Esta pesquisa se propõe a investigar as percepções e os impactos das violências no ambiente escolar, de dois municípios da Microrregião do Sisal (Serrinha e Valente), no Estado da Bahia, buscando perceber como afeta o cotidiano e os processos de ensino - aprendizagem de professores e estudantes da educação de jovens e adultos do Território de Identidade do Sisal. A tese central defendida ao longo desta pesquisa é que o desenvolvimento de uma cultura da violência no ambiente escolar compromete o desenvolvimento integral dos estudantes, deteriora o ambiente escolar, afeta o trabalho e a saúde dos docentes e por fim, amplia a evasão escolar e colabora para a perpetuação da fragmentação e desconstrução da educação de jovens e adultos. Do ponto de vista metodológico realizamos um estudo de caso, buscamos abordagens qualitativa (grupo focal, entrevistas e observação participante) e quantitativa (aplicação de questionários, levantamento de dados estatísticos, análises de amostras), entrevistando estudantes, professores e gestores, aliados a imersão no cotidiano das escolas pesquisadas. Em relação ao constructo teórico nos apoiaremos nos estudos de Debardieux (1999); Tavares Santos (2001); Aredt (2004) Bourdieu (2002, 2010), Espinheira (2002, 2004, 2006), por fim, Abramovay (2003, 2004). Dentre os resultados alcançados, identificamos que a violência é elemento determinante na precarização da educação nos múltiplos sentidos desse conceito, pois, as trajetórias dos seus atores ficam marcadas pelas tensões cada vez mais presente e banalizada na sociedade contemporânea. Os sujeitos da EJA despossuídos de instrumentos fomentadores de uma perspectiva de futuro (a Educação neste caso), vivenciam uma instituição escolar ausente, desconectada das suas necessidades e sonhos. A escola precisa construir alternativas e caminhos para contribuir nesse contexto na (re)construção de uma cultura da não violência que transforme as cenas do cotidiano, repensando conceitos e práticas.