Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudo de Linguagens (PPGEL)

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    O campo léxico do trabalho em cartas de vaqueiros e negociantes ao Barão de Jeremoabo
    (Universidade do Estado da Bahia, 2011-12-19) Silva , Eliane Santos Leite da; Abbade, Celina Márcia de Souza; Santos, Maria Alves dos; Teixeira, Maria da Conceição
    Pretende-se através dessa dissertação apresentar uma análise lexicológica feita em documentos pessoais do final do século XIX. O corpus da pesquisa consta de 24 cartas datadas entre 1890 e 1903, enviadas ao barão de Jeremoabo, o Dr. Cícero Dantas Martins - importante figura política e um dos maiores latifundiários do Nordeste, em especial do Sertão e Recôncavo baianos do século XIX - por vaqueiros e negociantes, que estabeleciam relações trabalhistas com o Barão. O conteúdo das cartas é bastante variado, desde assuntos pessoais como pedidos de favores, questões familiares, notícias de parentes distantes, nascimentos e falecimentos, informações relacionadas à política local, até questões sociais, como notícias das condições climáticas (seca, chuvas, etc), e o andamento das produções e negociações nas lavouras e a situação do gado e de outros negócios. O levantamento do vocabulário utilizado nas cartas foi realizado a partir dos fundamentos teórico-metodológicos da Lexicologia, considerando principalmente a proposta da teoria dos campos lexicais, fundamentada na Semântica Diacrônica Estrutural de Eugênio Coseriu (1977). A fim de subsidiar os estudos da pesquisa, recorreu-se também a autores como: Biderman (2001), Vilela (1995), Geckeler (1976), dentre outros. No âmbito da pesquisa geral, foi estruturado o campo léxico do trabalho com seus respectivos microcampos (a saber, trabalhadores, animais, males dos animais, elementos da natureza, espaços geográficos, instrumentos e qualificadores) seguidos do levantamento dos significados das lexias e as respectivas ocorrências no texto, ao todo foram registradas 62 (sessenta e duas) lexias. Acredita-se, nesse sentido, ser possível proceder à identificação dos usos lexicais enquanto caracterizadores de uma comunidade, no que diz respeito as suas crenças, valores e costumes, partindo do pressuposto de que há, em toda e qualquer sociedade, uma intensa relação entre as manifestações linguísticas e as manifestações culturais.
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    A memória discursiva regulando sentidos sobre a identidade afro-baiana em reportagens do Jornal da Nacional: entre o mesmo e o novo
    (Universidade do Estado da Bahia, 2016-07-22) Conceição, Débora de Jesus; Freitas, Ricardo Oliveira; Machado, Rosa Helena Blanco; Silva , Célia Regina da
    A presente pesquisa pretende observar os efeitos discursivos presentes em reportagens do Jornal Nacional decorrentes da reconfiguração de elementos da identidade baiana ocorrida a partir da década de 70 do século XX, momento em que a porção afro começou a ser ressaltada. Para isso, foram selecionadas quatro reportagens referentes aos anos 2007, 2009, 2011 e 2013 cujos efeitos de sentidos são reflexos da herança negra na identidade baiana, quais sejam: a preguiça, o candomblé, a capoeira e a sensualidade. O referencial teórico que norteia essa pesquisa é o da Análise do Discurso. A principal ferramenta analítica utilizada é a memória discursiva que ao mesmo tempo que regula, conservando sentidos, permite o rompimento, o deslocamento, possibilitando que novos sentidos passem a fazer parte dessa identidade, de modo a atender as novas exigências socioeconômicas.
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    Narrativas de invenção e releituras literárias na obra de Adelice Souza
    (Universidade do Estado da Bahia, 2016-04-29) Dantas, Poliana Pereira; Magalhães , Carlos Augusto; Moreno, Luciana Sacramento; Ribeiro , Maria de Fátima Maia
    A presente dissertação se propõe elaborar um estudo da obra literária da escritora baiana Adelice Souza, partindo da investigação sobre como o repertório de leituras da autora reverbera em suas narrativas. Tendo em vista esse objetivo, buscaram-se verificar as estratégias textuais que comporiam efeitos estéticos nas histórias. Para tanto, situaram-se algumas leituras ressignificadas por Adelice Souza, as quais foram identificadas através de certos elementos das produções narrativas. Tomando como foco o processo de elaboração estética, são abordadas: a relação dialógica com a mitologia grega e com a obra do escritor João Guimarães Rosa; a manifestação do insólito como efeito estético, e, também, a presença da morte nas tramas estudadas. Como corpus de pesquisa, foram selecionadas quinze narrativas curtas que compõem as antologias As camas e os cães (2001), Caramujos Zumbis (2003), Para uma certa Nina (2009), Mais trinta mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (2005) e também o romance O homem que sabia a hora de morrer (2012). Foram tomados, como referências teóricas para a compreensão da teoria da recepção e do efeito estético, os estudos de Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser. Nas discussões sobre os mecanismos intertextuais e sobre a mitologia grega, recorreu-se a Julia Kristeva e José Luiz Fiorin, Junito de Souza Brandão e Ana Maria Lisboa de Mello. Para argumentar sobre as colocações do insólito, foram analisadas reflexões de Lenira Covizzi, Sigmund Freud e Otto Rank. E, para sustentar as discussões sobre a temática da morte, serviram de base os estudos propostos por Maurice Blanchot, Émile Durkheim, Jean-Pierre Vernant e Lélia Parreira Duarte.
