Navegando por Autor "Sales, Karina Lima"
Agora exibindo 1 - 4 de 4
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAs letras além das grades: representações sobre leitura em memórias de um sobrevivente(Universidade do Estado da Bahia, 2010-06-14) Sales, Karina Lima; Hoisel, Evelina de Carvalho Sá; Cordeiro, Verbena Maria RochaNeste estudo, tem-se como objeto a narrativa Memórias de um sobrevivente, do escritor Luiz Alberto Mendes, um relato autobiográfico que encena a constituição de um sujeito leitor, com vistas a discutir as representações sobre leitura, buscando-se um entendimento do valor dessa prática cultural na trajetória de vida contada e organizada por um autor-narrador-personagem. Para tanto, são eleitas as contribuições teóricas do campo da Sociologia da Leitura, particularmente os estudos de Jean-Claude Pompougnac e Jean Hébrard, sobre a constituição do leitor, e de Roger Chartier e Pierre Bourdieu, que compreendem a leitura como prática cultural. Com vistas ao entendimento das representações sobre leitura, este estudo busca apoio em Serge Moscovici, com seu conceito de representações sociais.
- ItemEscritura do corpo e da voz na poética de Ricardo Aleixo(Universidade do Estado da Bahia - UNEB, 2024-03-22) Silva, Artur Pereira; Santana, Gean Paulo Gonçalves; Queiroz, Sônia Maria de Melo; Sales, Karina LimaEsta dissertação analisa uma produção poética contemporânea sob o viés crítico da inespecificidade e expansão dos artefatos artísticos, desde a perspectiva das formas híbridas à fusão entre realidade e ficção. Dessa maneira, é de interesse desse estudo a performance Fruto Estranho, de Ricardo Aleixo, apresentada na Festa Literária Internacional de Paraty (2017), como um objeto literário singular, passível de intercambiar histórias e de acionar memórias de outros tempos e eras, sobretudo, quando suscita conexões históricas e culturais que remetem à restauração do olhar estereotipado da imagem do negro na sociedade. Para tanto, essa investigação debruça-se sobre os poemas encenados na performance corpus dessa pesquisa, além das camadas que revestem a vocalização em foco, como a palavra, a voz, o corpo e outros signos que emanam resistência e luta contra a desigualdade racial e a necropolítica ainda presentes no país. O objetivo dessa dissertação é, portanto, analisar os trânsitos literários presentes na performance interartes de Ricardo Aleixo, que atravessa o conceito de realidade e ficção, bem como funde tradição oral a aparatos tecnológicos para potencialização do discurso poético, coberto por camadas, à maneira de um palimpsesto, já que subscreve entre as camadas da performance a história, a memória, a herança cultural africana e as identidades dos sujeitos afro-brasileiros na contemporaneidade. Sendo assim, o percurso de escrita desse trabalho é atravessado por diálogos dos poemas vocalizados na Flip (2017). Sustentam as leituras dessa dissertação as teorias da inespecificidade da arte contemporânea, segundo Florencia Garramuño; o conceito de realidadeficção, cunhado por Josefina Ludmer; a voz e a oralidade poética, em Paul Zumthor; o discurso intermídia, de Claus Claus Clüver; o palimpsesto ou inter/transtextualidade, de acordo com Gerárd Genette; a emancipação do espectador, em Jacques Rancière; o conceito de narrador e história, segundo Walter Benjamin; a tradição viva, em Hampâté Bâ; o conceito afro-diaspórico de corpo-tela, formulado por Leda Maria Martins.
