Navegando por Autor "Bonfim, Joseilton Ribeiro do"
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- ItemSertão das águas: o Rio São Francisco nos romances de Wilson Lins e Carlos Barbosa(Universidade do Estado da Bahia, 2025-08-22) Bonfim, Joseilton Ribeiro do; Souza , Marcos Aurélio; Araújo , Nerivaldo Alves; Pinho , Adeítalo Manoel; Vieira , Nancy Rita Ferreira; Figueiredo , Joabson Lima deBuscamos, neste estudo, uma análise da produção romanesca dos escritores baianos Wilson Lins e Carlos Barbosa, tomando como foco a constituição de cartografias sertanejo-ribeirinhas ao longo das narrativas. Partimos, assim, para nossas questões norteadoras, as quais problematizam a presença das águas do São Francisco como um propulsor de identidades; e como os sujeitos e o território se constituem a partir das trocas e movimentam as visões unilaterais que tentam fixar conceitos e concepções. Ao trazer essas questões, esboçamos uma análise do espaço literário como um constructo produzido pelas relações entre esse território e as identidades ali forjadas, buscando, sobretudo, colocar em pauta como essas relações acontecem, como ambos – espaço e identidades – se interpenetram, se modificam, se constroem. A pesquisa de cunho bibliográfico faz uma abordagem qualitativa a partir da análise dos romances de Wilson Lins e Carlos Barbosa, considerando, principalmente, trechos das referidas obras que demarcam o Rio São Francisco como espaço literário em diferentes tempos. Esse espaço precisa ser visto para além dos limites cartográficos e apreendido a partir de seus diversos aspectos: físicos, materiais, climáticos, políticos, culturais, simbólicos, identitários, discursivos, dentre outros. O estudo analítico das obras de Lins produzidas no período de 1964 a 1980, assim como da prosa contemporânea de Barbosa, traça um panorama da literatura sanfranciscana e de sua inserção na cena literária baiana. Construímos a fundamentação teórica a partir das discussões dos conceitos de sertão, território, identidades e representação, além de buscarmos aprofundar as concepções de sertão das águas e cartografias-identitárias. Como referenciais basilares, nos valemos de Afrânio Coutinho e J. Galante de Souza (1990), Jorge de Souza Araújo (2008), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2011), Cláudia Pereira Vasconcelos (2012), Homi Bhabha (2013), Stuart Hall (2016, 2020), Walter Mignolo (2020) e Rogério Haesbaert (2021). As discussões propostas por esses autores deram base para sustentar os debates e problematizações realizados ao longo da tese, uma vez que defendemos a ideia de que é preciso que se ergam contra discursos ao modelo hegemônico. Dessa maneira, acreditamos que o rio literário que corre pelas páginas de Wilson Lins, Carlos Barbosa e de tantos outros autores forja um sertão feito de gente e de suas vivências e instaura um novo lugar de enunciação, fazendo com que as visões cristalizadas daquele território sejam ressignificadas.
- Item“Sertões em Correnteza”: O Imaginário das Águas na Produção Romanesca de Carlos Barbosa(2017) Bonfim, Joseilton Ribeiro doFaz-se, neste estudo, uma análise da produção romanesca, do escritor baiano Carlos Barbosa, tomando como foco o imaginário das águas, revelado a partir das narrativas A dama do Velho Chico (2002) e Beira de rio, correnteza: ventura e danação de um salta-muros no tempo da ditadura (2010). Procede-se a uma abordagem que apresenta o Sertão das águas do São Francisco a partir da problematização dos conceitos de regionalismo e ideário sertanejo. Esse redimensionamento revela como aquelas águas tornam-se força simbólica e elemento de releitura do espaço que outrora sempre fora representado como seco e improdutivo. Propõe-se também uma discussão sobre os conceitos de imaginação formal e imaginação material, postulados por Gaston Bachelard (2013), noções a partir das quais se aborda a apropriação da água para além de elemento orgânico, percebendo-a como elemento simbólico. A questão norteadora gira em torno da captação das imagens e símbolos circunscritos à presença constante da água nas narrativas estudadas. Como metodologia, foi adotada uma análise de cunho bibliográfico, a qual se valeu da leitura das narrativas de Barbosa, bem como de textos teóricos que fundamentam as análises aqui construídas. O conceito de Sertão foi discutido e problematizado a partir de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2009), Cláudia Pereira Vasconcelos (2012) e Ligia Chiappini (1994. 1995); a inserção da produção de Barbosa na contemporaneidade foi discutida a partir das propostas de Juliana Santini (2011, 2014), que trabalha com a ressignificação do regionalismo em obras contemporâneas. Discutiu-se o conceito de imaginário, desenvolvido por Gilbert Durand (2012), Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (2015), Zilá Bernd (2007) e P. Commelin (1967), para referendar a análise dos símbolos. O estudo constata como a água redimensiona o espaço sertanejo, tornando-o plurissignificativo e como a presença marcante do elemento aquoso rompe as fronteiras regionais e mostra a universalidade da produção romanesca de Carlos Barbosa, a qual se insere num novo sentido de regionalismo.