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    Crenças e ações de professores de e/le acerca do livro didático pós PNLD
    (Universidade do Estado da Bahia, 2015-10-29) Conceição, Maria Eugenia Santos; Oliveira, Adelaide Augusta Pereira de; Silva , Kleber Aparecido da; Sobral, Gilberto Nazareno Telles
    Há um crescente interesse pela investigação em Linguística Aplicada a respeito de crenças, talvez por conta disto haja uma série de termos na literatura especializada, bem como uma série de conceitos para o próprio termo crenças. Entende-se por crenças, em linhas gerais, opiniões ou ideias que alunos e professores têm a respeito do processo de ensino e aprendizagem de línguas. Nossa pesquisa toma como objeto as crenças e ações de professores do Ensino Médio da rede pública estadual da Bahia acerca do uso do livro didático no processo de ensino/aprendizagem de língua espanhola. O Programa Nacional do Livro Didático – PNLD – é uma ação governamental que visa contemplar estudantes das escolas públicas brasileiras da educação básica com os livros didáticos dos componentes curriculares estudados. Nosso ponto de interesse nesta ação governamental é a distribuição, em 2012, do livro didático de língua estrangeira moderna – espanhol – aos estudantes de Ensino Médio das escolas públicas brasileiras. Formam parte dos elementos motivadores da pesquisa, a nossa curiosidade e necessidade de conhecer, enquanto docente de língua espanhola da rede pública estadual de ensino, as crenças e ações dos professores do Ensino Médio sobre o livro didático de espanhol como língua estrangeira pós PNLD. O segundo aspecto impulsor deve-se ao crescente interesse na investigação em Linguística Aplicada sobre crenças e a aprendizagem de línguas, a fim de contribuir para o fomento nos estudos da temática em questão relativos ao idioma espanhol, pois boa parte da produção científica está associada ao ensino de inglês. Por fim, o último ponto para justificar a investigação refere-se à sua contribuição para o melhor desenvolvimento da nossa prática docente e para a formação de futuros professores de espanhol. O objetivo principal da pesquisa é investigar e refletir sobre as crenças e ações de professores de espanhol acerca do livro didático em língua espanhola. A pesquisa é de caráter etnográfico, com abordagem contextual, valendo-se de questionários, relatos de experiências e entrevistas com docentes de espanhol da rede pública de ensino e visitação de unidades escolares. Lastreiam o presente estudo as investigações em crenças e o agir docente inserido no sociointeracionismo discursivo e na ergonomia de linha francesa.
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    A trilha do medo, a trilha da cura: a literatura de horror de autoria negra feminina na Bahia, uma leitura de Jovina Souza e Hildália Fernandes
    (Universidade do Estado da Bahia, 2023-05-09) Santos, Margarete de Carvalho; Freitas , Ricardo Oliveira de; Samyn, Henrique Marques; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno
    Esta pesquisa analisa a produção literária contemporânea de horror de autoria negra feminina na Bahia com o objetivo de investigar quais saberes emergem e seus possíveis efeitos psíquicos em um corpo negro, a partir da leitura crítica dos seguintes textos: o conto “Relicário”, da escritora Hildália Fernandes (2015), e o conto “A tumba n. 03”, da poeta Jovina Souza (no prelo). Oriento-me metodologicamente a partir da teoria da epistemologia do romance, idealizada pelo teórico brasileiro Wilton Barroso Filho, e tomo como ponto de partida a pesquisa da teórica afro-americana Kinitra Brooks (2018) sobre a produção de horror de autoria negra feminina na diáspora, para me questionar sobre como as produções baianas se comportam ao trazerem temas sobrenaturais e sombrios aliados à violência racial. Coloco-me aqui enquanto pesquisadora encarnada, nos termos descritos pela antropóloga baiana Suely Messeder (2020), uma vez que meu corpo move e é movido por esta pesquisa, bem como intercruzo as análises das produções com o meu processo de escrita criativa com temática afro-brasileira. Fundamento as análises a partir do conceito de dispositivo de racialidade pensado por Sueli Carneiro (2005) para que possamos entender como o gênero literário do horror, que possui como principal característica provocar medo, pode nos inscrever no signo de morte ou nos retirar dele a fim de nos proporcionar caminhos de cura através da narrativa. Como resultados, apresento quais as possibilidades que as autoras baianas nos apontam para lidarmos com a dor e o medo de forma resiliente a fim de construir um processo de cura: Jovina Souza nos orienta a fazer o letramento racial para pensarmos estratégias de sobrevivência e nos chama a atenção para nossa capacidade cognitiva para lidar com o trauma racial; e Hildália Fernandes nos apresenta o Abèbè enquanto instrumento para resgatarmos aspectos importantes da nossa identidade que podem reverberar na nossa psique. Utilizo o termo cura dentro da abordagem pensada por bell hooks (2023), para se referir a nossa capacidade de construir mapas a fim de lidarmos com as dores oriundas dos traumas raciais. Me aproximo também dos estudos psicanalíticos que articulam racismo e condição mental, a citar a pesquisa de Neusa Santos Souza (1983). Para refletir como o medo e a dor são manipulados enquanto signo, ancoro-me nos estudos de Byung-Chul Han (2021) e para entender a influência da narrativa literária no processo de cura, trago estudos do Walter Clyde W. Ford (1999), e principalmente me apoio no mito de Ananse Ntontan que me oferece a ideia de cura pela contação de história.