Na presente pesquisa discute-se a problemática das questões étnico-raciais na Educação de Jovens e Adultos, que são de cunho racista e ideológico, e em algumas oportunidades, são invisibilizadas, numa tentativa do não reconhecimento das implicações trazidas pela diversidade étnico-racial existente no Brasil, repercutindo tanto na educação quanto em outros setores da sociedade brasileira. Nosso objetivo é compreender como apresentam-se as questões étnico-raciais numa ação pedagógica alusiva à Lei nº 10.639/03, bem como verificar-se se contemplam as demandas dos educandos (as) da EJA, a partir dos documentos oficiais da Mostra Salvador de Arte, Educação e Cultura Negra 2015, idealizada e realizada pela Prefeitura Municipal de Salvador, destinada a toda Rede Municipal de Ensino de Salvador (RMES). Pesquisa Documental, de natureza qualitativa, em que as técnicas utilizadas foram: fichamento, uso de formulário de recolha, e análise de conteúdo. No referencial teórico contou-se com as contribuições de: Freire (1986; 1996; 2000; 2001; 2003), Paiva (2003), Haddad; Di Pierro (2007), Cavalleiro (2008; 2005a; 2005b), Gomes (2012; 2005a; 2005b), Munanga (2005; 2003), Munanga; Gomes (2006), Cashmore (2000), Silva (2017; 2005), Moore (2005a; 2005b; 2007) entre outros, sem deixar de recorrer-se também, ao auxílio dos aportes institucionais que surgiram para garantir a efetivação da referida lei. A análise realizou-se mediante o auxílio das categorias: autoestima, empoderamento étnico-racial, herança histórica e cultural de africanos e afro-brasileiros e representatividade étnico-racial, tendo identificado-se que a coleção de documentos oficias da Mostra Criativa Salvador de Arte, Educação e Cultura Negra 2015 contempla no seu conteúdo as questões étnico-raciais, o que os colocam em congruência com o que preconiza a Lei nº 10.639/03, mas não de forma substanciada, pois também registra inúmeros equívocos ao abordarem alguns temas, reforçando estereótipos negativos. Quanto à EJA estar contemplada, constatou-se que isto ocorre de forma muito incipiente, denunciando claramente que esta modalidade de educação não despertou a atenção nas etapas de organização e planejamento. Nosso entendimento é que, diante do comprometimento de ter lançado documentos em favor do que preceitua a Lei nº 10.639/03, mas também que possui conteúdo inapropriado, as entidades e órgãos organizadores devem considerar a possibilidade de engendrar providências para que episódios como estes não se repitam, e a título de proposição, apresentamos um Projeto de Intervenção.