Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Profissional) em Educação e Diversidade (PPGED) - Conceição do Coité

A ação do Programa de Pós-graduação em Educação e Diversidade (PPGED) iniciou em 2014, em nível Mestrado Profissional, no Departamento de Ciências Humanas (Campus IV) em Jacobina. Em 2017, o PPGED ampliou sua área de atuação ampliando seu polo educacional através da parceria com o Departamento de Educação (Campus XIV) em Conceição do Coité. O PPGED ocupa-se dos processos de formação e das práticas de educadores visando a preparação profissional para atuarem com as diversidades e singularidades socioeducativas e culturais. Concebe a docência como prática social contextualizada envolvendo questões políticas, históricas e culturais, enfatizando as práticas como elementos basilares dos processos de ensino e de aprendizagem. Volta-se para as políticas e práticas escolares, atentando para as questões locais em conexão com as demandas globais e a episteme contemporânea da formação. Representa uma tentativa de subsidiar práticas escolares pautadas na valorização das diferenças, do múltiplo, do inovador e do anverso.

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    Ser professora preta de língua inglesa: uma proposta-vida de aquilombamentos para a diferença em Acupe-BA
    (2025-04-09) Sacramento , Nara Paixão; Oliveira, Iris Verena; Salvadori, Juliana Cristina; Santos, Kelly Barros
    Essa pesquisa de mestrado trata de questões étnico-raciais numa escola de território aquilombado no distrito de Acupe, pertencente a cidade de Santo Amaro na Bahia. Nesse estudo, pergunta-se de que forma os estudos sobre currículo e a educação antirracista podem contribuir em outras produções sobre o ensino de Inglês como segunda língua no Centro Educacional Municipal de Acupe, CEMAC, na diferença. Há uma forte presença hegemônica nos documentos curriculares e no ensino a partir de pressupostos do Norte Global (Mota-Pereira, Baptista,2022) que castram possibilidades de existir no idioma e excluem corpos negros de produções curriculares que conversem com significações (Lopes,2015) de aprendizagem com o que circunda em suas vidas. Para além, essa pesquisadora atravessa contingências no momento de dialogar com as turmas do CEMAC e com o corpo docente para pensar em espaços de quilombo para além da territorialidade (Nascimento,2022) como refúgio para a fabulação de relações, através da educação antirracista que acolha esses corpos e suas demandas em pautas singulares nas atividades da escola. O compromisso ético com as turmas permitiu a construção de uma rede de afeto, abertura e escuta para (re)conhecer e acolher diversidade nas produções em sala. O contato com as/os professoras/es do CEMAC assumiu um caráter aquilombado que demonstrou através de uma investida interior, para que as/os colegas através das escrevivências (Evaristo,2020) pudessem ou não aproximar ligações com/entre as/os estudantes quanto ao racismo, em diálogo com a ideia de testemunho (Anzaldúa, 1987,2000) e a possibilidade de reconhecer esse trabalho coletivo como lugar de desabafo, de (co)criação em espaço de liberdade, compartilhamento (Nascimento,2007) e acolhimento nas dores que também enfrentamos enquanto profissionais negras/os na educação. Ao longo dessas apostas da pesquisa em caráter transnacional, foi perceptível a combinação de esforços para reforçar histórias de inspiração para corpos negros em espaços de poder e especialmente para pesquisadoras negras-mães seguirem com suas propostas-vida e ocuparem oportunidades de reparação social. Dessa forma, como proposta de produto, a elaboração de um manual que acenda um diálogo sobre viver uma experiência em programas de internacionalização, para essas mulheres em específico, entendendo que essas propostas-vida para incentivar também respigam em corpos discentes negros da escola pública que testemunham sonhos se concretizarem e se inspirem e disputarem oportunidades antes negadas.
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    Pelas veredas das escrevivências: juventudes negras no Clube de Leitura do Olavo.
