Esta pesquisa visa compreender as histórias de escolarização de jovens gays na Educação Básica, procurando investigar qual o lugar ou não lugar desse aluno gay nas vivências escolares e quais as marcas de escolarização apreendidas neste percurso. Para isso, discusto algumas categorias teóricas como Sexualidade e Gênero, a partir de Michel Foucault (2014) e Judith Butler (2015); Identidade e diferença, nos estudos de Stuart Hall (2014) e Tomaz Tadeu da Silva (2014), e Masculinidades, à luz dos estudos de Fernando Seffner (2003). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, inspirada na metodologia da história oral, tendo como dispositivos o uso das entrevistas narrativas. O estudo enfoca as narrativas de histórias de escolarização de seis jovens, na faixa etária de 18 a 21 anos, residentes na cidade de Alagoinhas, no interior da Bahia. São jovens gays que vivenciam e vivenciaram a educação básica, especialmente o ensino médio em uma escola pública que aqui denominamos Escola (Trans)formação do saber. O estudo revelou que os jovens gays reconstroem suas histórias de escolarização, em um processo de investigação-formação de si, ampliando os modos como se perceberam na escola e se percebem hoje. A escola aparece, portanto, como um espaço de socialização, conflitos e tensões, na experiência desses jovens, onde eles revelam a própria sexualidade. Com as experiências da escolarização, a chegada no Ensino Médio (de)marca um outro lugar voltado para o cuidado de si que se reflete na forma como eles pensam e sentem a escola, a partir das marcas, preconceitos e acolhimentos vivenciados.