Navegando por Autor "Assis, Cristina Ferreira de"
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- ItemLivros didáticos de história: concepções civilizatórias para o ensino primário da Bahia (1925-1933)(Universidade do Estado da Bahia, 2024-02-23) Assis, Cristina Ferreira de; Brito, Gilmário Moreira; Galvão, Ana Maria de Oliveira; Luz, José Augusto Ramos; Pina, Maria Cristina Dantas; Reis, Joseni Pereira Meira; Vieira Filho, Raphael RodriguesO objetivo central desta pesquisa é analisar as concepções civilizatórias em livros didáticos de História no contexto da Reforma do ensino primário da Bahia entre 1925 e 1933. Situada no campo da Nova História Cultural, essa tese busca em três livros didáticos de História as possíveis relações entre as concepções neles presentes e aquelas que circularam no modelo educacional adotado durante a gestão de Anísio Teixeira, especificamente a partir da Reforma da educação primária durante o governo de Góes Calmon. Sua finalidade visa aproximar as práticas, conteúdos e instruções difundidas aos alunos e professores, interpretando-se mais especificamente o desenvolvimento de hábitos e comportamentos relacionados à civilidade entre as estratégias de instrução da escola primária na Bahia. Para isso, foram selecionados como fontes os livros didáticos Vultos e datas do Brasil, de Alberto de Assis, Nossa Pátria, de Rocha Pombo, e História da Bahia, de Pedro Calmon, indicados por Anísio Teixeira, na condição de Diretor de Instrução da Secretaria do Interior, Justiça e Instrução Pública do Estado da Bahia entre 1926 e 1927. No entrecruzamento da História da educação e da História cultural, situa-se o livro didático como instrumento da cultura escrita e suporte de relações e tensões estabelecidas entre a cultura escolar e outras culturas produzidas pela sociedade na Bahia. Para isso, interessa ainda compreender o tempo histórico, os costumes e valores republicanos em voga no contexto de adoção do primeiro Programa de ensino oficial do estado, que apontou metodologias de ensino e prescrições aos professores. Os livros foram analisados a partir de seu conteúdo e sua materialidade, segundo a perspectiva de Choppin (2009), Chartier (2002), Elias (1994), dentre outros autores. Ao indagar e problematizar as concepções civilizatórias difundidas pelos livros realizou-se um entrecruzamento entre as obras e outras fontes, como o Programa de ensino de 1925, as correspondências de Anísio Teixeira com os educadores e intelectuais, além de jornais e revistas, a fim de evidenciar aproximações e diferenças entre as concepções identificadas no contexto da reforma escolar da Bahia. Para investigar a trajetória dos autores, a produção dos livros e a circulação de suas concepções, a pesquisa se concentrou em biografias, jornais, revistas e outras obras publicadas por eles. Entre as considerações finais foram encontrados indícios sobre o leitor imaginado pelos autores e pelas editoras, e sobre as intencionalidades dos órgãos gestores em educar e civilizar a mocidade. Observou-se também que as palavras “civismo” e “família”, foram fortemente utilizadas pelos autores dos livros didáticos, mas “moralidade”, “instrução” e “cultura” foram as mais destacas como sinônimos das concepções civilizatórias, com ênfases e exemplos distintos, embasadas em discursos que tentavam orientar a modernização da sociedade. Contudo, as apropriações dos sentidos difundidos pelos livros não puderam ser contempladas, em razão dos desafios de realizar uma historicidade do leitor do início do século XX. Verificou-se, por fim, uma tentativa de modernização escolar eurocentrada, pautada em novos horários, métodos de ensino e comportamentos, inserida em um projeto civilizatório, que perpetuou as desigualdades já existentes na Bahia.