Tessituras das diversidades: cultura(s) no cotidiano da escola de um território rural-quilombola
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Resumo
Esta pesquisa tem por objetivo compreender e analisar relações que se estabelecem entre a(s) cultura(s) de uma comunidade com ancestralidade afrodescendente - quilombola e as práticas cotidianas que se estabelecem em uma escola desse território. No processo de investigação, a escola deste espaço é pensada como um lugar que se depara e constrói processos culturais, sendo assim, espaço de produção de saberes e fazeres. Moradores da comunidade, professores/as da escola e alunos/as são os sujeitos colaboradores. A metodologia escolhida para o desenvolvimento da pesquisa é ancorada na abordagem qualitativa de cunho biográfico – narrativas de vida e (auto)biografia. Foram utilizados como fontes: o diário de campo, o grupo de discussão com alunos e alunas, as entrevistas narrativas com os sujeitos da comunidade e com os/as docentes. Em um processo de análise compreensiva apresento os sentidos e significações mais relevantes que emergiram sobre as relações entre culturas e escola. Comunidade, alunos/as e docentes reconhecem os sujeitos como afrodescendentes - quilombolas e moradores do espaço rural. Os docentes reconhecem as produções culturais da comunidade, mas sentem dificuldades de incorporar essas produções no currículo da escola, com forte vinculação às práticas escolares urbanocêntricas. Alunos e alunas declaram que a escola não contempla em suas práticas cotidianas as questões do rural e da ancestralidade negra. O estudo indica que é possível articular no currículo os saberes e as produções culturais da comunidade, implicando em ações de formação inicial e continuada de professores/as para atuarem em escolas de territórios rurais e em comunidades com ancestralidade negra, ao (re)conhecer e articular culturas e diversidades na escola, na possibilidade de favorecer práticas escolares contextualizadas.