebe-se as simbologias que o povo estabelece com a imagem sertaneja, compreendendo que a construção poética contemporânea em torno da figura do vaqueiro materializa a força identitária e cultural desse ofício na memória do povo itaberabense.
- ItemRepresentações do místico em Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior(Universidade do Estado da Bahia, 2024-03-04) Silva, Kalline Santana da; Campos, Juscilândia Oliveira Alves; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Santos, Vanusa MascarenhasO presente trabalho tem como objetivo analisar os elementos místicos e religiosos, na obra Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, observando como o Jarê, religião de matriz africana, apresenta-se na narrativa e qual o seu papel enquanto um dos fios condutores das mudanças em relação às condições dos personagens, no que tange ao processo de conscientização dos seus direitos. O estudo também discute as representações dos símbolos faca e terra, na medida em que eles se constituem na narrativa como elementos místicos marcantes, usados e vistos de diversas formas pelos personagens da trama. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho documental, com abordagem descritiva, e que está embasada no pensamento de Gabriel Banaggia (2015), que trata sobre o Jarê; Eduardo Guerreiro Brito Losso (2015), Gabriel Juan Velasco (2003) e Willian James (1995) que discutem sobre o místico; Mircea Eliade (1992) e Douglas Santana Ariston Sacramento (2023) com seus textos sobre os símbolos. O estudo conclui que a narrativa de Itamar Vieira Junior contribui significativamente não só para o conhecimento do Jarê, trazendo a religião afro-brasileira para a literatura e permitindo uma maior compreensão das práticas e crenças do povo simples e resistente que a celebra, mas também para a compreensão de que a adaga e a terra, além de elementos físicos, são também entidades simbólicas que influenciam diretamente o destino das personagens principais da narrativa.