A Zooterapia do povo indígena Pankararú no Semiárido Pernambucano

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2017
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Resumo

A pós-modernidade descortinou uma constelação de discussões acaloradas sobre a utilização dos recursos naturais, emergindo com bastante vigor a questão da sustentabilidade, devido a aceleração ao consumismo, dentro de interesses pautados numa lógica da reprodução do capital, que vem se mostrando extremamente predatória ao meio ambiente, causando graves problemas ambientais, ou como prefere o importante pesquisador mexicano Enrique Leff, “uma crise civilizatória”. O ser humano é espécie que, de modo consciente, mais transforma, adapta e se adapta às condições ambientais. Nesse diapasão, estudos sobre o uso dos recursos naturais pelos povos tradicionais ganham relevância, devido às suas relações mais harmônicas e sustentáveis com os elementos da natureza, como afirmou Elionor Ostrom, Prêmio Nobel de economia. O trabalho que ora temos o prazer de prefaciar, vem justamente valorizar as percepções do povo Pankararu dos elementos naturais que os cercam, numa perspectiva êmica, oferecendo aos pesquisadores das mais distintas áreas do conhecimento importante subsídio para compreensão do saber/fazer desse povo. Os conhecimentos sobre os usos de animais com fins terapêuticos detidos pelo povo Pankararu, foram/ são transmitidos oralmente, de geração a geração, e vêm ganhando a atenção dos centros acadêmicos, principalmente no âmbito das etnociências. Compactuando-se com uma nova mentalidade de ressignificações de “conhecimentos válidos”, o presente trabalho aborda as experiências do povo Pankararu, no tocante aos usos da fauna com fins terapêuticos, abrindo espaço para a valorização dos conhecimentos tradicionais. As pesquisas empreendidas nessa empreitada vêm contribuir, de modo significativo, para acrescentar subsídios para uma melhor compreensão dessas práticas tradicionais. Corrobora para a confirmação de uma grande biodiversidade da caatinga (51 espécies animais foram detectadas na área estudada), e os usos sustentáveis desses recursos, além de, talvez mais importante, as simbologias intrínsecas nos elementos naturais utilizadas nas práticas curativas, como relacionar partes dos organismos utilizados às doenças específicas. Os resultados dessa pesquisa são, sem dúvidas, importantes contribuições para pesquisas posteriores, tanto para as etnociências, como outras áreas de estudos.


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Palavras-chave
Medicina Popular, Zoologia, Saberes tradicionais
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