Cultura Cigana e Formação Docente: (in) visibilidade dos povos ciganos e diálogos possíveis nos currículos escolares.

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2017-06-15
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo

Esta pesquisa teve como finalidade compreender as características da cultura cigana, em especial do grupo Calon, buscando formas de inserção nos currículos escolares de Jacobina, com o propósito de possibilitar uma maior aceitação dessa cultura no ensino básico considerando a lacuna existente nos currículos das escolas públicas desse município sobre a história destes povos. Portanto, nesta pesquisa buscou-se criar ambientes de discussões e debates sobre a cultura, tradição oral e memória dos ciganos Calon nas escolas públicas de Jacobina: Núbia M. Mangabeira Guerra e CEEP Felicidade de Jesus Magalhães. Sendo assim, a pretensão da pesquisa através da intervenção é de contribuir para a construção de uma visão que possibilite o respeito a esses povos tão invisibilizados no âmbito escolar e de um currículo pautado na diversidade. Percebe-se que a desconsideração, o desrespeito e os estereótipos persistem em virtude da falta de conhecimento da sociedade não cigana com relação aos afazeres, valores, normas e comportamentos deste grupo étnico. A abordagem teórica deste trabalho está ancorada nos estudos de HALL (1997), WILLIAMS (1979), GEERTZ (1989), SANTOS (1994), CANDAU (2010), CANEN e XAVIER (2011), RIOS (2015), ARROYO (2011), SILVA e MOREIRA (1995), SACRISTÁN (2000), MOONEM (2011), TEIXEIRA (2008), entre outros. A pesquisa está pautada numa abordagem qualitativa e exploratória, pois permitiu abranger os processos do cotidiano, requerendo a apreensão da cultura cigana com ênfase em seus símbolos e significados bem como na narrativa das histórias de vida desses sujeitos detentores de direitos e dos docentes, retratando suas experiências, trajetórias e memórias. O pressuposto filosófico baseia-se na perspectiva crítico-dialética, que ancora-se no materialismo histórico, optamos pelo método dialético por esse permitir uma reflexão em função da ação para transformar. O paradigma interpretativo foi adotado para análise detalhada da realidade social. Sobressaíram-se como dispositivos de pesquisa: observações, entrevistas, diário de campo e oficinas formativas. A partir desses instrumentos de construção de dados, percebeu-se o desconhecimento dos docentes sobre a legislação brasileira no que se refere a comunidades tradicionais e a educação de povos em situação de itinerância; inexistência do currículo escolar na rede municipal de ensino; ordenamento curricular tendencioso à homogeneização cultural na rede púbica estadual; ausência de políticas públicas direcionadas para atender aos cidadãos Calon, bem como a falta incentivo pedagógico e financeiro quanto ao trabalho com a diversidade cultural nas escolas. Dada a sua dimensão, os resultados dessa pesquisa apontaram que o poder público precisa rever seus parâmetros, refletir a respeito de suas contribuições quanto à resolução de problemas sociais e educacionais relacionados às comunidades ciganas e, com urgência disponibilizar aos docentes cursos de formação que não sejam fragmentados. Reflexões e ações interventivas na escola sobre a discriminação com os povos ciganos e a desconstrução de conceitos equivocados acerca de determinados grupos étnicos, são importantes para a construção de uma atitude politizada, inclusiva e menos preconceituosa a respeito dos ciganos em Jacobina.


Descrição
Palavras-chave
Cultura cigana, Formação docente, Educação Básica, Currículo, Diversidade
Citação
LIMA, Sabrina de Souza. Cultura cigana e formação docente: (in) visibilidade dos povos ciganos e diálogos possíveis nos currículos escolares. Orientador: Prof. Dr. Jerônimo Jorge Cavalcante Silva. 2017. 127 f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Educação e Diversidade da Universidade do Estado da Bahia, MPED. Departamento de Ciências Humanas – Campus IV. Universidade do Estado da Bahia, 2017.