- ItemQuarto de despejo e diário de Bitita: Carolina Maria de Jesus e a escrita de resistência contra a necropolítica.(Universidade do Estado da Bahia UNEB, 2023-07-31) Costa, Milana Santos; Sales, Karina Lima; Guimarães, Michel Silva; Gund, Ivana Teixeira FigueiredoA presente dissertação tem como objeto de estudo as obras literárias Quarto de Despejo: diário de uma favelada(1960) e Diário de Bitita (1986), escritas por Carolina Maria de Jesus. O objetivo é analisar nessas obras uma escrita de resistência contra a necropolítica, com a percepção de uma escrita denunciativa do abandono do Estado, mediante políticas de subalternização e segregação de grupos minoritários, principalmente negros, e como essas ações tiveram impacto na inserção da escritora no cenário nacional. O escopo teórico-crítico deste trabalho é composto por diferentes autores. Para subsidiar a discussão sobre a biopolítica e necropolítica, utilizou-se o aporte dos teóricos Foucault (2008), Agamben (2002) e Mbembe (2018). Sobre o conceito de escrevivência recorremos aos estudos de Conceição Evaristo. Especificamente para basilar os estudos biográficos de Carolina recorremos aos estudos de pesquisadores como de Levine e Meihy, Castro e Machado, Farias e Fernandes. Os resultados das análises permitem reforçar a hipótese de que a construção literária das obras delimitadas, pautadas sob a égide da necropolítica, configura-se em uma escrita de resistência.
- ItemRadiografia/datilografia do gueto: uma discussão sobre autorretrato e geografia do espaço em narrativas marginais-periféricas de Ferréz(Universidade do Estado da Bahia, 0024-07-24) Sousa, Simony Oliveira de; Sales, Karina Lima; Nascimento, Juciene Silva de Sousa; Silva , Cibele Verrangia Correa daO presente estudo analisa narrativas de Ferréz à luz da literatura marginal-periférica: Contos/crônicas extraídos da obra Ninguém é inocente em São Paulo e trechos do romance Capão pecado sob a ótica dos conceitos de autorretrato literário e geografia do espaço, a fim de se investigar em que medida esses pressupostos se ficcionalizam através da radiografia da periferia realizada pelo autor, constituindo-se em um autorretrato dos contextos narrados. Como ponto de partida, traçam-se reflexões em torno da acepção literatura marginal e do próprio conceito de marginalidade. Para tanto, utiliza-se o termo Literatura marginal-periférica reformulado por Érica Peçanha do Nascimento (2006), no intuito de delimitar o estudo a partir desse prisma conceitual. Seguindo esse limiar, apresenta-se a definição de Autorretrato discutida por Eunice Ribeiro (2015), Querido (2012); Pires (2019) e também presente no trabalho de Almi Junior (2020), concatenado à ideia de Radiografia da realidade proposta por Bellucco (2006) e Silva (2010), com vistas a compreender como as narrativas de Ferréz analisadas se apresentam enquanto práticas verbais e literárias que autorretratam a periferia na qual o próprio autor se insere. Faz-se, ainda, ao longo do trajeto, uma abordagem geográfica desses conceitos, ampliada pelos estudos sugeridos por Gomes (2010) e Schneider (2015), ambos respaldados pela corrente socioantropológica de Marc Augé (1994), além de aspectos abordados por Dalcastagnè (2012), que explicitam a ideia do espaço literário, os quais são embasados pelos conceitos de desterritorialização, reterritorialização e multiterritorialidade cunhados pelos filósofos franceses Deleuze e Guattari (1992; 2009), em diálogo, outrossim, com a proposta de Bhabha (1998) sobre a definição dos entrelugares, os quais propiciam meios subjetivos de natureza singular e coletiva que ressignificam as identidades. Ademais, inclui-se no presente estudo o conceito de realidadeficção proposto por Ludmer (2013) mediante o entendimento de que textos marginais-periféricos podem ser enxergados como pós-autônomos, visto que exigem do leitor uma espécie de esvaziamento, para o qual imbricam-se ficção e realidade. Com base nos pressupostos levantados ao longo da pesquisa, chegou-se à conclusão de que embora as possibilidades de análise não se esgotem na delimitação pretendida, a força propulsora desse movimento de produção literária marginal-periférica, reside justamente na resistência da palavra que se coloca como manifesto-testemunho das “minorias” que, através da “radiografia/datilografia” literária de autores como Ferréz, contestam, protestam e reivindicam de modo legítimo a urgência de se autorretratarem.