Navegando por Autor "Bulhões, Lígia Pellon de Lima"
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- ItemConcordância verbal, mercado de trabalho e ensino médio: um olhar sociolingüístico sobre a fala e escrita de mulheres de comunidades populares de salvador(Universidade do Estado da Bahia, 2009) Mattos, Mattos, Andréa Andrade de; Lopes, Norma da Silva; Bulhões, Lígia Pellon de Lima; Souza , Emília Helena Portella Monteiro deEsta dissertação analisa, a partir da teoria Sociolingüística Variacionista, a aplicação da concordância verbal de terceira pessoa do plural em textos oral e escrito de 12 mulheres que estão em fase de conclusão do terceiro ano do Ensino Médio, em escola pública de Salvador no turno noturno, observando as variações lingüísticas e sociais e suas correlações. A pesquisa parte de dois pressupostos: primeiramente, a concordância verbal é um fenômeno lingüístico variável e sofre fortes influências – e estigmatização – sociais, por, historicamente, revelar a classe social e econômica do falante; e, em segundo lugar, a atividade profissional pode contribuir, até mais que a aprendizagem formal da língua materna proposta pela escola pública, para a aplicação das regras propostas pelas gramáticas normativas. Tendo-os como ponto de partida, o percurso deste trabalho inclui uma discussão, numa perspectiva teórica, sobre os conceitos de língua, a partir do entendimento da linguagem, suas relações com a sociedade e o ensino formal de língua portuguesa, mais especificamente o Ensino Médio e as políticas públicas para este nível de ensino, que inclui a inserção do mercado de trabalho como um de seus objetivos. Aplicando o processo metodológico da Sociolingüística, percebeu-se que, no corpus oral, as mulheres da faixa etária 1 (17-23 anos) aplicam mais a regra de concordância verbal que as mulheres da faixa etária 2 (24-35 anos) e essas mais que as da 3 (mais de 35 anos), mesmo estas tendo um maior tempo em sala de aula, por conta da aprendizagem tardia, e maior tempo no mercado de trabalho. Em contrapartida, elas estão mais identificadas com a comunidade de fala, por conta do reduzido contato com outros contextos lingüísticos. No corpus escrito, são as mulheres da faixa etária 2 quem mais correlacionam o sujeito com o verbo em número, seguidas das alunas mais novas. A variável saliência fônica, no nível 6, é/são, como a que mais favorece a aplicação de CV, enquanto o nível 1, bebe/bebem, a menos favorecedora. No texto escrito, apenas três variáveis foram selecionadas: faixa etária, posição do sujeito e saliência fônica. Além disso, o fato de essas mulheres exercerem uma atividade profissional não promove, mais que a escolarização, a aplicação de regras normativas relativas à concordância verbal, pois a profissão que desenvolvem não exige, diretamente, o uso da norma padrão. Todos estes resultados realçam que a influência da comunidade de fala é muito significativa nas normas vernaculares. Percebeu-se, também, que não há uma transferência “natural” da escrita para a oralidade, como esperam os programas educacionais.
- ItemPráticas de escrita de estudantes universitários em diferentes contextos da vida cotidiana(2015-03-09) Santos, Selmo Alves dos; Bulhões, Lígia Pellon de Lima; Machado, Rosa Helena Blanco; Barreiros, Patrício NunesAs novas formas de produção, materialização e circulação dos textos, principalmente a partir do advento da cultura impressa, por volta do século XVIII, na fase intermediária da industrialização, trouxeram transformações significativas às práticas de escrita, tornando-as muito mais complexas. Em consequência disso, houve também mudança considerável de perfis dos sujeitos letrados diante do novo papel da leitura e da escrita. Nessa dissertação, tem-se como objetivo investigar as práticas cotidianas de escrita de estudantes das disciplinas Leitura e Produção de Textos e Novos Paradigmas da Educação, do Curso de Pedagogia da Faculdade Regional da Bahia (UNIRB), do município de Salvador (BA). Esses estudantes são oriundos de bairros populares do referido município e dos municípios de Lauro de Freitas e Simões Filho. As experiências de escrita e leitura são confrontadas com as atividades escolares de escrita que são desenvolvidas por eles no contexto de sala de aula, levando-se em conta os gêneros de escrita que compõem estes domínios discursivos, os chamados multiletramentos digitais, e a atitude que estes alunos revelam sobre o seu desempenho como leitores e redatores de textos acadêmicos. Trata-se de um estudode base etnográfica, que está orientado pela releitura dos pressupostos teóricos de herança bakhtiniana. Apesquisa indica, no tocante à cultura escrita, que se vive um momento de produção de textos nos formatos mais diferenciados, por meio dos quais os sujeitos promovem usos e atitudes da língua, interagem com os seus pares para tratarem de assuntos cotidianos, constituindo-se a escrita como espaço único, numa prova inquestionável da existência da vida através da permanência da palavra
