Do delírio à sensatez: a diversidade de subgêneros da Chick Lit na série Shopaholic, de Sophie Kinsella
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Resumo
Este Trabalho de Conclusão de Curso situa-se na área de Literatura, especificamente, da Literatura cor-de-rosa contemporânea, com ênfase no estudo da representação da identidade feminina da protagonista da série Shopaholic, de Shophie Kinsella, a partir da diversidade de subgêneros Chick lit, considerando o contexto social, histórico, cultural e ideológico. Para tanto, pretende-se analisar os elementos narrativos da supracitada série a partir da identificação dos subgêneros (tema, enredo e configuração identitária das protagonistas femininas), de modo a compreender as tradições e rupturas do gênero Chick lit. O aporte teórico traz à baila os conceitos de literatura cor-de-rosa e contemporânea, subgêneros da Chick lit, estrutura narrativa, representação e identidade feminina à luz das ideias de Denise Sousa (2014), Bárbara Wieller (2015), Julianna Steffens (2010), Tzvetan Todorov (2006), Yves Reuter (2002), Roger Chartier (1991) e Stuart Hall (2000) respectivamente. A metodologia utilizada pautou-se na análise literária, com base na revisão sistemática de literatura e no mapeamento de obras Chick lit, em especial das 9 (nove) obras da série Shopaholic, de Sophie Kinsella, numa perspectiva qualitativa dos subgêneros da literatura cor-derosa contemporânea e de elementos narrativos (enredo e características físicas e psicológicas da personagem feminina Becky Bloom). Constatou-se que a literatura Chick lit, apesar de suas raízes nas tradições da literatura cor-de-rosa, apresenta uma representação da identidade feminina mais empoderada e autônoma, a qual se mostra móvel, por questões ideológicas, sociais, culturais e históricas, e plural, por sua incompletude e multiplicidade de identificações possíveis. Trata-se de narrativas contemporâneas que rompem com estereótipos na estrutura do texto e no discurso de seus personagens, ao disponibilizar contextos femininos distintos, refletidos na diversidade de temas, enredos e subgêneros. Ou seja, apesar das histórias Chick lits serem vendidas numa perspectiva de leveza, humor e entretenimento, a começar pelas capas coloridas, nem todos os livros do gênero contam narrativas cujas mulheres têm “vontade de casar” ou estão à espera do “príncipe encantado”. Muitos trazem questões mais complexas, a exemplo do vício de Becky Bloom por compras desde a infância, em que essa personagem passa por processos de negação e superação do consumismo, bem como da supervalorização da imagem.