A Cor da Benção: Ancestralidade, Essência, Segredos

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Data
2019-08-16
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Resumo

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como norte as práticas de rezas e curas empreendidas pelas rezadeiras no cotidiano das comunidades rurais do Recôncavo da Bahia, em particular, no Rio da Dona, área situada no município de Santo Antônio de Jesus. A escrita documenta e analisa a vida de Tia Quinha e a sua prática de rezar pessoas, tanto da sua comunidade quanto de outros lugares. Procurada para curar diversos males, a rezadeira com 109 anos, compreende que rezar é um ofício possibilitado por um dom divino. A atividade de rezar no contexto sociocultural do Recôncavo é realizada, na maioria das vezes, por mulheres que exercem essa atividade. São elas sujeitos históricos, descendentes de escravizados, integrantes das classes trabalhadoras e negras, introduzidos no mundo do trabalho ainda na infância. O conhecimento de benzedeira é aprendido através da oralidade, o que permite que essa atividade seja passada de geração a geração. Hoje, reconhecida como patrimônio da cultura imaterial, passível de registro, o ofício de rezar visa, através do contato com o sobrenatural e com o poder das ervas, curar pessoas, transcendendo a dura realidade em um universo em que a medicina ortodoxa e o deficitário sistema de saúde nem sempre se mostram eficazes. No contexto desta pesquisa, a análise documental, oralidade, memória, tradição e ancestralidade são pontos essenciais na escrita centrada em depoimentos, pois as fontes orais constituem material privilegiado para a reflexão das práticas culturais das rezadeiras. É justamente na memória desses sujeitos que se encontram experiências acumuladas de suas vidas e é oportuno ressaltar que, no próprio universo da benzeção, formado de integrantes das camadas afro-brasileiras empobrecidas, em grande escala, mantém-se a força da tradição oral, sendo a observação e a fala os principais veículos de transmissão do saber e permitindo assim, visualizar e vivenciar uma historicidade da qual Tia Quinha é mensageira e guardiã.


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Palavras-chave
Religiosidade, Oralidade, Memória, Ancestralidade, Tradição
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