- ItemPráticas sociais de escrita de sujeitos das áreas rural e urbana do município de Itaberaba – BA(Universidade do Estado da Bahia, 2016-03-30) Tanan, Carla Eliana da Silva; Bulhões, Lígia Pellon de Lima; Machado, Rosa Helena Blanco; Souza, Emília Helena Portella Monteiro deNeste estudo apresentamos um confronto entre as práticas de escritas dos contextos escolares e não-escolares desenvolvidas pelos sujeitos de uma escola do campo e uma escola urbana. Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de investigar quais os usos e atitudes que os sujeitos da pesquisa assumem sobre as atividades de leitura e produção de textos desenvolvidos por estes, no contexto escolar, em confronto com as práticas de escrita que fazem parte de outros contextos de suas vidas cotidianas. Fundamentamos a pesquisa nos conceitos de língua escrita como prática social, nos pressupostos de letramento ideológico, em gêneros do discurso na perspectiva bakhtiniana e de atitude linguística no sentido de ação ou comportamentos sobre o uso da língua. Para coleta dos dados, utilizamos os princípios metodológicos da pesquisa qualitativa de base etnográfica. O corpus foi constituído de textos impressos, imagens, entrevistas e textos do espaço virtual. Para sua constituição, realizamos um total de 54 visitas às casas dos sujeitos, observamos a 10 aulas de língua portuguesa, nos contextos rural e urbano, e realizamos um total de 11 horas de entrevista com os sujeitos. Por meio das análises feitas, constatamos que as práticas cotidianas de escrita opõem atividades escolares às demais práticas culturais letradas que fazem parte dos diferentes domínios discursivos da vida diária dos sujeitos da pesquisa, já que no contexto escolar da disciplina língua portuguesa as atividades com os textos são prioritariamente tarefas para aferição de aprendizado de conteúdos formais sobre a língua. Constatamos também que há diferença pertinente entre práticas de escrita com base na variação espacial entre campo e zona urbana. Que as práticas de escrita iniciam sujeitos em atividades religiosas, formando-se leitores. E que os hipertextos do mundo virtual fazem parte da vida cotidiana dos sujeitos pesquisados, introduzindo-os em espaços de interação multicultural e multimodal.
- ItemSessão ordinária da Câmara Municipal como evento comunicativo de heterogeneidade linguístico-cultural(Universidade do Estado da Bahia, 2014) Afonso, Edivanildo Flauberte Correia de; Parcero, Lúcia Maria de Jesus; Paim, Marcela Moura Torres; Bulhões, Lígia Pellon de LimaCada vez mais, domínios sociais tradicionalmente reservados a apenas uma parcela da população têm estado abertos à participação de uma diversidade de sujeitos. O domínio político é exemplar nesse sentido. Por uma série de razões, cargos tanto do Poder Legislativo quanto do Executivo têm sido ocupados não somente por indivíduos oriundos de culturas urbanas, onde há um predomínio de práticas e eventos de letramento, mas também de culturas rurais, onde essas práticas e eventos não são tão frequentes – ou mesmo desse entremeio. Utilizando-se de pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística, especificamente da abordagem denominada Etnografia da Comunicação, analisa-se, nesta dissertação, o evento comunicativo Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Vereadores e a competência comunicativa do seu heterogêneo conjunto de participantes. Fruto de uma pesquisa etnográfica realizada na Câmara Municipal de São Domingos, uma pequena cidade do interior da Bahia, este trabalho visa à descrição dos componentes do evento Sessão Ordinária da Câmara, com ênfase no que contribui para a constituição de suas regras culturais, interacionais e, sobretudo, linguísticas; visa também à análise da competência comunicativa dos vereadores de diferentes origens socioculturais, com foco em suas habilidades de variação estilística.
