Submissões Recentes

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A cultura afro-brasileira nas escolas públicas de Guanambi-BA: uma abordagem centrada na educação física
(Universidade do Estado da Bahia, 2025-12-09) Santos, Fabiana de Almeida; Cruz, Marlon Messias Santana
Este trabalho tem como objetivo analisar os possíveis diálogos entre a cultura afro-brasileira e os conteúdos da Educação Física nas escolas públicas de Guanambi-BA. Partindo da premissa de que a Educação Física é um espaço privilegiado para práticas culturais, buscou-se compreender como os professores e professoras articulam, percebem e incorporam elementos da cultura afro-brasileira em suas práticas pedagógicas, especialmente à luz da Lei 10.639/2003 e posteriormente a lei 11.645/2008. A metodologia adotada foi qualitativa, com a realização e análise de entrevistas semiestruturadas com docentes da rede pública estadual. Os resultados revelam que, embora haja reconhecimento da importância da temática, ainda existem desafios na efetiva aplicação dos conteúdos afro-brasileiros nas aulas de Educação Física, principalmente pela falta de formação continuada na Educação Física antiracista, recursos didáticos e resistência de parte da comunidade escolar. Conclui-se que há avanços, mas é necessário intensificar a formação continuada e a produção de materiais pedagógicos que fortaleçam a identidade negra e o combate ao racismo estrutural nas escolas.
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Relação entre atividade física e comportamento sedentário em adolescentes brasileiros: uma revisão narrativa de literatura
(Universidade do Estado da Bahia., 2025-12-08) Santos, Emile Rodrigues; Alves, Marcos Vinícius Ribeiro; Rodrigues, Deyvis Nascimento; Souza, Luiz Humberto Rodrigues; Pires, Marijunio
A adolescência é uma fase crucial para a consolidação de hábitos, marcada pela diminuição da prática de atividade física (AF) e o aumento do comportamento sedentário (CS), impulsionado pelo tempo de tela. Embora historicamente vistos como opostos, a literatura recente sugere que AF e CS são construtos independentes, levantando o debate sobre o "paradoxo do sedentário ativo". O presente estudo teve como objetivo geral investigar, por meio de uma revisão narrativa da literatura nacional (2020-2025), a complexa interação entre os níveis de AF e o CS em adolescentes brasileiros. Metodologicamente, trata-se de uma revisão narrativa com busca no Portal de Periódicos da Capes, que resultou em uma amostra final de 13 artigos originais após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão. Os resultados indicam que os fatores associados à AF e ao CS são distintos. O gênero (meninos mais ativos) e a idade (AF diminui com o tempo) foram os principais determinantes sociodemográficos. O ambiente urbano associou-se a maior CS, mesmo com mais infraestrutura para a prática, sugerindo que o acesso não garante o uso. Quanto à correlação, a maioria dos estudos (especialmente os de análise de rede) apontou para a independência entre AF e CS, embora não haja consenso absoluto. A análise dos desfechos de saúde revelou que a AF atua como fator de proteção contra o risco cardiovascular (RCV), enquanto o CS se associou a piores indicadores de aptidão. Um achado central foi a discussão sobre a "hipótese da atenuação", onde estudos sugerem que altos níveis de AF podem mitigar ou compensar os efeitos negativos do CS em jovens fisicamente ativos . As conclusões do estudo confirmam a consolidação do perfil "sedentário ativo" e as lacunas na literatura nacional, como o predomínio de estudos transversais e o uso de autorrelato, que limitam a compreensão da causalidade. Conclui-se que as estratégias de promoção da saúde para adolescentes precisam ser reorientadas. Para o profissional de Educação Física, torna-se imperativo desenvolver intervenções duplas: não apenas prescrever exercícios, mas também atuar na gestão do tempo livre e na redução específica do tempo sentado prolongado.
