A fome é um fenômeno presente em diversas partes do mundo e com ela, o saldo de milhões de pessoas que falecem devido à insuficiência alimentar. Não distante da nossa realidade, ela se faz presente em nosso meio, com diversas conotações que as oculta. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo, analisar até que ponto a espacialidade do programa Bolsa Família contribui no combate à fome no município de Quixabeira – Bahia. Para a compreensão geográfica da fome, foram adotadas as concepções teórica de Josué de Castro (1984), Adas (1999) e Abramovay (1991) onde os autores são consensuais de que o fenômeno da fome consiste numa problemática da esfera social, política e econômica, sendo este último, o mais acintoso para a permanência da penúria. A pesquisa trás átona a grande discussão entre crescimento populacional versus produção alimentar, confrontando as teorias com os atuais índices de produtividades, chegando a uma conclusão dessa problemática. Na sapiência de que a forma de organização de um espaço possui relatividade para o estabelecimento dessa penúria, foram trabalhadas as categorias da geografia, começando pelas relações territoriais na formação socioespacial do Brasil, a região, dando ênfase à relação teórica entre o Nordeste e a questão da fome, bem como, em última escala, foi fomentada uma discussão e análise empírica da espacialidade do programa no referido município, respaldando a dimensão da carência e a aquisição da renda propiciada pelo Bolsa Família, como um dos mecanismos necessário para a alimentação dos beneficiados. Tendo como enfoque o quantitativo e o qualitativo, e corroborado pelo método dialético e das coletas de dados em entrevistas semi-estruturadas e questionários, percebeu-se ao término da pesquisa, que a condição de renda dos beneficiados é incipiente, necessitando da efetividade do Estado no combate à fome, através de programas de distribuição de renda para contribuir na alimentação familiar como o Bolsa Família.