Concepção de currículo da EJA do município de Salvador: o que pensam as formadoras sobre o seu processo formativo e esse currículo
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Resumo
O presente estudo é resultado de uma pesquisa realizada no âmbito da Secretaria Municipal de Educação de Salvador - Ba. com a equipe de formadoras da Educação de Jovens e Adultos (EJA) dessa rede de ensino. O objetivo principal foi compreender o que pensam as formadoras da EJA da rede municipal de ensino de Salvador sobre a concepção de currículo da EJA e sobre seus processos formativos. Os objetivos específicos foram: analisar a concepção de currículo da EJA da rede municipal de ensino de Salvador; investigar os pressupostos teóricos que fundamentam as ações das formadoras da EJA no município de Salvador e refletir sobre o papel da formação das formadoras no currículo desenvolvido na EJA. Baseada na concepção freiriana de educação e com engajamento político, a pesquisa buscou responder o seguinte questionamento: O que pensam as formadoras da EJA da rede municipal de ensino de Salvador sobre a concepção de currículo dessa rede de ensino e sobre o seu processo formativo? Defendendo uma Educação de Jovens e Adultos crítica, articulada aos interesses e as pautas defendidas pelas/os estudantes da EJA de Salvador, sobretudo das mulheres negras que é a sua maioria, visando a materialização de uma proposta curricular diferenciada da implementada até então, mais contextualizada e baseada no paradigma crítico, multi/intercultural, o estudo discute especialmente, o currículo e sua relação com a formação dos sujeitos da EJA, bem como fomenta reflexões acerca da formação docente e das formadoras no contexto da Educação de Jovens e Adultos. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, inspirada na pesquisa participante de Freire (1981, 2021), utilizando dois dispositivos metodológicos: o questionário e a as rodas de conversa intituladas “Conversando sobre a EJA”, inspiradas nos círculos de cultura de Freire que deu fruto ao nosso produto final, o E-book: ‘Conversando sobre a EJA: o que pensam as formadoras da SMED sobre o seu processo formativo e o currículo que importa para a EJA’. O estudo revelou uma lacuna na formação das/os profissionais que orientam e formam o corpo docente da EJA, evidenciando a necessidade de uma política de formação continuada para a EJA e, especialmente para as formadoras. Revelou também que as formadoras sabem quem são os sujeitos que constituem a EJA nessa rede municipal de ensino, reconhecem as suas vulnerabilidades e, sobretudo valorizam as suas potencialidades de aprendizagem. As formadoras, defenderam um currículo baseado nos ideais freirianos de educação e admitiram a necessidade de atualização dos documentos que regem essa modalidade no município, sobretudo, a atualização da sua proposta curricular.