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-04-30) Jesus, Janiele Silva de; Oliveira, Iris Verena Santos de; Santos, Joceneide Cunha dos; Santos, Maria de Fátima Lima
    Esta pesquisa investiga as experiências de juventudes negras no ambiente escolar a partir da Escrevivência (Evaristo, 2022) tomada como metodologia e operada por meio das Giras de Escrevivências (Oliveira, 2021), para entender as percepções juvenis sobre pertencimento e identidade étnico-racial, em diálogo com seus territórios de origem. O objetivo deste trabalho é investigar como as estudantes negras que integram o Clube de Leitura buscam, encaram ou constituem seu lugar étnico-racial no ambiente escolar. A fundamentação teórica articula os conceitos de quilombo, de Beatriz Nascimento, encruzilhada, afrografia e tempo espiralar de Leda Maria Martins, e pertencimento, de bell hooks, evidenciando como as experiências das estudantes são atravessadas por ancestralidade, cultura e resistência. Em diálogo com esses referenciais, os estudos sobre currículo, a partir das perspectivas de Iris Verena Oliveira, Maria Nazaré Mota de Lima e Vanda Machado, permitem compreender como as práticas educativas podem afirmar identidades, reconhecer saberes e desafiar as normativas coloniais que historicamente marginalizaram corpos negros nos espaços escolares. O Clube de Leitura, implementado no Colégio Estadual de Tempo Integral Olavo Alves Pinto (OLAVO), em Retirolândia, constitui-se como espaço de mediação cultural e troca de saberes, onde a literatura, a música e as manifestações culturais das comunidades participantes se entrelaçam na construção de uma aprendizagem coletiva. A Escrevivência produzida no contexto do Clube de Leitura revela como as memórias, os afetos e os saberes atravessam as vivências juvenis, ressignificando o espaço escolar a partir de suas próprias trajetórias e referências culturais.
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    Traços, trilhas e trilhos: qual é o lugar de uma coordenadora branca na ação antirracista, antisexista e antilgbtfóbicas.
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-05-09) Santos, Rosana Mercês; Silva, Zuleide Paiva da; Jesus, Rosane Meire Vieira de; Maraux, Amelia Tereza Santa Rosa; Miranda, Amanaiara Conceicao De Santana
    O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre a intersecção entre branquitude, gênero e sexualidade, especialmente no ofício e na vida da pesquisadora no exercício de Coordenação Pedagógica. Com uma escrita de si, o estudo coloca em questão os atravessamentos construídos através da branquitude e a importância de se reconhecer a complexidade das experiências pessoais em relação a essas categorias sociais. Explorando a construção da própria identidade da autora, como mulher branca e coordenadora pedagógica, analisa as influências de sua criação, experiências na escola e como a conscientização sobre a branquitude a faz repensar os privilégios e se posicionar como agente do antirracismo, pela ação antirracista. Dessa forma, a pesquisadora compartilha sua experiência, ressaltando a influência dos sistemas de opressão e privilégio nos espaços educacionais, visando disseminar os princípios do antirracismo, antissexismo e antiLGBTfobismo em diversos contextos. O objetivo do estudo é investigar os atravessamentos da branquitude, nas práticas discursivas de professoras/es. Interessa, sobretudo, refletir os aprendizados no processo de pesquisa, buscando entender como essas categorias interagem e influenciam as dinâmicas de poder, usando a interseccionalidade como princípio epistemológico. A investigação, também, se concentra na manifestação da interseção no ambiente escolar, buscando analisar como normas de gênero e sexualidade são toleradas ou desafiadas pelas/os professoras/es da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA) da escola rural de Caeté-Açu, Chapada Diamantina-Bahia, e como isso afeta a dinâmica da sala de aula. Utilizando uma abordagem teórico-metodológica que toma contribuições da análise de discurso de Michel Foucault combinando, de forma a enriquecer o trabalho, a ferramenta analítica da interseccionalidade em uma abordagem crítica. Ao unir essas perspectivas, é possível explorar como os discursos das/os professoras/es e seus enunciados podem ser atravessados por estruturas de poder que reforçam desigualdades baseadas em raça, gênero e sexualidade. A intervenção assume a narrativação memorialística como método, a conversa como metodologia de intervenção e a roda de conversa como dispositivo metodológico para construir uma abordagem de pesquisa pessoal e experiencial. Destacando a importância de desafiar discursos hegemônicos em busca de uma educação inclusiva e igualitária, dialoga com autoras feministas, dentre elas Sueli Carneiro, Patrícia Hill Collins, Carla Akotirene, Cecília Sardenberg, Zuleide Paiva da Silva e Tatiana Nascimento.
