Associação dos pequenos produtores rurais do coqueiro e seus processos educativos na construção da identidade territorial quilombola (Mirangaba-Bahia)
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Resumo
O presente trabalho desenvolveu-se no âmbito da pesquisa aplicada à educação e diversidade, tendo como objetivo principal investigar a contribuição dos processos educativos não escolares produzidos pela Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Coqueiro (APPRC) na construção da identidade territorial quilombola com o intuito de identificar os elementos constitutivos que afirmam e fortalecem essa identidade. Coqueiros localiza-se no município de Mirangaba, estado da Bahia e representa uma entre três mil comunidades quilombolas presente no território brasileiro. A referida comunidade foi certificada pela Fundação Cultural Palmares no ano de 2006 em consonância com o artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Há pouco mais de dez anos desse marco legal, a pesquisa pretendeu responder: Qual a contribuição dos processos educativos produzidos pela APPRC na construção da identidade territorial quilombola dos moradores de Coqueiros? As respostas foram construídas por meio de uma metodologia de pesquisa baseada nas concepções teóricas da abordagem qualitativa, do método fenomenológico e da etnografia. Teve como dispositivos de construção de dados a entrevista semiestruturada, a observação participante e a análise documental e como técnica de análise dos dados, a análise de conteúdos. Os resultados da pesquisa apontaram que a Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Coqueiro se apresenta como um espaço educativo não escolar na/da comunidade cujos processos educativos tipo as reuniões ou assembleias gerais, a Festa de Santos Reis, os projetos financiados e as redes de solidariedade criam condições para que os moradores desenvolvam sentimentos de pertencimento ao grupo, a cultura e ao território, elementos simbólicos e imateriais que contribuem para a construção, afirmação e o fortalecimento da identidade territorial quilombola. Diante dos resultados e do compromisso com a realidade investigada, apresento como proposta de intervenção uma cartilha quilombola sobre/com a comunidade como instrumento potencializador dessa identidade coletiva. Todavia, ressalto que a proposta está aberta para ser dialogada com os participantes da pesquisa, pois, entendo que é a comunidade quem deve decidir o que é mais importante fazer.