O conhecimento de si: narrativas do itinerário escolar e formação de professores
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
A tese analisa as implicações e a fertilidade das narrativas de formação e suas relações com o estágio supervisionado, tomando como base experiências desenvolvidas num projeto de formação inicial de professores, no espaço do Departamento de Educação - Campus I - da Universidade do Estado da Bahia, no período de março de 2001 a março de 2002. Constituem-se atrizes da pesquisa dez alunas do Curso de Pedagogia, da Habilitação em Séries Iniciais do Ensino Fundamental, a partir da escrita de si revelada nas narrativas da trajetória de escolarização, no sentido de apreender o conhecimento de si, no que se refere à aprendizagem da docência. A pertinência desta pesquisa inscreve-se num amplo movimento de investigação-formação, o qual tem adotado a abordagem biográfica como perspectiva epistemológica sobre a aprendizagem dos sujeitos a partir de suas próprias experiências, entendida no contexto desta pesquisa como narrativa autobiográfica do itinerário escolar, no campo de um projeto experiencial de investigação-formação. A intenção primeira deste trabalho consiste em analisar e compreender as implicações das narrativas no processo de formação e autoformação. Tenciono sistematizar os percursos da construção do trabalho no contexto do estágio supervisionado e os procedimentos utilizados para análise do corpus - narrativas - no contexto do projeto de investigação-formação. Para a análise interpretativa das fontes utilizei a idéia metafórica de uma leitura em três tempos - leitura cruzada, leitura temática e leitura interpretativa-compreensiva do corpus -, por considerar o tempo de lembrar, narrar e refletir sobre o vivido, mantendo entre si uma relação de reciprocidade e dialogicidade constante. A tese conclui que a fecundidade da epistemologia da formação e do estágio como iniciação revela, a partir da abordagem experiencial, dispositivos e rituais pedagógicos engendrados nas identidades e subjetividades das histórias de vida no processo de formação inicial, ao permitir às professoras em formação, através de suas experiências formadoras e recordações-referências da trajetória de escolarização, estabelecer outros sentidos ao trabalho escolar e construir potencializações sobre a sua própria prática.