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    “O lixo vai falar, e numa boa”: pertencimento racial dos/das egressos/as/es do Universidade Para Todos de Serrinha-BA
    (Universidade do Estado da Bahia, 2025-04-04) Costa, Rozane da Conceição Silva; Oliveira, Iris Verena Santos de; Santos, Dina Maria Rosário dos; Ribeiro, Denize de Almeida
    A presente dissertação discorre sobre o pertencimento racial e a opção de ingresso das estudantes-participantes oriundas do Programa Universidade para Todos (UPT) do Polo de Serrinha-BA, da turma de 2023, que ingressaram na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – Departamento de Educação – Campus XI, em 2024. Tem como questionamento identificar: Qual o pertencimento racial das/dos estudantes do pré-vestibular Universidade para Todos (UPT) de Serrinha-BA? E qual a opção de ingresso das estudantes-participantes da pesquisa? O objetivo geral é: identificar o pertencimento racial dos/das estudantes do UPT de Serrinha, do ano de 2023. O estudo insere-se no leque das pesquisas narrativas, tendo a conversa como metodologia a partir das pesquisas já realizadas no Programa por Cristina Santos(2023) e o livro Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? (2023). A conversa tecida nas próximas páginas acontece entre as participantes Alá, Jurema, eu e as mais velhas Conceição Evaristo (2016, 2020, 2023), Lélia Gonzaléz (2020) Lélia Gonzáles e Carlos Hasenbalg (2022), Beatriz Nascimento (2022), Sueli Carneiro (2023) e o intelectual quilombola Nego Bispo (2022, 2023), de modo que conversamos sobre nossas trajetórias estudantis, a importância do curso pré-vestibular para o ingresso na UNEB, o perfil das interlocutoras Alá e Jurema que são mulheres cis, jovens, sisaleiras, natural de Biritinga-Ba e Serrinha-Ba respectivamente, estudantes do curso de Administração na UNEB campus XI e trabalhadoras que ingressaram na universidade por cotas raciais. Apresento também os resultado sobre o pertencimento racial das/dos estudantes do UPT/Serrinha, são estudantes majoritariamente negras, mulheres, moradoras da zona urbana, com renda inferior ao salário minimo. Por se tratar de um Mestrado Profissional em Educação, na última seção apresento a proposta de produto, uma campanha social com o objetivo de traduzir as informações sobre ações afirmativas para os nossos quilombos.
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    Afectos docentes e livros didáticos na construção da Educação Matemática antirracista
    (Universidade do Estada do Bahia, 2025-04-28) Oliveira, Erica da Silva; Oliveira, Iris Verena; Miranda, Helga Porto; Souza, Manuela da Silva
    A tônica desse trabalho busca problematizar a formação docente do/a professor/a de Matemática e a constituição dos livros didáticos desse componente na perspectiva antirracista. Foi feito uma reflexão sobre a Lei 10.639/03 e seu tempo de implantação no sistema de ensino e apresentada a definição de afecto segundo a visão de Deleuze e Guatarri (2010). Expus minha experiência após atravessamentos subjetivos na perspectiva antirracista e as mobilizações que ocorreram na construção de um currículo escolar voltado a Educação Matemática Antirracista. Diante disso, nos questionamos sobre quais as abordagens voltadas as relações étnico raciais foram trabalhadas na formação do corpo docente de Matemática da rede municipal de Conceição do Coité e, quais as propostas antirracistas que os livros desse componente vêm ofertando na sua proposta. Essa é uma pesquisa de caráter qualitativo que se desenvolveu a partir de análise documental. Diante do conhecimento das Instituições que estabeleceram o grau de Licenciados em Matemática aos/às docentes do Ensino Fundamental II da Cidade de Conceição do Coité, foi realizado o estudo das grades curriculares de sete Universidades, nas quais foram buscados sinais de abordagens e afectações no que tange a educação antirracista, no processo de formação docente. Também foram pesquisados nos livros didáticos, que são utilizados na rede pública municipal, quais os aspectos antirracistas que o mesmo vem abordando ou sugerindo nas orientações pedagógicas do livro do/a mestre. Destacamos a importância dessa pesquisa por partilhar incômodos e indicar propostas que levam a refletir sobre o papel social e político docente dentro do sistema de educação.