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Fatores associados ao estresse no trabalho em mulheres feirantes
(Universidade do Estado da Bahia, 2025-12-16) Nunes, Sabrina Alves; Rios, Marcela Andrade; Soares, Luzia Célia Batista
Objetivo: Analisar os fatores associados ao estresse no trabalho em mulheres feirantes. Métodos: Estudo censitário e do tipo inquérito junto mulheres feirantes que desenvolvem atividades laborais em um mercado municipal. A verificação do estresse no trabalho foi realizada utilizando-se do programa IBM SPSS, versão 22, por meio do teste do qui-quadrado, com valor de p< 0,05 como nível de significância estatística. Resultados: A prevalência de estresse no trabalho não baixo encontrada foi de 31,6%. As trabalhadoras com idade até 49 anos, que só trabalham na feria e com jornada laboral semanal superior a 44 horas apresentaram maiores prevalências de estresse não baixo, com significância estatística. Conclusão: o enfrentamento do estresse ocupacional entre trabalhadoras feirantes requer medidas que ultrapassem a dimensão individual, incorporando intervenções que promovam condições laborais mais seguras, jornadas adequadas, suporte psicossocial e reconhecimento do trabalho informal como componente essencial da economia e da vida social. Contribuições para a prática: Oferecer subsídios importantes para compreensão do estresse percebido no trabalho em mulheres feirantes e dos fatores que levam ao desenvolvimento do mesmo, uma vez que este público em questão compõe o setor informal no mercado de trabalho, um ambiente negligenciado pelas políticas públicas e políticas em saúde, o qual devem ser levados em consideração para que o campo da saúde atenda o campo do trabalhador informal.
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A adaptação cinematográfica de A morte e a morte de Quincas Berro D'Água: assonâncias e dissonâncias
(Universidade do Estado da Bahia, 2025-12-09) Coutinho, Jéssica Veloso; Leite, Gildeci de Oliveira; Figueiredo, Joabson Lima; Prado, Thiago Martins Caldas
O presente artigo realiza uma análise comparativa entre A morte e a morte de Quincas Berro D’Água (2008), de Jorge Amado, e sua adaptação cinematográfica de Sérgio Machado (2010), buscando compreender como ambas dialogam ao destacar suas assonâncias e dissonâncias. A pesquisa fundamenta-se em Linda Hutcheon, quanto à teoria da adaptação, e em Roberto DaMatta, que discute a carnavalização como elemento estruturante na trajetória do protagonista, figura de liberdade e resistência às convenções sociais. Também são considerados os elementos míticos identificados por Gildeci Leite, que articulam ancestralidade afro-brasileira, simbolismos marítimos e figuras associadas às Pombagiras. O estudo evidencia que o filme preserva a essência simbólica, cultural e crítica da obra literária, enquanto a atualiza por meio de elementos visuais, sonoros e narrativos. Conclui-se que a reinterpretação fílmica reafirma a força e a atualidade dos temas amadianos, demonstrando como literatura e cinema se complementam na construção de novos sentidos sobre o povo brasileiro.
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A ancestralidade como forma de resistência e reexistência na obra "Cartas para minha avó" de Djamila Ribeiro
(Universidade do Estado da Bahia, 2025-08-07) Santos, Raquel Teodoro dos; Santos, Aline Nery dos; Souza, Josane Silva; Oliveira, Ronilda Rodrigues da Silva
A obra "Cartas para minha avó" (2021), da renomada ativista, filósofa e escritora negra contemporânea Djamila Ribeiro, oferece um profundo mergulho em suas memórias. Por meio de cartas póstumas à sua avó Antônia, a autora reconstrói sua trajetória da infância à vida adulta, tecendo um diálogo entre o passado e o presente. O presente trabalho se propõe a investigar, nos relatos da obra de Ribeiro, a ancestralidade na narrativa como contribuição no processo da autora de se descobrir enquanto mulher negra e de resistir a esse racismo que está alojado na estrutura da nossa sociedade. Pois, no cotidiano de sua mãe, Erani, e sua avó, Antônia, aspectos como o racismo e violências de gênero estavam sempre presentes, mas a resistência delas, diante da opressão, foi essencial para uma reexistência. Este estudo é uma pesquisa bibliográfica que se baseia na análise de diversas fontes online, como livros, artigos científicos, publicações de revistas e entrevistas da mídia. O objetivo é apresentar um breve panorama da chegada dos povos africanos ao Brasil e da subsequente construção da identidade afrodescendente, com foco nos debates sobre a ancestralidade negra. Para isso, a pesquisa dialoga com obras de autores como Eduardo de Assis Duarte (2010), Abdias Nascimento (2016), Petrônio Domingues (2007), Angela Davis (2016), Lélia Gonzalez (1984), Carla Akotirene (2019), Conceição Evaristo (2005) e Djamila Ribeiro (2021).