Introdução: O período escolar caracteriza-se por sua grande influência na infância, o qual contribui para a construção social, acadêmica e cognitiva das crianças. Nesse contexto uma boa condição de saúde é crucial e possíveis alterações interferem no desenvolvimento de alguns desses processos. Crianças com perda auditiva apresentam desafio significativo na fase escolar. A triagem auditiva no escolar torna-se medida fundamental para a detecção precoce de possíveis casos de perda auditiva e na diminuição de seus agravos. Atualmente, essa prática não é contemplada na política nacional de saúde auditiva, justamente por não ter alternativas para a realização da avaliação auditiva no ambiente escolar. Contudo os aplicativos para dispositivos móveis (apps) apresentam características que o tornam ferramentas de uso potencial no rastreio auditivo, tanto nas escolas, quanto em regiões desassistidas de serviços de saúde especializados. Objetivo: Esse estudo teve como objetivo investigar as relações entre perda auditiva, aprendizado e memória usando aplicativo para rastreio auditivo em escolares do Ensino Fundamental I de escolas públicas de Salvador. Metodologia: Foi realizada revisão sistemática de literatura para investigar a aplicabilidade de apps na triagem audiológica como ferramenta na detecção dos níveis de audição em diversas situações. A partir dessa revisão o app U-Hear foi selecionado para a triagem auditiva dos escolares. Esses resultados foram comparados à avaliação da memória e do aprendizado por meio do mini-mental (MEEM) e, para a validação dos dados do app, realizou-se audiometria tonal limiar. Resultados: Na revisão realizada, foi observado que a maioria dos estudos pesquisados propõe a validação do U-Hear com percentual significativo de sensibilidade e especificidade no rastreio auditivo comparando seus resultados com os dados obtidos com a audiometria tonal limiar. Após o teste com o app em questão verificou-se, em sua maioria, resultados de normalidade auditiva e perdas auditivas de grau leve, sendo que em menor número perdas auditivas de grau moderado, ao analisar as orelhas em separado. Os dados da audiometria tonal limiar e do MEEM, em sua totalidade estavam dentro dos padrões considerados normais. Esses achados apresentaram-se paradoxais em relação às respostas demonstradas pelo U-Hear nesse estudo. Conclusão: Muitas pesquisas vislumbram a possibilidade de adotar soluções tecnológicas, como os apps, que somem com as práticas da triagem e saúde auditiva. Entretanto, a maioria dos estudos destaca a necessidade de aprimoramento dos apps para que se tornem uma realidade como instrumentos de maior acurácia para uso no rastreio auditivo. Esses dispositivos possuem futuro promissor em práticas de saúde auditiva, tanto escolar como de regiões carentes de serviços audiológicos, por apresentar características de portabilidade, acessibilidade e baixo custo. A integração entre a educação, saúde e tecnologias potencializa a elaboração de produtos capazes de inovar a execução do rastreio auditivo. Palavras-chave: 1 Educação e saúde. 2 Triagem auditiva do escolar. 3 Aplicativos