Este trabalho tem como objeto de estudo o currículo da EJA. A nossa indagação de base é: como o currículo pode legitimar, ou não, os conhecimentos que os sujeitos constroem e validam na sua interação com o território de Vila de Abrantes? O objetivo geral é apreender a relação entre o território e os currículos instituídos e implementados na EJA em Vila de Abrantes. Os objetivos específicos são relacionar as concepções críticas e pós-críticas de currículo e de território no contexto da EJA e sistematizar um conjunto de estratégias para que o currículo possa constituir-se em espaço de formação para educadores/as e educandos/as da EJA, a partir dos saberes do território. Os sujeitos da pesquisa são estudantes, professores, coordenadores pedagógicos e gestores da EJA, de 03 escolas da rede municipal. A nossa implicação com o objeto e com o campo de pesquisa, assim como outras variáveis que descortinaremos no primeiro capítulo, nos levaram a escolha por uma pesquisa qualitativa, com inspiração etnográfica. Para tanto, as nossas referências metodológicas situam-se em Minayo (2016), André (1995), Creswell (2014), Triviños (2012), Macedo (2009; 2010; 2016) e Galeffi (2009). As nossas reflexões sobre currículo dialogam com os saberes de Silva (2013), Arroyo (2013; 2014), Sacristán (2000), Macedo (2002; 2013; 2016) Saviani (1999) e Freire (2011; 2015). As reflexões sobre o currículo da EJA estão referenciadas em Fávero (s.d), Paiva (1997), Paula e Oliveira (2011), Haddad e Di Pierro (2000) e Dantas (2016). As ideias de território dialogam com autores como Santos (1985; 1996; 2002), Hasbaert (2004), Saquet (2003) e Serpa (2009). Os achados da pesquisa estão analisados em diálogo com Arroyo (2013; 2014; 2017), Santos (2001), Macedo (2005) e Freire (2001; 2015). Os resultados do trabalho evidenciam que os sujeitos têm uma significativa apreensão acerca dos saberes emanados do território, fruto das suas experiências pessoais, sociais e laborativas e que percebem oportunidades para que estes saberes sejam incorporados aos conteúdos curriculares da Educação de Jovens e Adultos. Por fim, os achados apontam para a necessidade de uma inserção sistemática dos temas do território nos programas de formação continuada dos profissionais da EJA em Vila de Abrantes.