Este trabalho é um estudo sobre a construção das identidades de meninos e meninas, a partir de suas representações de gênero e raça nas séries iniciais, do ensino fundamental em uma escola Municipal de Salvador-Ba. Considerando o espaço escolar, cenário das relações concretas históricas sociais das crianças e espaço de conflitos, descensos e disputas. O trabalho realizou uma reflexão das experiências de meninos e meninas nas diversas produções simbólicas infantis, sobretudo no âmbito educativo, onde podemos encontrar um conjunto de representações que expressam relações identitárias de gênero e raça, reforçando a fundamentação de suas identidades. Para este fim foi discutido a compreensão das relações interpessoais, das brincadeiras, de seus comportamentos, expressões artísticas e práticas concretas em sala de aula. Trata-se de um assunto com grande significação na educação, que traz compreensões ingênuas ou que ainda é desconhecido pelos professores, bem como, no cotidiano escolar ser considerados temas ”problemáticos”, ou até, tabus. Contribui para a legitimação de práticas educativas que fazem a manutenção de representações, perpetuando mentalidades, reforçando a construção de valores formadores, de opiniões e de conhecimentos. Foi definida para o estudo a utilização de uma metodologia qualitativa, do tipo etnográfica, ou seja, a observação direta, indiretas, participativa e entrevistas diretas, indiretas, continuadas com professores/alunos/funcionários, durante o ano letivo, nas séries iniciais do ensino fundamental, que considerou as variáveis de idade, sexo e classe social, com a utilização de registros e recursos áudiovisuais. A partir desta experiência empírica, abriu-se espaço para a análise do cotidiano escolar e das representações identitárias estabelecidas de gênero e raça, em suas práticas, pensando nas identidades assumidas, visibilizadas e nas silenciadas. Nesse processo buscou-se o dialogo com fontes, vinculadas às temáticas de branqueamento, auto-rejeição, preconceitos, discriminações no espaço escolar. Os resultados obtidos revelam a interelação da pesquisa com suas fontes e com as reflexões sobre o tema que permitiu perceber a permanência de representações, baseada na reprodução social, oriunda de uma visão sectarizada de gênero e de discursos raciais, ratificando a manutenção de relações desiguais, originárias de preconceitos e discriminações.