- ItemA vibrante múltipla espanhola em aprendentes de espanhol como língua estrangeira na Bahia e em São Paulo: uma abordagem sociolinguística(2013-03-26) Gomes, Aline Silva; Lopes, Norma da Silva; Oliveira, Marion dos Santos; Bulhões, Lígia Pellon de LimaCom base nos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista, nesta pesquisa tem-se como objetivo principal analisar os condicionamentos para as diferentes realizações fonéticas do fonema vibrante múltiplo /r/ na produção oral de aprendentes brasileiros de Espanhol como Língua Estrangeira ELE nos Estados da Bahia e São Paulo. Os objetivos específicos são: i) verificar a aquisição de /r/, a depender do contexto fônico em que se apresenta; ii) verificar a aquisição de /r/, a depender da função sintática da palavra em que se encontra o fonema em estudo iii) identificar condicionamentos na realização de /r/ conforme a variedade regional dos aprendentes; iv) identificar diferenças na realização de /r/ conforme o nível de aprendizagem da língua espanhola; e v) relacionar a escolha das variantes ao estilo de fala empregado. O estudo tem como hipótese que, nas duas regiões investigadas, devido ao fato de terem variedades dialetais diferentes, e aos níveis diferentes de conhecimento da língua espanhola, a realização do fonema /r/ pelos falantes brasileiros de ELE deve refletir diferentes realizações fonéticas, resultantes de condicionamentos linguísticos (estruturais) e extralinguísticos (região geográfica, nível de aquisição e estilo de fala empregado). Os dados da pesquisa foram coletados de 10 informantes da Bahia e 10 informantes de diferentes cidades do interior de São Paulo, do gênero/sexo feminino, estudantes de graduação dos cursos de Letras/Espanhol de universidades públicas localizadas em Salvador/BA, em Campinas/SP e em Araraquara/SP. Utilizam-se questionários elaborados para a pesquisa, um gravador digital da marca Panasonic RR-US511 e os programas VARBRUL e Praat como recursos e instrumentos de coleta e análise de dados. Pretende-se, com esta investigação, poder contribuir para uma reflexão sobre a necessidade de se repensar o ensino do espanhol para aprendentes brasileiros sob um novo prisma, que considere as variedades dialetais existentes neste país.
- ItemVocê, a gente et alia indeterminam o sujeito em Salvador(Universidade do Estado da Bahia, 2010-03-23) Carvalho, Valter de; Lopes , Norma da Silva; Mota , Jacyra Andrade; Bulhões, Lígia Pellon de LimaA presente pesquisa investigou as principais estratégias para marcar a indeterminação do sujeito na fala urbana popular e culta de Salvador, registrando-as e descrevendo-as. Buscaram-se não só as formas consideradas canônicas pelas gramáticas tradicionais, tais como as formas verbais sem sujeito lexical expresso, o verbo na 3ª pessoa do plural (Ø+V3PP), o verbo na 3ª pessoa do singular mais o pronome “se” (Ø+V3PS+SE) ou ainda o verbo no infinitivo impessoal (Ø+VINF), mas também outras estratégias como “você”, “a gente”, “nós”, “eles”, “eu”, voz passiva sem a gente (VPSA), voz passiva sintética (VPASSINT) e as “formas nominais”, como, por exemplo, “o cara, o sujeito, o pessoal” entre outras. O trabalho foi desenvolvido de acordo com o enquadramento teórico-metodológico da Sociolinguística Variacionista, buscando identificar os contextos extralinguísticos ou sociais (gênero/sexo, escolaridade e faixa etária) e linguísticos (forma antecedente, mudança/manutenção do referente, tempo e modo verbal, tipo de verbo, preenchimento do sujeito, tipo de oração, grau de indeterminação) que justificassem os usos encontrados. Para a realização desta pesquisa, foram analisados quarenta e quatro inquéritos do tipo DID (Diálogo entre Informante e Documentador) do Programa de Estudos sobre o Português Popular Falado de Salvador (PEPP) e do Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana Culta de Salvador (NURC-SSA). Os dados, após sua coleta, foram submetidos à quantificação através do pacote de programa Varbrul 2S e do GoldVarb X. Os resultados mostraram que os falantes de Salvador nos diversos níveis de escolaridade fazem uso de várias estratégias para marcar a indeterminação do sujeito, principalmente das formas pronominais “você” e “a gente”, influenciadas por diversos fatores extralinguísticos e linguísticos.