Ecos de palavras-imagens: o índio no discurso de intelectuais baianos nos 400 anos do Brasil

dc.contributor.advisorMattos, Wilson Roberto de
dc.contributor.authorSodré, Maria Dorath Bento
dc.contributor.refereeSilva, Ana Célia
dc.contributor.refereeHeredia
dc.date.accessioned2022-10-04T12:00:20Z
dc.date.available2022-10-04T12:00:20Z
dc.date.issued2003
dc.description.abstractEste trabalho se propõe a analisar e problematizar o discurso sobre índios emitido pelos intelectuais baianos do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – IGHBa no ano de 1900, quando ficaram responsáveis pelas comemorações dos 400 anos do Brasil e construíram a imagem discursiva do índio num contexto de fim de século, de mudanças políticas com o término do governo de Luís Vianna, do fim da guerra de Canudos e de influência das teorias raciais. Entre as referências que marcam este discurso, tem-se a projeção de uma imagem idealizada do índio com forte traço romântico, localizado no passado, mais exatamente no início da colonização brasileira e em vias de extinção. Serviram como fontes principais para a análise desse discurso o romance-histórico Pindorama, de Xavier Marques, e o relatório Estudos sobre a Baía Cabrália e Vera Cruz, do major Salvador Pires Carvalho e Aragão, produzidos sob a égide das comemorações do quarto centenário de descobrimento do Brasil. Nesses livros, nos jornais de maior circulação na época e nas revistas do IGHBa, identifica-se o enunciado da miscigenação como uma preocupação que poderia comprometer o futuro projeto de uma sociedade monorracial branca na Bahia, tornando a presença de mestiços, negros e índios uma questão social para a qual os intelectuais deveriam indicar a solução. Diante deste enunciado a imagem-discursiva do índio é um misto de mito da nacionalidade, produzido pelos literatos românticos de meados do século XIX, atualizado com os pressupostos raciais que entendiam a miscigenação como degeneração racial. Para instituir a identidade indígena, os intelectuais utilizam textos produzidos no período inicial da colonização brasileira, como a carta de Pero Vaz de Caminha em que pressupõem encontrar as características para identificar os índios, que o olhar contemporâneo de final de século deveria reconhecer. Contam, também, com o pressuposto da teoria evolucionista, segundo o qual o processo de desaparecimento dos índios era uma lei da natureza para os povos que não acompanhassem o progresso modelado na Europa. Com a instrumentação da metodologia da análise de discurso, buscou-se, nesta dissertação indicar como esse discurso de final do século XIX projetou, na memória social brasileira a invisibilidade do índio, a crença de seu desaparecimento, o reconhecimento da identidade indígena que foi atribuída pelos intelectuais. Sob signo de final de século, os intelectuais baianos projetaram uma imagem do índio com traços físicos e culturais estereotipado, com um lugar no passado da história do Brasil, portanto distanciando o índio no espaço e no tempo, onde pretendiam que tivesse permanecido. Tentou-se ouvir os ecos dessa projeção, entendendo que desvendar esse discurso pode-se chegar as práticas como o não reconhecimento do índio que não corresponda à imagem-discursiva que associa fenótipo enfeitado de penas, arco e flecha, como sendo lugar de índio as matas ou lugares distantes das cidades do País, e a perspectiva de extinção do índio.pt_BR
dc.description.abstract2This work purposes analysing and polemizing the discuss about Indians that intellectual people from Bahia-Brasil of Geographic and Historical Bahia Institute (IGHBa) - 1900, when they become responsible for cellebrations of Brazil 400 years-old and make an analytical Indian image in an ending century context, political changes with Luiz Viana's final government, final war from Canudos and racial theory of influence. Between references that mark this discuss, there is a projection of an idealized Indian image with a hard romantic signal, placed in the past, exactly in the beginning of Brazilian colonization that goes on extinction. They served as main sources for the analysis of this discuss the historical romance “Pindorama” by Xavier Marques and the report "Studies about Cabrália and Vera Cruz Bay” by major Salvador Pires Carvalho e Aragão made under f our hundred years-old Brazil celebration protection. In these books, in the most important newspaper at that time and IGHBa magazines find out the crossbreeding declaration like a worry that could risk the future project of a white monorracial society becoming the presence of crossbreds, Blacks and Indians a social question that the intellectual people shoul show the solution. Before of this declaration the deductive image of the Indian is a mixed of mith of the nationality made by a man of romanticist letter in mid-XIX century, updated with racial presupposition that understood the crossbred like a racial degeneration. To establish an Indian identidy, intellectual people use texts made in the beginning of Brazilian colonization as Pero Vaz de Caminha's Letter that presupposes discover characteristics to identify Indians that contemporary view of final century should recognize. They also tell with the presuppost of evolutionist theory on which the process of Indians disappearance was a nature law to the people who don't keep up with a pattern process in Europe. Acomplished by methodology of speech analysing, it tried indicate in this dissertation how this discuss of 19th century ending reverberated the Indian invisibility in Brazilian memory, the beiief in their disappearance, the Indian identidy recognization that was attributed by intellectual people. Signal of century ending the intellectual people from Bahia reverberated an Indian image with cultural and physical stereotyped traces, placed in the past of Brazilian history, there fore separating the Indian in space and time, where they intended remain. lt tried listen to echoes of this discuss understanding that resolving this discourse, can get practises like: no recognization of Indian that it's not corresponding a deductive image that associate phenotype decorated by feather, arch and rise; indicate woods as Indians home or far-away places from cities of the country and the perspective of Indian extinction.
dc.identifier.citationSODRÉ, Maria Dorath Bento. Ecos de palavras-imagens: o índio no discurso de intelectuais baianos nos 400 anos do Brasil. Orientador: Wilson Roberto de Mattos. 2003. 133f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade - Departamento de Educação Campus I, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2008.
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/20.500.11896/3504
dc.identifier2.latteshttp://lattes.cnpq.br/8438947620200883
dc.language.isopor
dc.rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccessen
dc.subjectÍndiopt_BR
dc.subjectBaianospt_BR
dc.subjectIdentidadept_BR
dc.subjectIntelectuaispt_BR
dc.titleEcos de palavras-imagens: o índio no discurso de intelectuais baianos nos 400 anos do Brasilpt_BR
dc.title.alternative2Echos of Word-Images: The Indigenous in the Discourse of Bahian Intellectuals during the 400 Years of Brazil
dc.typeinfo:eu-repo/semantics/masterThesispt_BR
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