Experiências vividas, aprendizagens construídas: trajetórias de resistência de jovens do campo e da periferia urbana

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2017-07-04
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Resumo

O presente estudo tem como objetivo analisar a função formativa das experiências de resistência vivenciadas por duas configurações: agricultores familiares agroecológicos do Território de Identidade de Irecê - TII e jovens participantes do Instituto Fatumbi - Alto das Pombas, Salvador-BA, que projetam suas vidas com base na construção de uma sociedade mais digna e justa para os povos do campo e da cidade. Trata-se de uma pesquisa que procura captar uma história que ocorre em configurações de resistência e mobilizações, inserindo-se, dessa forma, no âmbito da pesquisa qualitativa, tendo como abordagem a Pesquisa Participante, utilizando-se algumas técnicas de análise da Biografia Educativa, baseada em Josso (2010), nas quais são integradas as dimensões formativas, transformativas e de intervenção social. Por meio dos relatos dos jovens entrevistados, foi possível identificar que as experiências educativas vividas no âmbito da família, dos amigos, na comunidade, na escola e no trabalho contribuíram para a constituição de trajetórias educativas fundamentadas em uma racionalidade ética, comprometida com a formação de sujeitos abertos ao encontro com o novo, o desconhecido. Tais configurações resistiram em virtude da vivência de experiências de luta influenciadas por movimentos que se forjaram sob a inspiração do pensamento libertário da América Latina, da Teologia da Libertação e do Movimento Ecológico, permitindo-lhes a formação de sentidos de vida. A presente tese está fundamentada em outros estudos realizados no TII e nas periferias de Salvador e em teóricos que compuseram a base para se constituir o caminho a ser percorrido até aqui. Destacam-se os estudos de Adorno (2010), Bauman (1997, 2005, 2008, 2011), Brandão (1999, 2006, 2007), Carneiro (2014), Elias (1994, 1995), Freire (1997, 2000), Nascimento (2015), Shaff (1995), Sennet (2011), Santos (2000), Martins (1997) e Souza (2004). Por fim, para compreender as experiências de resistência e reivindicação, o texto foi fundamentado em Kowarick (1987) e Arroyo (2014) os quais, ao analisarem os processos históricos de dominação/subalternização vivenciados por grupos excluídos da sociedade capitalista, ressaltam que na tensão dos processos de formação/humanização é que se forjam pedagogias de resistências. Trata-se, portanto, de um estudo esperançoso, pois apresenta alternativas para se concretizarem práticas de vida digna para os povos do campo e das periferias urbanas, acreditando que essas práticas podem contribuir para a formação de sujeitos comprometidos com a constituição de uma sociedade justa e mais solidária.


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ARAÚJO, Flávia Lorena de Souza. Experiências vividas, aprendizagens construídas: trajetórias de resistências de jovens do campo e da periferia urbana. Salvador, 2017. 231 fls: Orientador: Prof. Dr. Antônio Dias Nascimento Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade – PPGEduC. Departamento de Educação, Campus I. Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2017.
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