Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Letras (PPGL)

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    Corpos femininos sob a insígnia da violência de gênero: As três Marias e As Meninas
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-10-27) Rodrigues, Daiane de Moura; Silva , Leandro Soares da; Prazeres, Lilian Lima Goncalves dos; Gomes , Carlos Magno Santos
    A violência de gênero, seja física, psicológica ou sexual, é um fenômeno que, há muito tempo, faz parte do princípio dos pilares da dominação patriarcal. A partir do século XX, esse tema, sob a ótica da literatura, ganha um novo contexto quando escritoras assumem a voz autoral de textos que denunciam mulheres em situação de opressão. Partindo desse cenário, esta dissertação se propôs a analisar, com base na abordagem comparativa, produções literárias escritas por duas autoras que evidenciaram em suas obras crimes contra mulheres. Desse modo, pretendeu-se discutir a construção dos corpos femininos e as marcas dessas violações em duas obras da literatura brasileira, uma de 1939, As três Marias, de Rachel de Queiroz, e outra de 1973, As Meninas, de Lygia Fagundes Telles. Para tal intento, a dissertação foi dividida em três capítulos. No primeiro, foi apresentado um sucinto estudo das produções literárias escritas por mulheres no Brasil, levando em conta o momento histórico e questões de autoria feminina em Eurídice Figueiredo (2013), Constância Lima Duarte (2022), Silvia Federici (2017) e Mary Del Priore (2004). No segundo, buscou-se tipificar e elucidar as violências de gênero nos romances, a contar das pesquisas de Judith Butler (2015), Heleieth Saffioti (2015), Lia Zanotta Machado (2010) e Marcela Lagarde (2011). Valendo-se das leis vigentes à época e da recepção contemporânea, analisou-se também como a pauta da descriminalização do aborto foi discutida nas obras, partindo das análises de Maria Betânia Ávila (2019), Wilza Vilela, Regina Barbosa (2011) e Leila Barsted (2019). Ao final, no terceiro capítulo, foi explorado como as seis personagens se ocuparam de seus corpos e suas sexualidades. Para definirmos as estratégias narrativas destes atributos, realizou-se um mapeamento dos tipos de representações dos corpos femininos, discutindo questões de gênero, identidades e lesbianidades, em especial, abordagens analíticas sobre o corpo feminino em Elódia Xavier (2021), Luciana Borges (2013) e Guacira Lopes Louro (1997). Sendo assim, Queiroz e Telles nos apresentaram literaturas que romperam a fronteira da representação e nos proporcionaram um legado importante para discutir o corpo feminino como índice da violência de gênero no Brasil.
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    Quarto de despejo e diário de Bitita: Carolina Maria de Jesus e a escrita de resistência contra a necropolítica.
    (Universidade do Estado da Bahia UNEB, 2023-07-31) Costa, Milana Santos; Sales, Karina Lima; Guimarães, Michel Silva; Gund, Ivana Teixeira Figueiredo
    A presente dissertação tem como objeto de estudo as obras literárias Quarto de Despejo: diário de uma favelada(1960) e Diário de Bitita (1986), escritas por Carolina Maria de Jesus. O objetivo é analisar nessas obras uma escrita de resistência contra a necropolítica, com a percepção de uma escrita denunciativa do abandono do Estado, mediante políticas de subalternização e segregação de grupos minoritários, principalmente negros, e como essas ações tiveram impacto na inserção da escritora no cenário nacional. O escopo teórico-crítico deste trabalho é composto por diferentes autores. Para subsidiar a discussão sobre a biopolítica e necropolítica, utilizou-se o aporte dos teóricos Foucault (2008), Agamben (2002) e Mbembe (2018). Sobre o conceito de escrevivência recorremos aos estudos de Conceição Evaristo. Especificamente para basilar os estudos biográficos de Carolina recorremos aos estudos de pesquisadores como de Levine e Meihy, Castro e Machado, Farias e Fernandes. Os resultados das análises permitem reforçar a hipótese de que a construção literária das obras delimitadas, pautadas sob a égide da necropolítica, configura-se em uma escrita de resistência.
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    A constituição discursiva de identidade na escrita de memórias literárias: olimpíada de língua portuguesa
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-27) Silva, Helenice Farias de Brito; Ferreguett, Cristhiane; Quadros , Carla de; Machado da Rosa, Kelli
    Esta dissertação apresenta um estudo teórico-analítico sobre a constituição no gênero discursivo memórias literárias e como o discurso memorialístico permite a autoria vincular sua composição identitária à narrativa de uma pessoa da comunidade, para que também reconheça como sujeito histórico na construção deste enunciado. O objetivo é investigar como discursividades, que compõem as memórias literárias produzida pelo aluno-autor na Olimpíada de Língua Portuguesa, podem revelar indícios socioculturais que contribuem para a formação das suas representações identitárias — mobilizando conceitos e princípios teóricos de uma perspectiva linguística e dialógica, que constituem a arquitetônica da Teoria Dialógica do Discurso. A investigação ancora-se nos pressupostos teóricos do dialogismo do Círculo de Bakhtin e caracteriza-se como pesquisa bibliográfico-documental, de natureza qualitativa e de cunho interpretativo. Apresenta como corpus o enunciado de Memórias Literárias, vencedora da sexta edição da Olimpíada de Língua Portuguesa no Centro Educacional de Ibiassucê. Para tanto, foram adotadas as postulações do Círculo bakhtiniano para a compreensão da natureza dialógica da linguagem e a concepção arquitetônica da teoria dialógica do discurso nos estudos de Bakhtin (2010; 2013; 2016), Volóchinov (2017; 2019) e Medviédev (2016). Acerca da definição e características do gênero memórias literárias toma-se por base as publicações de Clara (2008; 2019; 2021), Boeno (2013), Marcushi (2011). Na sequência, apresenta-se um aporte teórico em que se utiliza os conceitos de memória de Bosi (1998; 2005), Halbwachs (1990) e Le Goff (1990); concepções de identidade por Hall (2006) e Baumam (2005); relação entre memória e identidade em Candau (2011) e Souza (2014). Os resultados das análises demonstram que o aluno-autor apresenta diversos recursos linguístico-enunciativos ímpares para a concretização de seu projeto ideológico do dizer com entonações valorativas ímpares, para exteriorizar suas atitudes responsivas de pertencimento, em função das vozes sociais da pessoa entrevistada que demonstram marcas do contexto sociocultural em que vive o discente que constituem fatores que contribuem para sua formação identitária.