Esta tese versa sobre o Ensino da Literatura, com ênfase na contribuição dos clássicos, considerando a necessidade de discutir a pertinência destes no contexto do Ensino Médio. Tem por objetivo expor, por meio de uma elaboração autoral, as contribuições dos clássicos para o Ensino da Literatura, por meio de uma subversão a partir da Linguagem e da Subjetividade. Trata-se de uma Pesquisa Teórica, fundada em uma base epistemológica, compreendida como um processo criativo do sujeito que se relaciona com o mundo e produz sentido sobre ele e que reconhece a importância da contribuição teórica doutoral como um exercício de exposição de um saber por meio de uma escrita autoral. Na abordagem metodológica problematiza-se o conceito de Pesquisa Teórica em Educação, a partir de Demo (1982; 1991; 2000; 2002), assim como o lugar que esta ocupa dentre as metodologias adotadas no âmbito do PPGEduC. Também são apresentadas algumas provocações epistemológicas como possibilidades de construção de outra perspectiva, fundada na Subjetividade. Inicialmente, apresentará uma contextualização conceitual do Ensino da Literatura, a partir dos documentos norteadores e normativos: PCNEM (2000), PCN+ (2002), OCNEM (2006), BNCC-EM (2018) que orientam e prescrevem o que e como se deve ensinar a Literatura no âmbito do Ensino Médio; assim como apresentar, historicamente, os paradigmas do Ensino da Literatura, refletindo sobre a base teórico-metodológica que os constituem, valendo-se de um diálogo teórico com Cosson (2014; 2016; 2020) e outros autores, como: Lajolo (2006), Paulino (2009) e Perrone-Moisés (1995; 1998; 1999; 2006; 2016). Nesta construção teórica será também apresentada a compreensão de Contemporaneidade de Lima Jr. (2015), fundamentada na razão comunicativa habermasiana (2012) e as implicações deste entendimento para se pensar a Educação como não Ciência (LIMA JR., 2021a) e o Ensino da Literatura. Dentro da discussão acerca do Ensino da Literatura, será problematizado e aprofundado as tentativas de conceituação dos clássicos por Calvino (2007), apresentando uma apropriação e proposição para o termo, que se funda na ideia de escritura em Derrida (1995) e de exposição do saber por meio da escrita em Lacan (1992; 2012) e em Lima Jr. (2021a), assim como o entendimento de “escuta” de Bajour (2012), ressignificado pelo viés da Subjetividade, em uma aproximação com o Discurso do Analista lacaniano. A tese defende recuperar o lugar da Literatura como Arte, a partir de uma base epistemológica fundada na Linguagem e na Subjetividade, de modo que o que é fundante aos clássicos da Literatura é que incida sobre a exposição do saber no Simbólico, o que favoreça o acesso e a leitura dos clássicos como escritura, como Transmissão de saber, tendo como efeito o processo de consignação e de consubstanciação, comum também a problemática epistemológica (LIMA JR., 2021a).