Implementação do acompanhamento farmacoterapêutico em um ambulatório de psiquiatria

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Data
2023-09-22
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Universidade do Estado da Bahia
Resumo

Introdução: Estima-se que 1 bilhão de pessoas possua algum tipo de transtorno mental, entretanto a área da saúde mental ainda é considerada negligenciada e os pacientes enfrentam desafios na terapia psicotrópica, o que eleva a taxa de não adesão. Assim, é prioritário que estes pacientes estejam em acompanhamento, nesse sentido, expandir a assistência é uma necessidade emergente. Objetivo: desenvolver e testar um modelo de prática do Acompanhamento Farmacoterapêutico voltado para pacientes psiquiátricos. Materiais e Métodos: o estudo foi elaborado no formato de 4 artigos. Trata-se de um desenho de serviço, desenvolvido entre setembro de 2021 e dezembro de 2022, realizado em um ambulatório da rede pública de saúde da cidade de Salvador, Brasil. O primeiro artigo utilizou as bases do design de serviços com o desenvolvimento das etapas de mapeamento, criação e implementação, adaptadas de Schneider e Stickdorn. Foram utilizados recursos como entrevistas, mapeamento de processos e observações. No segundo artigo, os dados das consultas realizadas no período foram utilizados para avaliar a contribuição do telemonitoramento, como parte fundamental do desenvolvimento do cuidado farmacêutico. No terceiro artigo foram utilizados ferramentas e conceitos da ciência da implementação para conduzir um estudo de eficácia e implementação híbrido tipo 1 e avaliar o serviço piloto antes e depois da intervenção. E no quarto artigo foi descrito um relato de caso de uma paciente com esquizofrenia. Resultados: na etapa de mapeamento foram identificadas necessidades de educação em saúde, triagem de condições clínicas, atendimentos com menor intervalo de tempo entre as consultas e acompanhamento da farmacoterapia. Na criação do serviço foi idealizada a estruturação do modelo de prática, incluindo a abordagem para avaliação antropométrica e escalométrica (ansiedade e depressão) e a integração do serviço de telemonitoramento. Na fase de implementação, foi realizado um piloto, totalizando 135 consultas, média de 5,0±3,7 por pessoa, triando 33,3% dos pacientes com obesidade e 70,4% dos pacientes com sintomas de depressão moderada a grave. Foram realizadas 612 intervenções farmacêuticas, com média de 4,5 por atendimento, sendo a educação em saúde a mais frequente (43,5%). Os resultados clínicos mostraram maior adesão à medicação com pontuação média do MAT [inicial 4,44±0,681 e final 5,22±0,572, (p=0,020)] e redução da gravidade dos sintomas de depressão e ansiedade, PHQ-9 [inicial 13,9±5,22 e final 11,6±5,19, (p=0,181)] e GAD-7 [inicial 12,4±4,40 e final 7,0±4,76, (p=0,004)], respectivamente. Conclusão: Por meio deste estudo, foi desenhado um modelo de prática e realizado um teste piloto com triagem de condições de saúde, realização de intervenções farmacêuticas e avaliação positiva de parâmetros clínicos, pós-intervenção. A estruturação do acompanhamento farmacoterapêutico com base no desenho do serviço mostrou-se necessária para o manejo dos pacientes psiquiátricos e relevante para a ampliação do acesso à assistência pública, sendo possível a reprodutibilidade em outros ambulatórios psiquiátricos.


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LIMA, Camila Silva. Implementação do acompanhamento farmacoterapêutico em um ambulatório de psiquiatria. Orientadora: Izabel Almeida Alves. 118 f. Dissertação. (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Ciências da Vida (DCV), Campus I, Salvador, 2023.
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