A presente tese tem por objetivo analisar os elementos políticos centrais do debate sobre a incorporação, cada vez maior, das demandas do capital internacional na educação brasileira, dentro de uma perspectiva que vincula os atuais fenômenos de transnacionalização da gestão do ensino superior a uma lógica mercadológica e globalizada de manutenção das estruturas hegemônicas de poder. Para tanto, esta pesquisa se debruçou numa análise crítica do estudo de caso das quatro instituições de ensino superior baianas que contam com a presença majoritária do capital estrangeiro em sua estrutura de controle e tomada de decisão, intentando verificar como se dá esse processo, entendendo seu contexto histórico e identificando as relações de poder e interesses que se configuram enquanto contato direto entre o “local” e o “global”. Para alcançar o proposto, foram estabelecidas categorias de análise que balizaram a coleta de informações, a saber: (1) Gestão acadêmica e gestão empresarial em um contexto de comercialização e desnacionalização do ensino superior; (2) Relação professor-aluno como cliente/consumidor; (3) Precarização do trabalho docente; e (3.1) Ensino à distância como estratégia de extração da mais valia relativa. Esta pesquisa possui um caráter qualitativo, executada através de um estudo multicaso descritivo-explicativo, de viés etnográfico fundamental para a compreensão do cenário, das mudanças e principalmente dos efeitos dessas nos participantes. Foram consultadas, como fontes desta pesquisa, documentos oficiais e de produções acadêmicas sobre os conceitos chave da discussão, além de informações primárias conseguidas a partir da aplicação de questionários a docentes das IES pesquisadas.