A esquistossomose mansônica é uma endemia mundial, configurando-se como um problema de saúde pública no Brasil, principalmente na região nordeste. O objetivo deste trabalho é analisar o perfil epidemiológico desse agravo no município de Maragogipe, localizado no Recôncavo Baiano, no período de 2001 a 2006. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, quantitativo, com delineamento de pesquisa documental. A principal fonte de dados utilizada foi a base do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) Windows, que contém informações das Fichas Individuais de Notificação. Os dados foram transcritos segundo roteiro sistemático e digitados no Programa Microsoft Office Excel 2003. A análise estatística foi feita no Programa STATA. No total foram notificados, no município, 515 casos de esquistossomose mansônica nesse período, os quais se distribuíram de forma não homogênea entre os anos. As maiores incidências dos casos foram observadas, no geral, entre a população com faixa etária dos 10 aos 29 anos de idade. Outro fato relevante é que mais de 70% dos casos foram oriundos da zona rural do município. A maioria dos casos concentrou-se nos distritos de Nagé e Coqueiros, apesar de Guaí e Guapira apresentarem um maior quantitativo de população rural e uma maior precariedade de condições sanitárias. O grande número de subnotificações e de casos não confirmados e não encerrados da esquistossomose no SINAN demonstra a fragilidade das ações do Sistema de Vigilância Epidemiológica, em Maragogipe. Os achados desse estudo sugerem que, além do Programa de Controle de Esquistossomose, ações de saneamento básico, educação sanitária e tratamento dos doentes sejam intensificados em Maragogipe a fim de se reduzir a magnitude e a transcendência da esquistossomose no município.